É um referendo contra as sanções que são o melhor pretexto, mas se versará o Tratado Orçamental ou a saída do Euro ou da União Europeia é coisa que ainda não está garantida. Porque a razão é bem diferente e essa o BE não confessa. Quer apertar com o PS e obrigar o PCP a definir-se.
Para o PCP a questão de fundo é sempre a mesma. O sistema capitalista, por isso terá sempre um pretexto para não apertar com o PS.
Mas o BE pela voz de Catarina Martins já disse que quer chegar ao 1º lugar das esquerdas até agora ocupado pelo PS. Qualquer referendo serve. Quer seguir o caminho do Syriza e do Podemos. Podia ser uma aventura com o seu quê de ingenuidade mas não, é aventureirismo do mais perigoso.
Catarina Martins como actriz que é não suporta o apagar das luzes, teve que sair do congresso como a estrela da companhia e não resistiu a mais uma promessa que não cumprirá. Quase desejo que Bruxelas imponha umas sanção suave ao país para ver Catarina a avançar com um referendo. Até porque avançar com um referendo não está nas suas competências e quem o pode viabilizar já o repudiou. Unanimemente.
Nestas coisas há o percurso político e jurídico e há o processo administrativo, como seja afastar os euro-deputados do Reino Unido das tarefas habituais.
Alguns deles aceitarão o desconforto como inevitável e outros farão pressão sobre o governo do seu país para apressar o processo político e jurídico para a saída oficial . A UE não vai estar à espera dos prazos de saída que convêm aos ingleses. O vazio seria rapidamente ocupado pelos populistas para propor referendos e colocar outros pedregulhos no andar da carruagem europeia.
E a UE já tomou a iniciativa. Só não precisa de ser ao pontapé.
Casa roubada trancas na porta. A UE vai ao baú e tira de lá as grandes medidas que podem fazer toda a diferença. Normalização da taxa fiscal para as empresas, apoio ao Fundo de desemprego a nível europeu, mais investimento e postos de trabalho e menos rigidez no Tratado Orçamental.
...mas que remete para projectos que estão já há algum tempo na gaveta, designadamente no domínio da segurança (como a criação de uma guarda fronteiriça europeia para melhor prevenir actos terroristas), da competitividade e do desemprego, através do reforço da convergência de políticas na Zona Euro "incluindo nos domínios social e fiscal".
No âmbito do euro, está há já algum tempo na calha a harmonização da base tributável e das taxas de imposto sobre as empresas, assim como a harmonização de critérios mínimos para algumas prestações sociais - passo prévio fundamental para que se possa eventualmente avançar com o financiamento europeu de parte do subsídio de desemprego, como vem sendo proposto desde 2012.
Já é tempo que a UE dê provas de solidariedade sem deixar cair o rigor nas finanças. Há mais vida para além do déficite.
Há pouco mais de meio ano, Cavaco e Silva, de uma assentada, violou duas obrigações que a CRP lhe comete.
Nomeou um primeiro-ministro sem ter em conta os resultados eleitorais, segundo o único critério compatível com o texto da lei e que, até ele, repetidamente e sem excepção, sempre fora o de todos os presidentes; subjugou-se à indicação do parlamento, que pode demitir governos, mas não pode nomeá-los, abdicando, assim, da competência própria e exclusiva, que colhe da legitimidade na eleição por sufrágio directo e universal.
Hoje, os sinais deletérios são evidentes, não obstante a competente propaganda e o novo estilo “flash interview” do titular que lhe sobreveio.
Aqui ao lado, fruto de uma constituição mais reguladora do que tem de ser regulado e da serenidade do Chefe do Estado, o país esteve seis meses com um governo de gestão. Sem dramas e sem prejuízos; sem orçamento aprovado para o ano em curso, mas, nem por isso, sem orçamento; sem convulsões ou crises, sem agravamento do risco da dívida e sem dificuldades de acesso a financiamento. Também sem sobressaltos no curso da sua economia. Ainda sem pressões dou ralhetes “de Bruxelas”
O povo espanhol, cuja opinião, essa sim, foi tida em conta, disse, novamente, o que queria – o mesmo que tinha dito em Dezembro, mais enfaticamente. Caberá aos partidos entenderem-se e os que se recusarem ao entendimento fora do que é razoável e do que dois actos eleitorais sucessivos ditaram, arrostarão as necessárias consequências nas urnas. Daqui a mais uns meses, é certo, e, como até aqui, sem crises ou convulsões.
