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BandaLarga

as autoestradas da informação

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Não era esta a notícia - por Paula Moura Pinheiro

NÃO ERA ESTA A NOTÍCIA
Extraordinário. Não me lembro de ter visto na televisão portuguesa o que ontem vi no programa Quadratura do Círculo (Sic Notícias). Ao contrário do que é habitual, o programa teve um convidado: Daniel Bessa – economista de referência, especialista em macroeconomia, ministro da Economia, Indústria, Comércio e Turismo num dos Governos de António Guterres.
Hoje, no site do canal, a notícia sobre a participação de Bessa no programa destaca o facto de ele ter afirmado que se enganou relativamente ao desempenho dos ministros da Economia e das Finanças do atual Governo. Não é esta a notícia. Para mim, não é esta a notícia. Nesta altura do campeonato, este é o discurso unânime dos opinion makers deste país, mesmo dos que tiveram expectativas sobre o Governo e o Gaspar. A notícia, o extraordinário a que assisti ontem, foi ver um homem com sólida reputação científica dizer coisas como: “Não sei se saberia o que fazer no lugar do ministro da Economia”. Interpelado, por estas e por outras, pelos perplexos Pacheco Pereira, António Costa e Carlos Andrade, Daniel Bessa respondia pausadamente a perguntas como “Mas não acha que, mesmo nestas circunstâncias, o Governo tinha de fazer muito melhor?” Resposta: “Pode sempre fazer-se melhor. Mas como é que se Governa bem uma massa falida (pausa) - faz ideia?” O programa foi em direto e as pausas de Bessa foram momentos emocionantes. Houve tempos em que se teria entendido que isto, sim, é grande informação em televisão. Ouvir dizer a um Doutor em Economia: não sei o que faria se estivesse no lugar dele; obter de um entrevistado diferenciado, com relevantes responsabilidades sociais, no contexto de um ringue político (porque o Quadratura do Círculo é um sofisticado ringue político) pensamento em direto, sinceridade em direto, humildade em direto é um espectáculo raro. E, para mim, o pico desta experiência insólita foi quando Daniel Bessa avançou, entre mais uma pausa, que sente “misericórdia” por quem tem de Governar esta “massa falida”. Eu, que sou insuspeita de ter votado em Passos Coelho, que aderi à greve e que perco o sono com os níveis de incompetência dos decisores deste país, vi em Daniel Bessa um homem que teve um comportamento claramente dissidente com o modus operandi instalado na Política e nos Media. E isso fez-me respeitá-lo muito.

Há quanto tempo se prepara a privatização da CGD?

Venderam os anéis. Os hospitais e os seguros. Ficou o banco. Mas estas são só as decisões mais mediáticas, porque o que se tem feito à Caixa, pelas sucessivas administrações e governos, é bem mais preocupante. A Caixa podia ser um instrumento fundamental na actividade bancária e no financiamento do tecido empresarial. Nunca foi nem uma coisa nem outra. Pelo contrário, o que sempre vimos  foi a sua utilização ao serviço dos negócios do regime.

Na compra de controlo accionistas das grandes empresas. Nos cimentos, nas cervejas, nos sumos, na banca...

Emprestar dinheiro aos milhões de euros para a especulação em bolsa, obtendo em troca como garantia, as próprias acções. O BCP é o caso mais emblemático. As acções do banco valem hoje muito menos do que no momento da primeira transacção. A Caixa "encaixa" o gordo prejuízo.

Por último os meus amigos que lá trabalham já dizem que não há quem queira ser administrador, tal é o desprestígio. E a Caixa foi perdendo valor por forma a ser mais apetecível.O pretexto está encontrado : É preciso baixar a dívida do estado.

A banalização da greve nas análises da CGTP

O que vai ler a seguir diz respeito a uma das muitas greves gerais. Palavra a palavra, vírgula a vírgula, a cassete da CGTP  não se engana. "

Num balanço feito ao fim da tarde, o secretário-geral da central, defendeu o êxito da iniciativa, que, na sua perspectiva, terá envolvido milhões de trabalhadores, classificando-a de "uma inequívoca vitória da democracia e a condenação da arrogância do Governo". Ainda nas palavras do líder sindical, é o Executivo que deve ser responsabilizado pelos conflitos e pela instabilidade social".

