Os swaps, tal como tive a oportunidade de mostrar são de dois tipos. Uma operação legítima e conhecida de cobertura de risco financeiro e uma operação de pura manigância financeira. No caso, como é bem explicado no vídeo, trata-se de arranjar dinheiro com juros elevadíssimos. Uma manobra de casino. Nada de confusões.
A secretária de estado não tinha conhecimento do assunto mas o ex-ministro das finanças também não. Teixeira dos Santos pediu ao seu ex-secretário de estado para listar as swaps pois não tinha a informação junto dele. Isto é, as swaps foram desde sempre um assunto que queimava.
O PEC lV é outra mentira de se lhe tirar o chapéu. Diz Teixeira dos Santos que logo após aprovação do documento, pediria a demissão do governo. Isto é ,não acreditava que o documento resolvesse o quer que fosse. E saindo o ministro das finanças, naquele quadro, o que aconteceria ao PEClV e a seguir ao governo?
Tal como Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou, a entrevista de Teixeira dos Santos teve a virtude de mostrar a que ponto de ruptura tinha chegado o governo. Confirmado, aliás, pela votação na Assembleia da República e depois nas eleições.
Agora afiam-se os dentes para as PPP. Estão na PGR. Há muito que contar, muito que explicar. Sócrates disse hoje que as PPP são uma forma de swaps. Acredito. Tóxicas. O curioso nisto tudo é que o estado ficou sempre a perder. Deve ser coincidência.
Nos dias que correm é politicamente incorrecto dizer isto, mas a alimentação hoje disponível para os portugueses não se compara com a de há 20 anos, quando havia grandes desequilíbrios alimentares. Hoje há uma fome potencial, mas há uma minimização dessa fome e temos de reflectir sobre a média estatística. Aumentámos o consumo per capita de carnes mais de 40%, o de hortícolas mais de 60% e o de leite mais de 20%. As pessoas têm a ideia que a agricultura não consegue alimentar os portugueses, quando na verdade ela atenuou este défice.
A dependência do país face ao exterior está a diminuir?
Temos uma taxa de auto-suficiência de 81% em termos alimentares globais, mas para a agricultura é até mais alta, 83%. É muito razoável, mas tenho a certeza que podia ser melhor. Nos cereais e nas oleaginosas, por exemplo, estivemos sempre mal, mas agora estamos pior. No entanto, há mais produtos exportadores.
A realidade "virtual" de quem percebe do assunto como poucos!
Acompanho o tour desde que sei ler. Com "a Bola" e o Carlos Miranda, excelente jornalista que escrevia mais sobre o país e o povo que sobre o tour propriamente dito. Para o Carlos Miranda, havia sempre uma pensão numa pequena aldeia onde ele pernoitava com um piano no fundo da sala. E a família portuguesa que fazia um piquenique no alto de uma montanha. E a história do chateau e da donzela presa nas catacumbas.
Quando o nosso Joaquim Agostinho começou a correr em França então, as histórias da sua relação com o corredor eram deliciosas. O Agostinho tinha mau feitio. O jornalista dizia-lhe que ele podia ter atacado, e o "jaquim" ficava pior que estragado . Que atacasse ele, falava porque ia com o "cú" tremido no carro de apoio.
Já naquela altura me admirava como era possível aqueles homens andarem em cima de uma bicicleta quatro e cinco horas, e a subir montanhas. E a desce-las o que ainda me impressionava mais. E o Carlos Miranda contava a história de um ciclista perdido no meio de uma montanha, a quem o treinador com um piscar de olho, dava um copo de água e uma aspirina e o ciclista ganhava asas.
O que eu sei, é que estive na tropa com um ciclista português. E vi-o sair do quartel para ir para a "volta a Portugal em bicicleta" e vi-o voltar. Era do meu pelotão. Poucas vezes fiquei tão admirado com a transformação de uma pessoa em tão pouco tempo. Tinha perdido muito peso, estava transparente. Disse-me que na etapa para Abrantes, quando levava vários minutos de avanço, teve que arranjar vários pretextos para não cortar a meta como vencedor.
Sem TGV mas servindo os portos e as mercadorias de exportação, o corredor de mercadorias entre Portugal, Espanha e a França arranca em Novembro.
Os gestores das infraestruturas ferroviárias de Portugal, Espanha e França vão iniciar em novembro o corredor de mercadorias "número 4", que ligará os portos portugueses ao norte de França, revelou ao Expresso a Rede Ferroviária Nacional (Refer).
