Bem podem esperar sentados os sindicalistas que, pertencendo a órgãos directivos da CGTP, pedem mais abertura e democracia no seio da maior central sindical. O presente governo é uma oportunidade referem os sindicalistas.
Os sindicalistas defendem ainda que “a construção da unidade e dos denominadores comuns de acção colectiva se fundamente no reconhecimento de que todas as opiniões contam, que os problemas devem ser enfrentados e debatidos e não ignorados” e a diversidade deve ser reconhecida e usada para fortalecer a CGTP-IN e a democracia sindical.
“Os trabalhadores precisam de uma CGTP-IN mais aberta, mais democrática, mais disponível para o diálogo com a sociedade, com os agentes políticos e com as outras organizações sindicais e movimentos sociais”, diz o manifesto, que defende a revitalização do sindicalismo.
Os sindicalistas minoritários da CGTP salientam ainda que “é tempo de abandonar uma neutralidade formal sem sentido e promover a filiação na Confederação Internacional dos Sindicatos (CSI)”.
Entre o PCP e o BE há uma espécie de relação que consiste em fazer de conta que não disputam o mesmo eleitorado ou parte dele. Francisco Louçã e João Semedo é que não acham graça nenhuma :
Nós podíamos apresentar um candidato ou uma candidata assimmais engraçadinha, portanto, enfim… Em que fosse fácil, com um discurso ajeitadamente populista, aumentar o número de votos…”, atirouJerónimo de Sousa.
“Magoa-me a frase de Jerónimo, sobretudo porque nunca esperaria isso da parte dele”, atirava o fundador do Bloco Francisco Louçã, num artigo de opinião escrito para o jornal Público.
João Semedo juntar-se-ia ao seu antecessor para criticar “as recentes e infelizes expressões de sectarismo e arrogância por parte de dirigentes do PCP”. “Os eleitores não compreendem e não aceitam que um partido tãotolerante com os ditadores de Angola ou da Coreia do Norte seja tão inflexível na relação com as forças de esquerda. À esquerda, a eleição de Marcelo acrescenta novas razões para juntar forças e não para separar, afastar, dividir”, sublinhava João Semedo, num artigo de opinião publicado na revista Visão e, entretanto, replicado no Esquerda.net.
Segundo a Joana Mortágua o acesso aos hospitais privados deve ser um privilégio exclusivo dos funcionários públicos via ADSE. É que o alargamento da ADSE a outras camadas da população prejudica o SNS empurrando os doentes para os privados.
A Blasfémia é a melhor defesa contra o estado geral de bovinidade
Portanto o acesso facilitado a hospitais privados deve ser um privilégio dos funcionários públicos?
A não ser que António Costa seja mesmo o tal estadista/negociador e tem na manga argumentos que nós nem sonhamos ou então é um dos maiores estroinas que chegou a primeiro ministro. Transformou o governo numa central de promessas. Abre a porta à nacionalização do Novo Banco; nacionaliza os transportes públicos incluindo a TAP ; distribui subsídios a esmo ; quer que as empresas de energia passem a pagar os serviços sociais do estado para além dos impostos que já pagam; aumenta salários e pensões. E tudo isto sem aumento de carga fiscal porque a economia vai crescer muito, tanto que ninguém acredita. Mas o governo lá vai cego e surdo como se pode ver aqui. "O crescimento nas economias centrais da área do euro continua lento"
E como Portugal depende do que se passa na Alemanha, na Espanha, na Itália e que Angola afundou bem como o Brasil, países que são os melhores mercados para as nossas exportações, está mesmo a ver-se que quem tem razão é o governo ao prever um crescimento acima dos 1,5%, coisa que mais ninguém prevê.
O resultado destas experiências é sempre ruim: mais impostos, menos iniciativa individual, menos liberdade, mais dependência do Estado, mais mediocridade. Muitos erros foram cometidos nos últimos anos mas António Costa não aprendeu nada. Ou então dá o país pelo seu lugar de primeiro ministro.
O PCP e o BE querem a restruturação da dívida e a nacionalização do Novo Banco que sabem não ser possível e que só tem como objectivo atarraxar o governo junto de Bruxelas. Os sindicatos da Administração Pública fazem a parte deles que consiste em atarraxar o governo internamente, exigindo " ... que se desenvolva a discussão do impacto da reposição do horário das 35 horas, o fim do regime de requalificação, o desenvolvimento da formação profissional, a precariedade laboral na Função Pública e a revisão do sistema de avaliação.
As carreiras, a tabela remuneratória única, as admissões na Administração Pública, a ADSE e a Caixa Geral de Aposentações são as outras matérias que deverão ser negociadas no âmbito do acordo hoje estabelecido.
Tudo medidas com impacto financeiro e orçamental. O próximo aumento de impostos vai ser no IVA?
