Mário Soares já o mandou tirar um doutoramento porque o lugar de candidato a Presidente da República está reservado para António Guterres. E o lugar de Primeiro Ministro é uma ferida aberta na sociedade. É, aliás, estranha aquela primeira fila de deputados na AR. Que mal abrem a boca levam como resposta com a bancarrota, com as pensões mais baixas congeladas, com o salário mínimo nunca aumentado, com os famosos PECs e com a assinatura do memorando da troika. É uma grande ajuda à maioria do governo aquela primeira fila de deputados. As suas vozes parece que vêem do Além...
"Visto como um perigo ambulante, um homem-bomba à beira de explodir a qualquer momento, por ignição da pendência dos processos que usou, José Sócrates pode estilhaçar a pose de Estado de António «pá-talvez-o-teu-irmão-seja-altura-de-procurar-o-Guerra" Costa, cultivado nos média controlados. O socialismo radical venera Sócrates, mas prefere vê-lo num altar distante do que aprisionado nas suas desgraças, transmitindo, da quarentena, o Ébola ao resto da tríade. Para os socialistas radicais é bom que Sócrates fuja; para os patriotas é ainda melhor que Sócrates fique, na miséria faustosa engaiolado."
Não viu nada no BPN, no BES e no BCP... embora a sua função seja de "supervisão e prudencial". E seja uma institucão cheia de pergaminhos por onde passa a nata com as devidas mordomias. Mas não julguem que deixa a "prudência" por mãos alheias. Nem pó . Constâncio foi "prudentemente" para o Banco Central Europeu, para vice-presidente, pois então. Carlos Costa foi apanhado por um seu vice-governador que foi demitido mas que continua "prudencialmente" no seu lugarzinho. E agora temos dois directores "prudenciais" que saíram para não serem demitidos mas que foram para lugar seguro. A empresa privada a quem o Banco Prudencial, desculpem, de Portugal, desculpem...entregou um trabalho pago prudencialmente sem concurso público.
Tudo prudencial, ficar de bem com a "prudência" e o "vício" um exercício a que só alguns conseguem chegar . Quanto ao governador actual manda a prudência esperar para ver. É que do outro lado da balança há gente de peso a "fazer de morto". Prudencialmente!
Confunde tudo no que diz respeito ao investimento. Quantos quilos são daqui ao Porto ? questiona Poiares Maduro ironizando com a "gafe monumental" que Costa insiste em manter. É verdade que sendo um jurista não é obrigado a ser um expert na matéria mas tem assessores economistas que o estão a empurrar para o ridículo.
Portugal é o país que melhor execução tem dos subsídios (84%). Nem sempre terão sido bem aplicados e, Costa, se tivesse feito o trabalho de casa de certeza que teria muita e interessante matéria para criticar. Mas continua à janela da câmara . Não temos presidente da câmara nem líder da oposição como se viu nesta discussão do orçamento. Pois se quem discute o orçamento foi quem levou o país para a bancarrota ...
Entretanto e ao contrário do que defende, a economia continua a crescer e o desemprego a diminuir. Acerca destes assuntos não tem opinião. O próximo ano tem que ser para António Costa um tirocínio sobre a governação. Para já revela-se mal preparado e a "Quadratura do Círculo" uma armadilha . Pacheco Pereira, ressabiado não é boa companhia para ninguém e Lobo Xavier é um adversário temível .
Pires de Lima tem credibilidade. Não precisa de ser ministro, é um gestor com obra reconhecida. O que ele diz é apoiado por muitas instituições por esse mundo fora: "reforço de competitividade" é "assente em dados económicos reais e constatado internacionalmente" em 'rankings' como "o Índice de Competitividade Global, do Fórum Económico Mundial; o Fazer Negócios do Banco Mundial; o Índice de Regulação dos Mercados de Produtos, da OCDE; e o Índice 'Melhores países para fazer negócios', do instituto americano Forbes".
A economia está a crescer assente em três motores : exportações, consumo interno e investimento. O ministro está convicto que o desemprego continuará a baixar o que é a melhor das notícias .
Vieira da Silva (ex ministro do anterior governo) fala na "falta de confiança" dos portugueses ( empresários e famílias) quando o INE veio dizer que a confiança está ao nível mais alto desde 2008. Bem sabemos que é mais dificil apresentar propostas alternativas mas o PS acha que basta "fazer de morto". Mas um ano é muito tempo. Vão ter que fazer opções e oxalá as façam a bem do país.
