João Galamba gritava a plenos pulmões que vinha aí uma espiral recessiva quando o anterior governo executava o programa da Troika. E não é que passados dois anos tem razão ?
Pelo menos é o que o FMI pela voz da sua directora veio hoje dizer. Portugal caminha para uma espiral recessiva com a actual política para a economia.
Segundo o FMI, "mesmo na ausência de desafios imediatos, falhar na resolução destas fragilidades pode colocar Portugal numa trajetória de médio prazo insustentável e deixar [o país] vulnerável a choques", pelo que "sem uma política significativa, Portugal não vai conseguir ajustar-se às contingências da união monetária nem explorar totalmente os benefícios da integração" europeia.
Entretanto, António Costa agarra-se como pode ao cumprimento do défice único indicador que ainda pode atingir como se não houvesse vida para além do défice. Cresce a dívida, crescem as taxas de juro, a economia definha. Portugal é já o país que paga a maior carga de juros da dívida entre os países europeus.
A inovação é a chave do crescimento económico. Sociedades envelhecidas perdem capacidade de inovar. O crescimento económico está cada vez mais ligado à demografia, ao aumento de jovens.
Mas Portugal não tem nenhum incentivo ao incremento da natalidade e na Educação toma medidas para que os alunos não possam escolher as melhores escolas por forma a garantir alunos nas escolas públicas que as famílias rejeitam. Os alunos pobres não têm nenhuma forma de escaparem às más escolas públicas.
É assim que o país já está a perder o futuro enquanto os países mais avançados há anos que se preocupam com estes assuntos. Incentivando fiscalmente a natalidade e garantindo liberdade de escolha.
Será que assim vamos produzir adultos inovadores? Outro grande problema é que aqueles que ainda produzimos estão a ir todos para o estrangeiro. A continuarmos assim podemos anunciar que, de facto, em Portugal o crescimento parou.
Ora se for assim, cada proprietário vai pagar cerca de 2 000 euros/mês. Já estou a ver os proprietários a venderem as casas por metade do preço para fugirem ao imposto ( e ao país) ou, então, a arrendarem-nas ao primeiro sem abrigo que encontrarem .
O efeito negativo será de tal monta que só um governo desesperado para encontrar outras formas de cobrar receita se lembraria de tal medida.
Se o novo imposto recaísse no imobiliário abandonado ou não explorado ( segundas habitações, quintas que não produzem) e, com o imposto, o proprietário fosse empurrado a arrendar ou a vender a propriedade para que dela se extraísse riqueza ainda vá que não vá. Mas com uma medida tão mal desenhada não se percebe a vantagem. Talvez a ideia seja mesmo que os ricos abandonem o país e levem o dinheiro acumulado. E acabava-se a desigualdade. Todos pobres mas com uma casa portuguesa com certeza.