O PCP quer o Novo Banco nacionalizado e o BE quer renegociar a dívida. Dois tiros no porta aviões. O PS vai dizendo que está aberto a discutir os assuntos. A dívida discute-a quando e se a Comissão Europeia o fizer . Por enquanto só há negociação da restruturação da dívida para a Grécia no quadro do 3º resgate em curso. Quanto à nacionalização do Novo Banco, Bruxelas parece entender que a banca portuguesa deverá ficar sob controlo da banca espanhola.
O BCE, com uma aparente passividade das autoridades portuguesas, defende actualmente que a actividade bancária em Portugal deve apenas ser repartida por quatro bancos: Banco Santander, BBVA, Caixa da Catalunha e Caixa Geral de Depósitos. Significaria isso que aproximadamente 80% do financiamento empresarial em Portugal ficaria não só em mãos estrangeiras, como ficaria dependente de apenas um único país estrangeiro.
A nacionalização do Novo Banco impediria a sua compra pelo Santander. No Banif houve mais interessados que foram afastados por interferência directa de Bruxelas. E qual será a posição de Bruxelas quanto à possível nacionalização ?
Não custa perceber que vamos ter aqui duas duras batalhas de onde ninguém sairá airosamente. De mal com Bruxelas por amor do PCP e do BE ? Não me parece. António Costa não irá contra a Europa.
Durante estes meses de governo PS com apoio do PCP e do BE as políticas anunciadas limitaram-se a reverter as implementadas pelo governo anterior. A verdade é que não podia ser de outra forma. O Prof Joaquim de Aguiar explica esse facto de forma superior
PS, BE e PCP já sabem que não governam, só impedem que outros governem. Do pântano de 2002 e da bancarrota de 2011 passou-se para o rebentamento dos canos de esgoto em 2016. Correrá mal a todos e por muito tempo.
A Comissão Europeia inclui Portugal no grupo dos países em risco. Com a entrada em funções do Novo Governo e as primeiras medidas de António Costa, podem dar-se novos focos de tensão entre o governo e Bruxelas, em pontos específicos no mercado de trabalho.
A taxa de desemprego continua alta (12,2%) e o seu valor de referência é de 10%. Desemprego jovem e de longa duração apesar do crescimento da economia em 2015 ( 1,5%)
Perante os previsíveis avisos da Comissão, o governo terá de definir medidas até abril. Paralelamente ao Programa de Estabilidade - o documento de cariz financeiro onde o Governo terá de pormenorizar medidas adicionais caso a execução orçamental dê sinais de derrapagem - o Executivo terá de entregar nesse mês o Programa Nacional de Reformas, com medidas de cariz mais estrutural.
Já em Abril ou mais tarde em Set/Out (preparação do orçamento para 2017) não faltará quem queira saltar da "posição conjunta" que sustenta o governo e Costa terá que escolher entre Bruxelas e os seus parceiros .
A taxa do desemprego vai nos 12,2% mas não é suficiente para atrapalhar os nossos políticos. Mais para estes, mais para aqueles, mas criar postos de trabalho nem uma palavra. Será porque os desempregados não têm voz que chegue ao céu?
Este é o grande problema do país há dezenas de anos. A emigração está aí para o comprovar, não é de hoje nem de ontem que milhões de portugueses saiem do país para encontrar trabalho. E depois de todos os subsídios, empréstimos e carga fiscal terem batido records e terem sido queimados em obra pública, por natureza precária, o desemprego não está no centro das preocupações dos políticos.
Enquanto o empreendorismo, na indústria, na agricultura, no mar não for incentivado e facilitado pelo estado continuaremos assim. Olhar para o lucro como o demónio e não perceber que sem lucro não há impostos nem novospostos de trabalho
“Ou o Governo governa ao centro, [como aparentemente tem feito, e terá condições para resolver os problemas da economia portuguesa (e do desemprego), ou] o PCP e o BE governam [por intermédio do PS] e teremos no futuro um problema, com mais desemprego.
Convem que os camaradas Jerónimo e Catarina não odeiem a iniciativa privada. Basta olhar para os países que lhes servem de exemplo. Todos na miséria.
A taxa de juro está novamente acima dos 3,5% e a verdade é que, subindo e descendo já não sai deste patamar . Para uma dívida com a dimensão da nossa isto é pouco menos que uma tragédia. Com a discussão de um orçamento que devia ser um documento de esperança e de estabilidade mas que só está a lançar o descrédito.
Os juros da dívida nacional estão novamente a subir. A taxa a dez anos está de novo acima dos 3,5%, destacando-se nas subidas entre os pares europeus. Um agravamento que acontece no segundo dia de debate do Orçamento do Estado no Parlamento. E numa altura em que tem sido colocada em cima da mesa a discussão sobre a renegociação da dívida.
Nos últimos dois meses quase duplicou. É preocupante e não anuncia nada de bom.