Demasiado cedo, dizem alguns. Nunca é cedo para melhorar a vida de alguém, isso é verdade, mas eu gostaria que a par dessa viragem, se limpassem as gorduras do estado. É sabido que Portugal é um país com demasiadas desigualdades. E depois de todo o dinheiro que entrou no país não me venham dizer que a desigualdade é por falta de riqueza para repartir. Mas o que todos nós vemos é que quem está melhor não abre mão dos "chamados direitos adquiridos." Não sei se podemos titular de adquirido algo que atira para a miséria grande parte dos nossos compatriotas. Porque não vale a pena fazer de conta que não se percebe. O que muitos ganham acima das suas necessidades é o que falta aos que não ganham sequer para chegar ao fim do mês.
Esta manhã, por momentos, fui tentado a pensar que tinha transcorrido mais um ano da minha vida, sem que disso tivesse dado conta. Catorze meses em que não fruíra do dom de estar neste mundo transitório, gozando dos seus prazeres, contribuindo na modéstia do meu engenho para o bem comum, se bem que, por outro lado, isento de arrostar com as correlativas agruras.
Ouvindo a reportagem do debate da Antena 1, durante uma das suas costumeiras e inúteis intervenções, impedindo que fosse escutado o que interessa – as intervenções dos deputados – uma jornalista, de nome Flor, que até pode ser flor que se cheire, mas não inebria pela oportunidade ou pelo rigor, afirmou, a dado passo: “Em 2016, o mandato do primeiro-ministro acabou”.
Não sei que escolaridade a Senhora terá cumprido, mas, hoje, os jornalistas são tidos como dos profissionais mais letrados.
São tidos.
Aquela estação integra o “Serviço Público” que estipendiamos generosamente, e do qual se esperaria um tratamento adequado da língua. Para que, quem não teve a oportunidade ou não a quis aprender, se habituasse a ouvi-la com correcção e, dessa forma, a assimilasse.
Não sei se o Nogueira das manifestações, dos protestos e das catilinárias infrenes ainda se lembra de como se ensina e se ainda se dá conta dos muitos dislates que ouvimos daquele “Serviço Público”. Se, ao fim e ao cabo, ainda sabe ou alguma vez soube, do disparate que a expressão constitui.
Mas ficar-lhe-ia bem protestar por eles. Porque se trata de mal do sistema de ensino de e péssimo “Serviço Público”. E o governo é responsável.por ambos.
Entretanto, ousemos ter esperança de que, em 2016, a dita Flor e outros já tenham aprendido que existe um tempo verbal que se designa por “futuro perfeito”.
O subtítulo tem dois significados. O primeiro, é simples: escrevo este texto no dia 2 de Outubro e o debate do orçamento será a 15 de Outubro deste ano de 2014. Há também um subentendido: quem manda nesse país: a Constituição, as leis criadas no dia-a-dia pelo PM eleito em 1911, ou as finanças, por outras palavras, o executivo da República na pessoa dos seus ministros, dos quais três já deviam ter sido substituídos, especial mente os relacionados com a educação das crianças, os subsídios para a investigação e quem subvencionas a coisa (res) pública com novos impostos. Educação, Justiça e finanças, fora! Bem sabemos que o povo português tem apenas como património a sua força de trabalho, a sua prole que deve ser educada, o resolver antagonismos e os subsídios que são entregues a industriais. O poder executivo nem tem cara para sorrir, porque são apupados pelo povo, com a exceição dos industriais que os apoiam com dinheiro do lucro que retiram da mais-valia do povo trabalhador. Não sou bruxo, tenho palpites. Palpite que me diz que deve ganhar o debate quem melhor se entenda com a crise financeira que se vive na Europa, essa praga de Portugal. Como no Chile. Faz pouco tempo, começou o ano 2013 a corrida para a Presidência da República. No tempo da ditadura, todos os partidos democratas juntaram forças para derrubarem um ditador que faleceu réu de crimes de sangue, mas faleceu como delinquente. Nas mãos da justiça. Com a democracia restabelecida, os partidos deram aos seus candidatos poderes muito pessoais e a Concertação Social começa a diluir-ser, após o mandato de quatro excelentes Presidentes da República socialistas e um democrata cristã, mais virado para o socialismo que para as falanges. Será que esta arrogância precipitada vai abrir as portas a quem sempre ficou em segundo nas presidenciais e que une todo o fascismo que governou o país durante 20 anos? Precipitações pouco esclarecidas. A diferença entre fações é imensa. A concertação, une; o fascismo desune e mata. Em Portugal, em carta enviada por mim ao actual Primeiro-ministro, admoesto denuncio e na parte final do texto digo que o PSD e o PS não me parecem andar de mãos dadas, mas sim muito juntas, que até o calor de uma passa para a de outra. Custa-me acreditar, a mim socialista