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BandaLarga

as autoestradas da informação

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Ninguém é grande para o seu criado de quarto

E, no entanto, chegou a Presidente da França e casou com duas belas mulheres. A mãe dos seus filhos é, aliás, uma mulher interessantíssima. Então a que é devido este ruído todo? Porque a populaça pode perceber que o homem é igual a todos os outros. Que foram as circunstâncias da vida que o levaram a Presidente. A populaça pode perceber o que quer dizer " ninguém é grande para o seu criado de quarto"!

Se a populaça percebe isso pode perder-se o efeito da "roupagem" do poder, feita de pompa, estilo e circunstância. Que não é nas mãos dos homens de estado que está o segredo da sabedoria. É nas mãos dos indivíduos em sociedade que está a chave da felicidade e do progresso.

Como diz, frequentemente, um amigo meu "estou farto de resolver problemas a homens geniais".

As dívidas fiscais das grandes empresas pagavam os déficites todos

Bastaria que o fisco conseguisse cobrar metade das dívidas fiscais em atraso para que o ajustamento das contas públicas fosse concretizado. Sem cortes de salários e sem cortes de pensões. Claro que o primeiro impulso é empurrar o fisco para entrar em negociação com as empresas devedoras. Daí sairiam uns grandes cortes mas na receita dos impostos. Os devedores, que não estão de acordo com o montante do imposto, recorrem aos tribunais e, de recurso em recurso, vão empurrando a cobrança para diante até que apareça um perdão. Na esteira daquele dinheiro que para voltar dos off shores pagou 7%...

São estas expectativas que um estado incapaz, vai criando na cabecinha de gente pensadora, que sempre viveu à conta da ineficácia da máquina fiscal, senão mesmo da sua cumplicidade. Na minha vida de consultor encontrei-me com várias situações destas. Uma delas (já lá vão vinte anos ou mais) o meu objectivo era não deixar que o imposto fosse superior a uma centena e tal de milhares de contos. Qual não é o meu espanto quando, após uma semana de negociações, recebo uma chamada a perguntarem-me se recorreria se me fosse aplicado um montante que era dez vezes menos que o objectivo a que me tinha proposto.

Este estado que está em toda a parte tem que ser mau em toda a parte, como é óbvio.

As raízes do empobrecimento

O estado com os seus subsídios e os seus incentivos enganou-nos a todos. (...) A sociedade portuguesa moldou-se ao longo de décadas a um modelo estatista de economia e organização social. Os mecanismos comunitários de solidariedade foram substituídos por políticas centralistas, desfazendo o tecido social local. Os empresários aprenderam que o seu esforço seria mais bem aplicado a tentar obter subsídios do Estado do que a investir e inovar. Pessoas capazes e competentes trocaram os seus empregos no sector privado pela estabilidade e horários fixos de um emprego na Função Pública. A economia afastou-se progressivamente do seu potencial de crescimento, dedicando mais recursos à repartição e actividades pouco produtivas do que à produção. A subsidiodependência tornou-se no grande pilar oco da economia: do beneficiário do RSI ao construtor civil, todos se habituaram a ver no Estado o principal garante da sua sobrevivência.
Porém, não se deve cair no erro da culpabilização individual daqueles que beneficiaram de um Estado gordo: os portugueses limitaram-se a seguir os incentivos que lhes foram dados. Por muito ineficiente que fosse para o País como um todo, porque haveria um empresário de recusar um subsídio estatal colocado ao seu dispor? Porque haveria um professor recusar receber salário por um horário-zero? Todos responderam a incentivos, mas todos foram enganados. Reformados, trabalhadores e empresários que basearam as suas decisões de vida no pressuposto de que o Estado teria sempre dinheiro, vêem hoje essas expectativas frustradas.

Jorge Jesus colocou em perigo a vida de um dos seus jogadores?

Num dos programas sobre futebol, Eduardo Barroso, reputado cirurgião, acusou o treinador do Benfica de ter posto em risco de vida um dos seus jogadores. Enzo Peres, após violenta "bolada" na cabeça perdeu os sentidos e teve que ser reanimado pela equipa médica. Após breve paragem, Jorge Jesus insistiu na utilização do jogador que, passados poucos minutos, tornou a cair no relvado. Terá havido nova insistência para o jogador voltar ao terreno.

Eduardo Barroso diz que, perante o quadro clínico qualquer médico percebe de imediato que o jogador acusava traumatismo craniano com perda de consciência e que só após um TAC se poderia avaliar da gravidade da situação. Ao insistir na utilização do jogador , Jorge Jesus, mostrou não ter capacidade para lidar com este tipo de situações gravíssimas.

O Gabinete Jurídico do Benfica já reagiu e está a estudar as palavras de Eduardo Barroso para possível acção judicial.

Estamos perante um caso em que a pressão de "ter de ganhar" se sobrepôs à saúde de um atleta? Perante tantos casos de morte no desporto de alta competição este caso pode levar à alteração da regulamentação quanto à oposição entre o poder da equipa médica e o poder do treinador. De quem é a última palavra? Do médico ou do treinador?

 

 


Alimentamos uma aristocracia, o funcionalismo público

Porque razão é assim ? (...) Antes de ser um problema financeiro e conjuntural, a reforma do Estado é uma questão moral. Por que razão o funcionário público tem uma mão cheia de privilégios em relação ao cidadão comum? Por que razão não pode ser despedido mesmo quando se torna excedentário? Por que razão trabalha menos 5 horas por semana? Por que razão tem a melhor parte do SNS (a ADSE)? Por que razão o cálculo das pensões da CGA é muitíssimo mais favorável do que o cálculo da Segurança Social? No fundo, por que razão vivemos num regime que consagra uma aristocracia, o funcionalismo público? Com ou sem troika, estas questões morais deviam ser atacadas pelo governo português; mesmo que não vivêssemos um cenário de falência, estes privilégios das corporações deviam ser extintos, porque são injustos antes de serem insustentáveis. O Estado tem de ser reformado por uma questão de justiça e não por uma questão aritmética; o funcionalismo deve ser reformado porque é um factor de injustiça e não por causa do "estado de emergência" financeiro. Incapaz de sair do economês, Passos nunca teve a coragem para assumir esta posição moral. O primeiro-ministro refugiou-se no tem-que-ser-por-causa-da-troika, perdendo assim a oportunidade de abrir o popular  debate sobre os privilégios das corporações do funcionalismo público. 


Ler mais: http://expresso.sapo.pt/funcionarios-publicos-entre-a-cegueira-do-tc-e-a-cobardia-de-passos=f828675#ixzz2dv3BLtNU