Juntar vontades, agilizar procedimentos administrativos é para já. Combinar bitolas e sistemas de segurança é para o médio e longo prazo. Há imensas coisas muito importantes que não necessitam de pazadas de dinheiro.
Henrique Monteiro : estive em muitos locais, dormi em muitos lados, em palhotas de campos de refugiados, em cima de camionetas, em hotéis que pareciam palácios e noutros que pareciam prostíbulos. Por isso relativizo tantas vezes o que entre nós se chama pobreza extrema ou desprezo pela vida; por isso tantas vezes me congratulo por, à nossa relativa pobreza, ter vindo a corresponder o aumento do bem-estar, da dignidade e da possibilidade da decência na maioria destes países.
Martim Amis " O mundo divide-se entre pessoas que gostam de revoluções e pessoas que as detestam, e eu detesto-as." As revoluções começam por ser compostas como uma sinfonia romântica e acabam numa dissonância apocalíptica. Todo o revolucionário romântico esconde um autocrata envelhecido. Olhem para Fidel. E olhem para os outros os autores de massacres (....) a grande revolução foi a revolução americana, a única que ainda tem legitimidade. Eu acrescento a minha revolução, o 25 de Abril
Tendo a desconfiar de utopias, amanhãs que cantam, promessas de paraíso. Tendo a desconfiar de revolucionários. Alguns dos que conheci pessoalmente e que aos 20 anos queriam mudar o mundo português em mundo maoísta ou marxista-leninista, acabaram como procuradores da direita mais extrema, uma curiosidade sociológica do género : o capitalismo existe, eu encontrei-o. E amo-o loucamente.
Diz a ilustre professora que a segurança social é sustentável desde que 1) haja quem a pague. 2) haja emprego 3) não seja utilizada em "programas assistencialistas" 4) não existam as pré - reformas 5) que os trabalhadores efectivos que descontam não sejam substituídos por precários que não descontam 6) as dívidas não cobradas 7) as transferências de fundos de pensões 8) a neblina opaca dos fundos de pensões da banca 9) os subsídios a lay offs ( triplicaram) 10) as políticas activas pró emprego que permitem às empresas contratarem trabalhadores a custo zero 11) e o burlesco de a SS ter ajudado no Kosovo. Está resolvido. Nunca ocorreu isto a ninguém. Por exemplo, retirando todos estes apoios "raqueles" quantos trabalhadores ficariam sem qualquer apoio? Mas isso não interessa nada.
Os professores- de todos os níveis de ensino- foram em tempos uma elite.O sistema, ao expandir-se sem qualidade, reduziu-se a uma plebe indiferenciada e despretigiada formada por levas de licenciados sem outras saídas profissionais. Várias regalias, a começar pela garantia de emprego e de promoção automática, compensaram a perda de estatuto e de autoridade, até ao momento em que o desespero orçamental obrigou o sistema a voltar-se contra os seus próprios filhos. Nesse momento a massa docente estava destinada a seguir um sindicalismo cujo objectivo é manter os professores como o clero de uma religião para a qual o dinheiro nunca pode faltar, mesmo quando não há.
...os professores precisam de voltar a ser "nobilitados" o que requer seleção e hierarquização. (...) e há que perder medo à autonomia das escolas, e acreditar que professores, encarregados de educação e alunos serão capazes de formar comunidades responsáveis.
MST : Nada querer ver, nada querer mudar, é o reflexo expectável de uma geração que se habituou a viver sob a protecção do estado e dos seus dinheiros europeus, acumulando défice e acumulando dívida para a geração seguinte"....enquanto que todas as famílias cortaram despesas, o Estado aumentou a sua em 7%, aliviado por uma receita fiscal de 8% (graças sobretudo, à subida da receita do IRS em 23%)...ou seja o estado continua a roubar a economia para se sustentar e, em especial a roubar os que vivem do trabalho.
...ainda há dias o administrador da Porto Editora dizia que o seu mercado tinha descido de 145 000 alunos para 104 000 alunos e o mesmo podia ser dito por todos os que trabalham no mesmo sector etário. Mas tudo se passa como se os únicos ameaçados ou atingidos pelas consequências deste fenómeno ( redução da natalidade) fossem os professores. Para eles não há alunos, há "horários zero" - um conceito laboral que levaria qualquer empresa privada à falência. Os professores agora não leccionam, fazem "coadjuvação" , "apoio educativo", "oferta complementar do 1º ciclo" ou "leccionação a grupos de homogeneidade relativa"...para rir se não fosse trágico.
O emprego garantido e os privilégios irrevogáveis de alguns resultam no desemprego de muitos mais.