Na Grécia o Syriza cresceu à conta, principalmente, do partido socialista. Em Espanha o Podemos cresce à conta do PSOE. Em Portugal nascem partidos em confronto com a esquerda tradicional.
"Há diferenças entre Podemos e Syriza, mas um elemento em comum: ambos absorveram o eleitorado comunista e estão a conquistar o espaço político dos socialistas. Na Grécia, as primeiras vítimas foram PASOK e KKE, que em 2009 somaram mais de metade do eleitorado grego e agora têm apenas 9,5% (somados). Em Espanha, a IU ameaça implodir e o PSOE surge nas sondagens em terceiro lugar, com uma votação muito inferior aos valores tradicionais."
Em Portugal temos o BE que se pulverizou em vários novos partidos e movimentos. O PCP contenta-se com os seus 10% e a força que tem nos sindicatos e em tudo o que é "público". O PS anda a fazer de conta que não percebe o que dizem as sondagens após três anos terríveis de governação da maioria PSD/CDS. Aliás, António Costa dá mostras de desorientação como se viu na última semana mais uma vez. Passou de ex- Pasok a ex-Syriza numa só semana e já diz que não interessa ser de esquerda ou de direita.
Os Populistas têm uma situação que já não é a que era e ainda não é a que vai ser . O melhor mesmo é prometer tudo e depois logo se vê.
António Costa anda completamente às aranhas. Agora já não é Pasok nem Syriza e, como não tem alternativa, diz que : "não é uma questão de ser radical ou não ser radical, não é sequer uma questão de ser de esquerda ou ser de direita, é uma questão de ser patriota e de ter ou não ter centradas as atenções na defesa dos interesses da economia nacional".
Ando a dizer isto há muito tempo, pouco interessa que seja de esquerda ou de direita, seja público ou privado, o que interessa mesmo é melhorar a vida às pessoas. Chega-se a esta conclusão quando temos a humildade de não conhecer nem conseguir estruturar uma alternativa válida. E como se viu durante os últimos quatro anos não apareceu ninguém com uma alternativa credível.
Costa larga da mão o Pasok porque este teve 4% dos votos e abandona o Syriza porque não embarca em aventuras. Logo que conheceu o programa do Syriza percebeu que não se pode governar contra os restantes países do Euro nem contra 75% dos Gregos que querem continuar na Zona Euro.
A António Costa resta-lhe apresentar o tal " Programa para a década" onde tem que optar entre embarcar na operação BCE e no Programa de investimentos Juncker ou seguir as últimas instruções do FMI.
Pobre Costa. Com a economia a crescer e a consolidação orçamental a afirmar-se vai ter que sair do conforto habitual.
As terras regadas pelo Alqueva estão a registar colheitas recorde a nível mundial em vários tipos de produtos. Um caso exemplar é o milho que regista produtividades só igualadas nas terras da bacia de Paris e na zona norte do Texas nos USA.
Uma terra virgem, livre de químicos e de fungos ; abundância de água entre a Primavera e o Verão ; e uma exposição solar prolongada induzem a uma produção de alimentos mais saborosos e que chegam ao mercado duas a três semanas antes da concorrência. E chegam a preços concorrenciais pois o custo da energia nos países a norte de Portugal, pesam ( como temos sol não precisamos de outro tipo de energia ). Mesmo com o custo do transporte entre o Alentejo e os destinos europeus, o negócio em Alqueva compensa.
Mas o mais interessante é que ainda estamos numa fase embrionária. Ou seja, aqueles 110 mil hectares que estavam servidos de água até final deste ano (68 mil actualmente, a que se irão somar outros 20 mil na primavera) ainda têm muito para dar. Há luz verde para mais 60 mil hectares para o regadio. Mas não se pode esquecer que o Alentejo tem 3 milhões de hectares de terras aráveis.
Há terras, há dinheiro, há projectos, só falta dar as prioridades correctas. E há tanto dinheiro esbanjado em autoestradas sem carros, em rotundas grotescas e em pavilhões gimnodesportivos num país que não tem mais que três meses de chuva e frio. ( Expresso)
Pergunta o socialista Vital Moreira : A receita do Syriza é uma verdadeira provocação aos demais países da zona euro. Quer acabar a austeridade orçamental e gastar mais dinheiro, muito mais; só que o não tem. A solução salvífica seria renegar metade da sua dívida - que hoje está maioritariamente nas mãos do BCE e dos demais Estados-membros, incluindo Portugal - e deixar de pagar juros da restante. Mas quer que aqueles a quem pretende "pregar o calote" lhe continuem a emprestar mais dinheiro para manter o défice orçamental! Isto faz algum sentido?