Cavaco poderia corar de vergonha, no retiro fausto e dourado que a república lhe consente. Se alguma vez tivesse percebido o que se espera de um Chefe do Estado.
Que, a coberto da limitação de poderes pela proximidade do fim do mandato, acabou por comprometer-nos, muito para além deste. Por cobardia ou convicção, nunca saberemos.
E, no nosso caso, teria sido bem mais simples do que em Espanha, já que, em novas eleições, apenas teríamos, na prática, de dizer – queremos um governo de coligação com comunistas? O que poderia estar já resolvido desde o passado Abril.
Os problemas sérios que aí vêm radicarão numa decisão bem fácil, mas profundamente errada.
Continuar a ser europeu sem as regras europeias. Livrar-se da burocracia de Bruxelas mas continuar no mercado europeu.
"Para não esquecer que estamos melhor juntos para negociar e alcançar um novo acordo com a União europeia, baseado no livre comércio e parceria e não num sistema federal". Volta a afirmar, como já o tinha feito na conferência de imprensa, que nunca é demais salientar que "o Reino Unido é parte da Europa e sê-lo-á sempre".
Continuará, acrescenta, cooperação nas artes, ciências, universidades e ambiente. E dá uma segurança: "os cidadãos comunitários que estejam a viver neste país terão os seus direitos totalmente protegidos, e o mesmo se aplica aos cidadãos britânicos a viver na União Europeia". "Os britânicos vão continuar a poder viajar, trabalhar, viver, estudar, comprar casas ou assentar vida na União Europeia". E acaba por deixar a ideia de que haverá um tratado de livre comércio.
Mas livrar-se-á das regras europeias e da imposição de leis, diz. Também conseguirá, com o Brexit, que o Governo britânico volte a ter o controlo da política de emigração, baseando-o num sistema de pontos.
Bravatas. Boca de cena. Luzes da ribalta. Catarina Martins não resiste . Agora avança com um referendo se Bruxelas prosseguir com as sanções. Eu até estou de acordo mas não haverá sanções nenhumas e agora após o Brexit muito menos. Catarina sabe isso muito bem mas não resistiu a mais uma bravata.
O governo e o PCP vieram logo dizer que não haverá referendo nenhum bem como Marcelo mas, já ninguém tira o "momento de circo" a Catarina. Aquele rosto a rebentar de gozo diz muito do que pensa e sente a porta voz do BE. Provocar, embora não se perceba muito bem como é que a rebolar de gozo e, ao mesmo tempo, a avisar o PS que quer ser governo e tirar-lhe a liderança da esquerda.
Quem não gosta nada das luzes da ribalta da Catarina é o PCP arredado que está da boca do palco. Anda pelo fosso da orquestra e fala pela caixa da ressonância. Corre o risco de fazer o papel do corcunda da orquestra, cheio de razão e paixão mas remetido ao "ponto".
Entretanto, o BE já não gosta do Syriza e a partir de hoje não gosta do Podemos e já não diz que quer sair da União Europeia. Quem anda na boca de cena pode cair para o fosso da orquestra ou ficar cego pelas luzes da ribalta.
Uma coisa parece certa. Não é parceiro com quem se durma.
As sondagens e a comunicação social fizeram tudo para que o PODEMOS chegasse ao 2º lugar ultrapassando o PSOE. Não só não conseguiu como baixou muito no score que se fixou à volta dos 13%. O PP ganha com 32,5% mas sem maioria absoluta. Está tudo novamente nas mãos dos dois grandes partidos Espanhóis. PP e PSOE.
Um governo PP com apoio parlamentar do PSOE é possível já que PODEMOS e PSOE não fazem maioria parlamentar. PP e CIUDADANOS estão, com 90% dos votos contados, a 9 deputados para chegarem à maioria absoluta. Alguma coisa em aberto ainda.
