Há quem, no PSD, queira ser o vice de António Costa num qualquer governo. Para isso vão apresentando estratégias mas não vão a votos.
António Costa beija Catarina às 2ªs, 4ªs e 6ªs e Cristas às 3ªs, 5ªs e sábados. Telefona a Jerónimo ao domingo. Agora há quem no PSD, deseje que Costa deixe tudo pelo PSD.
É hoje claro que a estratégia de Costa a curto prazo é viabilizar a posição comum mas, a médio prazo, com a economia a definhar, como já se está a ver e todas as instituições projectam, só um largo consenso nacional pode injectar confiança e dinheiro na economia. Isso faz-se sem PCP e BE mas com o PSD.
Mas Costa quer continuar a mandar e se com PCP, BE e mesmo com CDS é natural que mande com o PSD terá que ganhar primeiro eleições. E aí é que a porca torce o rabo. Com o que se anuncia da sua governação Costa só poderá formar uma posição conjunta no parlamento com mais do mesmo. E aí estaremos onde estamos. Não há dinheiro nacional, o investimento estrangeiro não vem e as reformas estruturais serão impedidas por PCP e BE.
O desemprego que está há sete meses a crescer vai ser o detonador do frágil cimento que por enquanto une a maioria parlamentar. Catarina, na 3ª feira na Assembleia da República confrontou o Primeiro Ministro com isso mesmo. É tudo muito bonito, a devolução dos salários e pensões mas, se não se cria emprego, isso serve de pouco. Estamos a dar a quem tem rendimentos mas a negar a esperança a quem está desempregado. E a tirar ao sector dos bens transaccionáveis para dar aos sector dos bens não transaccionáveis.
Com desemprego a crescer, exportações a caírem e importações a crescerem por via do aumento do consumo, quem quer ser vice de António Costa ? Parece que há no interior do PSD quem queira. Paz às suas almas.
Os alertas são mais que muitos. Se a DBRS, agência de notação financeira, baixar o rating para "lixo", como avisa, um novo resgate é inevitável. Isto quando o país reverte as medidas tomadas e devolve salários e pensões com dinheiro que vai buscar a novos impostos indirectos.
E o desemprego cresce, à medida que a economia definha. É este o quadro que é pintado pelas instituições financeiras nacionais e internacionais. O governo desvaloriza.
Uma revisão em baixa da única classificação de investimento terá graves consequências junto dos investidores.
Para o governo a salvação está na execução orçamental de Jan/Fev que, curiosamente, foi feita em duodécimos, isto é, com o orçamento do governo anterior visto não estar aprovado o orçamento para 2016.
No relatório, o FMI diz estimar um défice orçamental no final do ano de 2,9% caso o Governo português não apresente novas medidas de controlo orçamental. Um valor que fica sete décimas de ponto percentual acima do previsto pelo Executivo de António Costa (2,2%).
Há tantos processos a envolver socialistas e outros figurões que só quem anda distraído é que pode estar perplexo. António Costa coloca a Polícia Judiciária na tutela do governo com o pretexto de unificar a direcção ao combate ao terrorismo. Magistrados do Ministério Público e PJ reagiram violentamente.
António Costa passará a ter acesso aos processos em segredo de justiça. Basta lembrar os processos em que está envolvida tanta gente conhecida para que a narrativa seja perigosa. Bem pode o primeiro ministro dizer que resistirá a essa tentação mas todos nos lembramos das escutas no Processo Casa Pia em que o actual PM foi apanhado em conversas prometedoras.
Exactamente no momento em que Ministério Público e Polícia Judiciária mostram serviço o PS não resiste ao que sempre fez. Controlar as polícias. Ainda temos presente como altos dirigentes rasgaram documentos e destruíram escutas num processo que envolvia o então PM socialista.
É a separação de poderes que está em causa e com ela o estado de direito e a Democracia. Parece que o PS tem uma fixação para controlar a investigação criminal lamentam os sindicalistas