Sucede, porém, que o Syriza quer permanecer no euro sem cumprir as respetivas obrigações quanto à consolidação das contas públicas e ao equilíbrio das contas externas, que dependem tanto da disciplina orçamental como do desempenho da economia. Não somente não quer continuar a cumprir o programa de ajustamento económico e financeiro, como quer voltar atrás. O problema é que não pode ter as duas coisas ao mesmo tempo.
É um cenário optimista ? Basta que as coisas corram bem não é preciso milagre nenhum. E como consequência uma descida significativa do desemprego.
O relatório do FMI mostra que não está contente com a realidade da execução orçamental de 2014. Foi bastante melhor do que o FMI previa em Out/Nov. Mostra que tem maus fígados. O melhor mesmo é pagar o empréstimo e ficarmos com as instituições europeias. As eleições legislativas podem ser uma tentação para o governo tomar medidas populistas. Esperemos que não, pelo menos que não ponham em risco o que se fez até agora.
Claro que há a ajuda da baixa do preço do petróleo a qual o governo não controla mas pode-se dizer, que controla todas as outras variáveis. É notável. E o preço do petróleo veio para ficar pelo menos não teremos mais o preço do barril acima dos 80 dólares. O preço considerado no orçamento é de cerca de 97 dólares/barril mas o país está a comprar a 46 dólares/barril. E as compras já efectuadas em Nov/Dez são para entregar em Março. Podemos pois contar com um preço médio no 1º trimestre bem abaixo dos 97 dólares.
Eu acho bem que a almofada poupada depois de garantido o défice de 2,7% seja devolvida aos contribuintes. E devolvia ao longo de 2015 conforme a execução orçamental mostrasse estar em linha com os objectivos.
Populismo ? Depois de saber a que se propõe o PS, que já deixou cair o partido irmão e aplaude com ambas as mãos o Syriza, digam-me coisas...
O FMI insiste em mais cortes na função pública, nos salários e nas pensões. Não acredita no orçamento para 2015. Mas a verdade é que quem tem andado mais longe da realidade são as previsões do FMI.
O povo grego já se revoltou e nem assim o FMI aprende. E já há quem dentro da instituição critique os tecnocratas que não conseguem ir além dos números. No que diz respeito a funcionários do Estado, o FMI considera necessária uma “reforma mais ambiciosa das remunerações e carreiras do sector público”, de forma a “garantir a sustentabilidade da massa salarial” e um sistema mais “meritocrático”.
A UE não está já noutra onda, a do crescimento com as medidas do BCE e do Plano de Investimentos Juncker?
O peso do serviço da dívida em Portugal é bem mais pesado que na Grécia depois desta ter beneficiado do perdão parcial e do prolongamento nos prazos. O problema é não ter conseguido baixar o seu nível de taxas de juro que a 10 anos está em 10% enquanto que em Portugal anda nos 2,6%. Isto é, enquanto não conseguir ganhar a confiança dos mercados a Grécia não sai do problema.
Por outro lado a economia do país caiu 25% com o consequente desemprego que arrastou para a miséria milhares de famílias. Este problema não se resolve a curto prazo e os programas do BCE e do Plano Juncker de Investimentos chegaram com dois anos de atraso. O problema social não se resolve por decreto nem com um milagre.
Por outro lado o país já conseguiu por dois anos consecutivos saldos primários positivos e a economia está a crescer (o,6%). Tudo isto se pode perder se o bom senso não prevalecer. Muita coisa pode mudar para melhor mas não se vê como pode o Tyriza responder a estes magnos problemas que precisam de tempo e persistência. E dinheiro que a Grécia não tem.
O crédito começa a chegar à economia induzido pelas medidas do BCE. É uma boa notícia, sem mais e melhor crédito a economia não arranca.