científico e social-democrata, que os sorrisos prévios e essas humildades rapidamente aparecidas e o medo da dama de ferro por parte de um PM que, em público, reconhece faltas que nunca cometera ou assim parece. Tenho acesso directo à democracia portuguesa, tenho a honra do Governo me ter feito português após 31 anos de prestação de serviços ao país, trocando a minha Universidade de Cambridge por um ISCTE que, hoje em dia, todos vemos como cresceu e se unificou, excepto no espírito comunitário que faleceu lentamente devido à morte não anunciada: o neo-liberalismo. Voo cego que tem apenas uma saída: a soberania e os seus descontentamentos. Palavra que faz tremer os que nos pretendem governar. Governar é saber gerir as contas do Estado, velar pela serenidade da nação e estar sempre atento a que ninguém, mas mesmo ninguém, tenha falta de trabalho. Infelizmente, quem nos governa é um grupo da, por mim denominada, cultura doutoral: advogados, economistas, médicos, sociólogos, e outras ervas, como a mais pesada, a tecnologia. Comunicam com o povo quando é conveniente, sem tempo nem hora. Nunca esqueço esse singular mandatário que inaugurou no país o sistema de presidência aberta e comunicava com o povo todas as semanas, sempre em sítios diferentes. Lega aos seus sucessores uma carga pesada, excepto ao mandatário anterior a este. Ele ia de camisa, à Perón de Argentina e sua populista mulher Eva, à Allende e Bachellet do Chile de hoje. Há apenas um caminho. A soberania e o seu descontentamento. A soberania nasceu pela mão de Thomas Jefferson e do Abade Sieyés, no século XVIII da nossa era, época em que as nações revolucionadas se governavam por comunas, como a de Paris de 1875 e antes, a dos iguais de Babeuf, em 1775. Nada disto permitiu à burguesia que derrubou a aristocracia e os ricos do mundo, a apropriação dos seus bens. A época das revoluções, essa mudança de poder de uma classe por outra, após a Revolução Francesa e a liberal de Mouzinho da Silveira, que Miriam Halpern Pereira explica tão bem mas não é ouvida: o seu saber passa a ser homenagens, louvores, mas nada do que diz entra na Constituição da República Portuguesa, como ela pretende. O que diz essa Constituição, a atual que refiro, porque as primeiras eram social-democratas e as de hoje cada vez menos: No artigo 1º da Reformada em 2005: Portugal é uma República soberana, baseada na dignidade da pessoa humana e na vontade popular e empenhada na construção de uma sociedade livre, justa e solidária. No artigo 3º, nºs 1 e 2: A soberania, una é indivísivel, reside no povo, que a exerce segundo as formas previstas na Constituição; O Estado subordina-se à Constituição e funda-se na legalidade democrática. Ou esse famoso nº 2, que hoje diz: A República Portuguesa é um Estado de direito democrático, baseado na soberania popular, no pluralismo de expressão e organização política democráticas, no respeito e na garantia de efectivação dos direitos e liberdades fundamentais e na separação e interdependência de poderes, visando a realização da democracia económica, social e cultural e o aprofundamento da democracia participativa», tendo sido retirada a este artigo a frase: democrática, que tem por objectivo assegurar a transição para o socialismo mediante a criação de condições para o exercício democrático do poder pelas classes trabalhadores. Com a soberania ganha para o povo, é estritamente gerida pelos doutores da Assembleia ou da Presidência. Não sou adivinho, ganhe um ou outro, como português, advirto do perigo do descontentamento que os planos neo-liberais causam. E ao Chile, esse meu outro país já quase inventado: atenção, o lobo existe, como os capuchinhos vermelhos. Lembro-me ainda da Constituição pré-ditadura no Chile, que, logo, no começo, definia que a soberania residia na nação e era delegada nas autoridades que a Constituição estabelecia. Não havia mudança possível sem plebiscito prévio, ontem como hoje. Em Portugal, a consulta ao povo é feita aos partidos que os representam e que são...doutores, excepto os poucos que não me corresponde definir e que serão os meus candidatos. Raúl Iturra Português por graça do Estado Catedrático do ISCTE-IUL – escritor da SPA ou Sociedade Portuguesa de Autores, CNRS, Paris, Unesco, Paris, CUP, Cambridge Membro do Senado da Universidade de Cambridge, Grã-Bretanha Professeur Invitée du Collège de France, Paris 30 de Outubro de 2014. lautaro@netcabo.pt
Temos que evitar Hollandices. Parece que a experiência francesa não foi suficiente e lá vamos nós mais uma vez dar lições ao mundo. A ANA, agora nas mãos privadas da VINCI francesa, não vai em OTAS nem em Alcochetes que custam milhões. Anda em reuniões com a Força Aérea e com a câmara do Montijo a relançar a sensata solução PORTELA+1 .