A Alemanha e a França falam nessa possibilidade. Nem tudo será aplicável em todos os países ao mesmo tempo. Não se trata duma "Europa a duas velocidades" mas uma " Europa em geometria variável".
O Governo alemão também quer aproveitar para introduzir reformas dentro do bloco, que poderiam apontar para uma UE mais “à la carte”, na qual não necessariamente todos os países devem aderir aos processos de integração em todos os âmbitos.
Esperemos que os líderes europeus sigam o realismo de Donald Tusk e não tenham tentações para apresentar propostas federalistas para mais integração. Seria a pior das respostas. O federalismo europeu morreu com o Brexit. Se os líderes europeus não entenderem isto, arriscam-se a acabar com a UE.
Só quem nunca esteve naquelas salas das repartições do fundo de desemprego é que poderá não concordar com o Bloco de Esquerda. Entre o desespero de quem está desempregado e a arrogância de quem tem emprego para a vida e que pouco ou nada pode fazer pelos outros. Nem a ideia é essa.
Quando estava a preparar a entrada na reforma dei baixa no Fundo de Desemprego e durante esse período fui chamado algumas vezes. Para me perguntarem se já tinha arranjado emprego e eu a julgar que era essa a função deles. Com umas ameaças à mistura. Que me punham a tirar fotocópias foi uma dessas ameaças.
E as sessões de formação são um vómito. Uma menina fez de professora sobre contabilidade. Ao meu lado tinha um ajudante de cozinheiro que sabia tanto de contabilidade como eu sei de cozinha. É claro que foi uma completa perda de tempo e só serviu para a menina andar por ali a pavonear-se.
O BE tem toda a razão no acabar com esta prerrogativa fascista da administração pública sobre os cidadãos desempregados. Se nada têm para lhes oferecer ao menos respeitem a sua condição já de si difícil de estarem desempregados. E se não têm nada que fazer fiquem em casa. Não chateiem.
"Não aceitamos medidas que não servem nem para formação nem para encontrar emprego e que atribuem aos desempregados a culpa do desemprego. É preciso acabar com a perseguição às vítimas da crise. Há já acordo com o governo e vamos acabar com a humilhação da obrigação das apresentações quinzenais", afirmou Catarina Martins.
Já vi a seleção portuguesa perder jogos por ser optimista, aventureira e ter a cabeça onde tem os pés. Desta vez fomos cínicos à Fernandos Santos que nem parecer ser luso-descendente. Mal encarado parece trazer o mundo às costas.
O Moutinho não jogou, não por problemas físicos como nos conta o cínico mas por estar fisicamente rebentado. O mesmo com o Ricardo Carvalho. Meteu o José Fonte, grande e a jogar à inglesa ( joga em Inglaterra) com pontapés para onde está virado e o Adrien que tem pulmão e coração que não mais acabam. E não deixou jogar a Croácia.
É o que nos fazem, frequentemente. Deixa-os jogar, dá-lhes a bola para eles correrem e fecha-te como o caracol. Depois com a bola no pé é tentar.
Por uma vez, o cínico, teve um pampejo de lógica e meteu o Renato. Fresco, no meio da fadiga geral, começou a levar a bola lá à frente. A seguir, agora já com o cinismo todo, meteu o Quaresma ( estás a ver até meti o Ricardo).
Não sei se sabem mas o cínico é crente, acredita em milagres e na Senhora de Fátima. Não está com meias e mete o Danildo a jogar ao lado do William a ver se ia para o prolongamento. Defender, defender até às grandes penalidades.
Mas há milagres e o crente acredita e sabe que há milagres. O Quaresma roubou uma bola junto da nossa área( ele que muitas vezes não joga porque não defende), passou-a ao Renato que correu 40 metros com ela e que, à entrada da área, tinha três matadores para a receber. Como é jovem achou que o melhor mesmo era passá-la aos três( o respeitinho é muito bonito). Deu-a ao Nani, que a deu ao Ronaldo, que a deu ao Quaresma. Ganhamos.
São assim os cínicos. É claro que estou doido de alegria. Já perdi tantas vezes quando merecia ganhar.