Há por aí uma discussão sobre o orçamento da Saúde. O governo diz que cresceu em 2017 face a 2016 mas, tendo como base o executado em 2016 o orçamento desce 2,7%. Isto é gastou-se mais em 2016 do que o orçamentado, deve-se partir desta base ou da base inicial ?
Do que não há dúvida é que os doentes esperam 16 meses para tirarem uma ressonância magnética e hoje soubemos pela voz de um médico responsável que há "pressões económicas inadmissíveis" para que não se façam colonoscopias, essenciais para a detecção precoce do cancro dos intestinos . Tudo por falta de orçamento suficiente. Para quê tentar esconder o sol com a peneira ? O SNS está cada vez mais sub orçamentado (350 milhões o que somado aos 250 milhões na Educação dá 600 milhões em duas áreas essenciais).
“Existe uma prevenção secundária deficiente com défice de cidadãos rastreados no momento certo. Torna-se necessário implementar um rastreio organizado, ainda que tenha de se criar uma linha de financiamento específica, que seria gratificantemente «amortizada» em vidas humanas, diminuição do absentismo, poupança com tratamentos e melhoria da qualidade de vida das populações”.
Mas o problema é que a economia não cresce e o país está a empobrecer, há que cortar a eito embora nos queiram fazer crer que a austeridade acabou . Quem espera 16 meses por uma TAC e não pode fazer uma colonoscopia a tempo e horas, para não falar na lista de 160 000 doentes em fila de espera para cirurgia , é que não consegue fazer a diferença entre austeridade de direita e austeridade de esquerda.
Até aqui teve gestores que fizeram o que quiseram e ninguém lhes vai à mão apesar dos prejuízos milionários para o país. E agora tem gestores que não querem ser escrutinados não apresentando a declaração de rendimentos no Tribunal Constitucional. Mas o que é que a Caixa Geral de Depósitos tem ?
Tem muito dinheiro de todos nós que tem servido para apoiar negócios no mínimo pouco claros e apoiar muito pouco as empresas. Nos grandes negócios em que o estado é parceiro lá está a CGD. E quando perde, e perde quase sempre, o prejuízo conta-se por milhões.
A narrativa sobre a CGD já vai longa e até já há ameaças de renúncia. Quanto à transparência do modelo encontrado estamos conversados . António Costa ainda nos vai explicar porque anda de cócoras a negociar com um gestor igual aos outros. Mas alguém ainda vai na conversa dos homens providenciais, únicos e insubstituíveis ? Se não a que se deve este braço de ferro ?
O governo tem que nos dizer porque se arrasta na praça pública esta vergonha até porque já há militantes socialistas muito incomodados . E o BE não desarma e o PCP já anda a iniciar o processo de engolir mais um sapo. Dos gordos. A Caixa dá cabo do nosso dinheiro, da nossa paciência e faz a geringonça andar num desvario. O que é que a Caixa tem ?
O Reino Unido saiu da União Europeia principalmente por causa da migração de milhares de pessoas que fogem da guerra e da miséria nos seus países. Merkel, na Alemanha, perde eleições sucessivas por causa da política que defende para os refugiados. Holland, na França, vê a extrema direita de Marie Le Pen ganhar avanço assustador nas sondagens. A Hungria levanta muros. A Turquia recebe 3 mil milhões de Euros da União Europeia para impedir a entrada dos migrantes.
E o que propõe António Costa ? A livre circulação dos 200 milhões de Africanos e Brasileiros que falam a língua portuguesa no espaço Schengen !
Uma vez cá dentro de portas, toda esta gente passaria a poder circular por toda a União Europeia. Mas, é óbvio, que não ficariam em Portugal. Procurariam chegar aos países mais ricos como fazem agora.
Qual é a ideia ? Provocar os parceiros da União Europeia ? Arranjar pretexto para fazer uma "frente comum" com o PCP e o BE ?
António Costa é useiro e vezeiro em apunhalar pelas costas os que se atrevem a atravessar-se no seu caminho . Chegou a vez do país ?
Partiu da base inicial em Janeiro e não dos números que reflectem a execução em Setembro que são bem superiores aos iniciais. No primeiro caso, dá um crescimento orçamental na Educação no segundo caso, dá uma redução. Mentir, eis o que António Costa faz repetidamente. Truques de ilusionismo orçamental. Mas há quem acredite.
Faltam professores e funcionários. Escolas que não abrem . Milhares de professores não colocados para além dos professores despedidos nas escolas privadas . E a Fenprof ? Calada , obediente ao partido, quer lá saber de professores e alunos.
Uma coisa é apresentar um orçamento que reforça a Educação em 3,1% e a Saúde em 3,7%. Outra é apresentar o mesmo orçamento com um corte de 2,7% na Educação e um aumento de apenas 1,1% na Saúde. No primeiro caso estamos a falar de um desvio de 350 milhões e no segundo de 250 milhões. Ou seja, em duas das suas áreas-bandeira o governo enganou o país, dizendo que ia lá colocar mais 600 milhões do que realmente vai gastar.
Ainda não se tinha sentado na cadeira mas como levava a encomenda bem clara tomou medidas sem ouvir a opinião do Conselho Nacional da Educação . Andou um período perdido , uns dias convicto outros dias a recuar e a desculpar-se. Mas mal o ruído assentou foi direito às boas escolas privadas para as fechar. Para compor o ramalhete e perante o silêncio cúmplice do PCP e do BE bate-se com a existência de um inicio de ano escolar atabalhoado, com escolas com falta de professores e outros profissionais .
Para que nada falte o alucinado Nogueira, quadro disciplinado do PCP, não tem vergonha em afirmar publicamente que avalia quinzenalmente o ministro . O sindicalista teve que entrar num ano sabático não mugindo nem tugindo tal a humilhação com que presenteou o agora ministro. Quanto aos milhares de professores não colocados e aos outros milhares despedidos da escola privada em associação nem palavra quanto mais manifestações.
Agora para fazer esquecer a trapalhada dos seus secretários de estado e assessores que se demitem uns por mentirem outros porque não querem seguir no caminho para o desastre, dá como contrapartida os livros que deixarão de mudar todos os anos. Um negócio à conta do estado como são todo os negócios que cobram rendas .
Esperamos sentados que desate o nó que a ser verdade constitui um crédito . Entretanto o seu orçamento leva um corte que o governo escondeu até quando foi possível.