As maçãs podres também contaminam as maçãs sãs. O Arsenal do Alfeite estava bem mas foi preciso ir em socorro dos estaleiros de Viana do Castelo. Resultado? Foram os dois para o fundo. "Ao longo dos anos, 32 milhões de euros foram transferidos para socorrer os Estaleiros de Viana, então já em dificuldades. “Lá se foi a modernização e a empresa foi-se degradando”, com o emagrecimento dos trabalhos para a Marinha e a saída do pessoal mais qualificado." E as contrapartidas dos submarinos podiam ter transferido tecnologia abrindo novas valências no Alfeite. Mas falhou tudo. Como habitualmente. Diz o Almirante que " “As ajudas de custo dos oficiais de Marinha em Kiel dão muito dinheiro…”, ironiza esse responsável. Há sempre uma boa razão.
Entrada directa do estado no capital do banco tal como aconteceu no BANIF onde o estado ainda é o maior accionista. Recurso ao dinheiro da Troika ainda disponível como empréstimo. E subscrição privada no próximo aumento de capital. A entrada de dinheiro público será a última hipótese, só avançará se for de todo necessário para acelerar a operação. O empréstimo com dinheiro da Troika custará ao banco cerca de 10% de juros.
O valor do BES está a cair aos trambolhões diários, qual deles o maior, é preciso parar com a hemorragia o mais depressa possível. A entrada de dinheiro público para repor os equilíbrios obrigatórios é o que oferece maior rapidez. Uma espécie de nacionalização parcial que deverá ser revertida no mais curto espaço de tempo. O Banco de Portugal está a trabalhar para apresentar o plano na próxima 2ª feira :O i confirmou que a solução da capitalização do banco pelo fundo da troika é neste momento a mais forte, apesar de não estar totalmente fechada". O que andaram a fazer os reguladores públicos e os revisores de contas privados durante todo este tempo? Sem cúmplices estas ilegalidades não são simplesmente varridas para debaixo do tapete.
Lemos a Ana Gomes e pasmamos com tanta visão. Um texto que é desmentido pela realidade um dia ou dois depois. Para quem é eurodeputada é uma visão de estadista. É, claro, que a Maria Luis Albuquerque não foi indigitada porque faz falta ao governo e o mesmo se diga de Paulo Portas. Passos Coelho disse não o que é frequente nele.
Maria João Rodrigues era uma boa candidata, sem dúvida. Lembro-me dela, alta, de sapato raso, no hall da entrada do ISCTE. Conseguiu uma larga experiência política e é conhecedora dos corredores de Bruxelas. Mas agora e como sempre a escolha partidária falou mais alto. Carlos Moeda, como comissário europeu pode ser útil ao país ? E pode facilitar a vida ao governo em 2014/2015 anos fundamentais para sair da crise ? E com eleições legislativas no horizonte? Moedas já fez o seu trabalho está muito mais disponível que Maria Luis e não faz falta ao governo. Compreendo que o PS gostasse de ver um dos seus no lugar mas as coisas são assim não são de outra forma.