Este balanço é, por acaso, da greve de 11 Dezembro de 2002 e descobri-a num arquivo. Mas, por pensar que no essencial serve para a de ontem, e em consonância com a lei do menor esforço, aqui fica. Além de evitar qualquer polémica estéril com os sindicatos.

Ler mais: http://expresso.sapo.pt/greve-geral-o-balanco-certo=f816719#ixzz2XY6d5sKk
Até já meteram 300 000 pessoas no Terreiro do Paço onde só cabem 150 000 !

O que se passou no BCP é infame

Sabe-se pouco, anda encoberto, os prejuízos aparecem nas "imparidades". O que se sabe é que o maior banco português foi implodido. Numa manobra política suja. A ruína do BCP, assistida por uma CGD infamemente politizada, no caso empresarial mais sujo de que há memória, em que até fotografias íntimas comprometedoras de pessoas envolvidas nos foram propostas (e por nós recusadas). Os assassinatos de carácter com fugas de informação selectivas em violação do segredo de justiça. A vergonha manipuladora das escutas. Espionagem. Os casos de promiscuidade entre empresas e política: o Furacão, o Mensalão, o Face Oculta, o Polvo, o Monte Branco. O escândalo do BPN. Do BPP. As PPP, os swaps, os estádios, as estradas, o aeroporto, o TGV. 


Não nos governamos nem deixamos que nos governem

A primeira dose foi nos idos de 70. Logo que derrubado o muro do fascismo cada qual correu para seu lado. Foi preciso combater os que queriam impor uma ditadura (outra) à esquerda ou à direita. Venceu a maioria que se tem renovado há quarenta anos em eleições livres e democráticas. Na social democracia e no socialismo democrático.

Logo a seguir tivemos a descolonização. Os detentores da vontade dos povos fizeram o barulho suficiente para que as ex-colónias fossem entregues aos "progressistas". Sem controlo de uma entidade supranacional e sem eleições. A verdade dos amigos da igualdade e da justiça está à vista. Miséria inenarrável, ditaduras de cleptómanos.

Depois tivemos a entrada para a União Europeia. Cá, os de sempre, estiveram ( e estão) contra. E há eurocépticos. Querem-nos fora da União Europeia e do Euro, sem os subsídios que transformaram este país num lugar decente e moderno. Com estado social como nunca tivemos antes.

    Agora, depois do desvario, muitos estão contra a disciplina orçamental que os nossos parceiros europeus nos querem impor. Fartos de pagar os desperdícios de um estado obeso e "filho de si mesmo". Os mesmos que vivem à conta dos impostos de quem trabalha, que têm mordomias que só chegam a alguns. E, ao mesmo tempo, odeiam quem singra na vida à custa do empreendorismo, que cria postos de trabalho e riqueza.

Atrás de uma ideologia pretensamente "progressista" está a visão "tacanha" de quem não quer mudar, de quem não quer aprender com os países melhor sucedidos. Mais ricos e mais justos.

Andamos nisto há quarenta anos a defender o povo das "manhãs que cantam", do isolamento e da miséria. Das "grândoladas" e das elites! Não chegam os 80% que em eleições livres nos querem na democracia, no estado de direito e na União Europeia!

A informação é uma faca de dois gumes

O relatório do INE está aí para confirmar o que Gaspar já tinha dito. Recuo da economia em 4% e déficite das contas públicas de 10,6%. Como o governo se apressou a informar o "perfil" da despesa e da receita não é o mesmo mês a mês, trimestre a trimestre. No caso, os 700 milhões que o estado meteu no Banif não se repetem, mas têm uma grande influência no déficite.

Estas informações com uma grande componente técnica deviam ser acompanhadas por uma explicação. As pessoas e os partidos tiram conclusões erradas, uns por desconhecimento outros, os partidos , por "gincana" política".

O déficite, na óptica das contas nacionais, está em linha com o negociado com a Troika, não há razões para pintar com cores escuras o que já por si é um filme de terror.