O presidente da câmara diz que está de acordo mas só como "solução provisória" porque é preciso não esquecer o "HUB" de Lisboa e a visão sobre o outro lado do Atlântico. Reparem bem no argumento. Vamos gastar milhões num novo e gigantesco aeroporto mas sem controlar variável nenhuma. Os espanhóis estão de acordo que o HUB, aqui na Península Ibérica, fique em Lisboa e não em Madrid ? E se não estão ( como é óbvio) que argumentos temos nós ? Somos maiores, mais ricos, temos mais gente, mais passageiros e mais aviões ?
E os passageiros brasileiros e angolanos vão exigir voar para Lisboa e não para Madrid ? E todos os outros passageiros das américas ? Até podem exigir mas como é que nós controlamos essa decisão depois de termos o novo aeroporto e investido os milhões se nada tivermos para a troca?
Ter um aeroporto dentro da cidade é um grande argumento, para os que têm pressa e para os que têm no lombo dez ou mais horas de viagem. E para o Montijo vão os "low cost" que esses não têm pressa nem dez horas de viagem. Mas não, temos que ter o "hub “O novo aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete é estratégico e tem uma importância muito grande para que Portugal se possa afirmar como uma plataforma atlântica de ligação aos Estados Unidos. Acredito nesta solução, mas também me agrada uma solução provisória na base aérea” . Isto não diz nada mas é lindo...
Entretanto cá andamos nós a trabalhar para o HUB em Lisboa
Foi tão burra, tão incompetente que só podia ser criminosa. Quem já esteve envolvido numa operação de migração informática sabe com o que pode contar. Que é mais ou menos o que aconteceu com o CITIUS. Numa empresa migra-se, em primeiro lugar, o que faz menos falta, depois remenda-se aqui e acolá e segue-se para a área seguinte. Num fim de semana, depois das áreas mais simples estarem instaladas vai-se às áreas operacionais.
Tal como escrevi aqui, na administração pública, com todos os bloqueios, más vontades e resistência à mudança, era de prever dificuldades, mas também é verdade que se a ministra não saltasse para dentro da piscina de uma só vez, nunca mais haveria CITIUS para ninguém. A dimensão da operação explica o resto.
Não é por acaso que, por exemplo, se mantêm a colocação dos professores ano após ano, centralizada. Colocar 120 000 professores em milhares de escolas dá o circo a que assistimos todos os anos. E sempre que se dá um passo na direcção certa da descentralização, eliminam-se uns problemas para aparecerem outros. Este ano foi uma fórmula matemática errada. Era tão simples ( a fórmula) que só por má fé é que estava errada.
É por tantas coisa destas que acontecem repetidamente na administração pública que, pessoalmente, percebo as estruturas paralelas que os decisores políticos se vêem obrigados a criar para escaparem ao garrote das corporações instaladas.
A burocracia do estado e a barafunda fiscal só prejudicam. É altura de deixar a economia respirar. As exportações continuam a crescer, alcançamos a independência alimentar . O Banco de Fomento é uma estrutura paralela à CGD. Não há confiança no banco público ? Saiam da frente.