Acreditem ou não, o ciclo de crédito na zona euro está a virar“, comenta Frederik Ducrozet, economista do Crédit Agricole em nota enviada aos clientes. Já no dia 20 de janeiro foram divulgados dados, também pelo BCE, que indicavam que, pelo terceiro trimestre consecutivo, tinha havido um aumento da procura e, também, uma maior apetência dos bancos por conceder crédito.
“estamos a ver o ímpeto negativo a ficar para trás das nossas costas“. Peter Praet acrescentou que estes indicadores ajudarão a suportar a sua expectativa de que a inflação, atualmente em níveis negativos, “terá o ponto de inflexão no terceiro trimestre”, graças aos “instrumentos poderosos” utilizados pelo BCE.
Por não conhecer suficientemente o problema, não tenho opinião formada acerca desta tão falada “Prova de Avaliação de Conhecimentos e Capacidades”
É fácil dizer que os professores não podem exonerar-se daquilo que é exigido à generalidade dos profissionais – sujeitarem-se a avaliações. É difícil, também, não concordar.
A coisa torna-se mais complicada quando se questiona qual a forma ou o método que permitam uma avaliação eficaz e objectiva, tanto quanto objectivo se possa ser quando está em causa uma actividade cujas tarefas são desenvolvidas em circunstâncias completamente diferentes consoante a zona do país, as condições sociais e económicas dos alunos, o seu enquadramento familiar ou o seu passado académico.
Ainda não ouvi a ninguém qual essa forma ou método, sendo certo que não o é, seguramente, o elaborar de relatórios ou preenchimento de papeladas.
É evidente que não é admissível que um professor cometa vinte erros ortográficos numa frase, por muito extensa que seja, como é inaceitável que alguém proclame “tenho, muito orgulho em ser professor à dez anos”. Seguramente que quem o escreve não sabe, em bom rigor, no que diz ter orgulho.
Mas esta prova está inquinada de um vício básico - o considerar-se que, para além das habilitações académicas e uma vez estas adquiridas, os candidatos a professores devem demonstrar que sabem escrever correctamente.
Na verdade, de qualquer licenciado, seja qual for a sua área, deve esperar-se o bom domínio da língua portuguesa, cujo conhecimento deve ser ministrado bem cedo, no ensino básico, e cuja inaptidão deveria ser determinante da exclusão de acesso a graus superiores.
É grave um professor não saber escrever? Claro que é. Como é igualmente grave que o não saiba um jurista, um médico, um jornalista ou qualquer elemento de classe profissional que confira ascendente social ou acesso a meios de comunicação pública.
Ainda hoje ouvi na rádio um licenciado, creio até que doutorado, titular de um importante cargo público, dizer repetidamente “tem que”, quando deveria ter dito “tem de”. Um preposição ou a sua contracção com um artigo não são o mesmo nem exercem a mesma função que um pronome. Isso é básico.
Portanto, o problema não está em que há professores que não sabem o básico. O problema está em que há licenciados, de todas as áreas, que não sabem o básico. Esse problema não se resolve com provas de acesso, mas com um ensino exigente e exames de avaliação sérios.
Quem não sabe escrever nem no ensino secundário deveria poder ingressar.
O que urge é acabar com a leviandade e o negócio em que o regime de Abril transformou o ensino.
Claro que dói. O antibiótico e o analgésico curam a dor de dentes. Mas só a broca e o alicate resolvem o problema.
Causa apreensão esta fúria no controlo da fraude e evasão fiscal das empresas e dos cidadãos. Os prémios, a inversão do ónus da prova, as penhoras apressadas, tudo mete algum medo. É uma espécie de "Big Brother fiscal". Onde termina o controlo sem atropelo dos direitos democráticos e começa a prepotência?
(...) o que implica um reforço significativo da eficiência fiscal que o Governo pretende atingir com as novas medidas e, sobretudo, com os cruzamentos informáticos, de forma sistemática, das declarações fiscais dos contribuintes singulares e colectivos. É mais um exemplo (outro é a confirmação de despesas de saúde através do número de contribuinte) da utilização maciça de dados pessoais e empresariais - ‘Big Data' - na área fiscal.
Entretanto as grandes empresas e grupos económicos fazem planeamento fiscal( que de tão arbitrário a maior parte das vezes é fuga ) com os instrumentos que lhes é dado via legislação e ou fogem para paraísos fiscais.