Consenso entre o PS e a maioria para o crescimento

É uma boa notícia. A maioria das medidas apresentadas hoje na Assembleia da República pelo PS, numa agenda para o crescimento, foram aprovadas pelo PSD e pelo CDS. Numa altura em que o discurso virou quer em termos europeus quer em termos nacionais, este consenso é ouro sobre azul. "

E mais importante do que a medida A ou B, é o facto de as propostas de António José Seguro terem tido uma recepção bastante positiva no Parlamento, até do lado da bancada do PSD e do CDS. Esta convergência de posições é positiva, numa altura em que o País precisa urgentemente de consensos à volta dos temas estruturais da economia, sejam do lado do crescimento, sejam do lado das reformas.
Aliás, o PSD, ao mesmo tempo que diz que mais de 50% das medidas do PS "merecerão o apoio desta bancada", diz igualmente que "também é importante discutirmos a reforma do Estado". Que é como quem diz: ‘Nós apoiamos as vossas medidas para o crescimento, e vocês apoiam, dentro do possível, a nossa reforma do Estado'.
Provavelmente isto não vai acontecer. Mas o que aconteceu ontem no Parlamento é um passo na direcção certa.

A UGT não adere

A UGT pela voz do seu secretário geral não adere aos 100% da CGTP. Mais de 50% dos trabalhadores no activo. É razoável e cumpriu . Mas a UGT também não adere ao cartão vermelho ao governo fica-se por uma cartão amarelo. A CGTP quer a demissão do governo mas a UGT quer diálogo.

É esta pluralidade que é fundamental na acção sindical. Foi por isto que se fez uma das maiores manifestações ( incomensuravelmente maiores que as actuais) na Alameda em Lisboa. Uma multidão a lutar pela "unidade" e contra a "unicidade". Comandados por Salgado Zenha! Os comunistas queriam estrangular o movimento sindical. Matar o ovo no ninho!

Entretanto, a UGT dá como adquirido que o processo de crescimento está a desenvolver-se e que as medidas necessárias vão ser tomadas. Manuela Ferreira Leite navega nas mesmas águas. Diz que hoje já óbvio que Merkel deixa deslizar o deficits desde que sirva para aliviar impostos e não para aumentar a despesa. Não é 5% é 5,5%, mas este 0,5% é para dar espaço à diminuição de impostos. Primeiro o IRC para captar investimento, depois o IRS para aumentar a procura interna.

A UGT sempre foi muito mais importante para o país que a CGTP.

 

A maneira mais fácil de assaltar um país é ser banqueiro

Já ninguém tinha dúvidas que isto da banca deixou de ser um negócio para ser um assalto. " O caso sofreu um novo golpe nesta semana, depois de o jornal “Irish Independent” ter começado a divulgar chamadas telefónicas efectuadas em 2008 entre altos responsáveis do Anglo e gravadas pelo próprio banco.  Na primeira das gravações reveladas, um gestor (Peter Fitzgerald, director de Tesouraria do Anglo)  pergunta ao outro (John Bowe, director do departamento de mercado de capitais) como chegou ao número de sete mil milhões de euros para se pedir de ajuda ao Estado, e este responde, rindo: “como diria Drumm, tirei-o do rabo”. 

Na conversa, Bowe diz que a melhor estratégia é fazer com que o Estado meta progressiva e discretamente mais dinheiro no banco, empolando o argumento de que deixar a instituição cair será pior para todos. Com um pouco de sorte, acrescenta, o banco ainda acaba nacionalizado e os dois conservam os seus cargos – o que veio, efectivamente, a suceder. 

O próprio Drumm também é apanhado numa outra conversa telefónica com Bowe, agora a gozar com preocupação do banco central de que estariam a “abusar” da garantia de Estado que lhe fora concedida para captar depósitos de outros países, designadamente do Reino Unido e da Alemanha, criando uma situação ainda mais difícil para o Governo irlandês no contexto da União Europeia. 

 

Os professores terão aderido à greve geral?

Num post que escrevi há uns dias atrás, questionava se os professores queriam uma situação de privilégio relativamente à restante administração pública. O decorrer do processo levou ao desenlace que eu previa. Os professores vão ter 40 horas semanais mas não aumentará a carga letiva, não mudará nada, e conseguiram a prorrogação da mobilidade até Fevereiro de 2015!... Quando o restante sector público a terá já este ano e nessa altura o mais provável é que o governo atual já não esteja no ativo.

Hoje questiono se os professores aderiram à greve geral. Acho que pelo menos já conseguiram o que queriam e estarão menos mobilizados.

Quando os governantes se esquecem da igualdade de tratamento e justiça igual para todos... Por outro lado o poder reivindicativo da greve dos professores tem, historicamente, vergado muitos ministros da educação.