As exportações têm tido um comportamento extraordinário. Também no mobiliário.E no vinho, 9,9%. E no calçado. E na maquinaria. Para a China cresceram 183.3%... Balança comercial após 69 anos... 150 produtos Lusos nas lojas Chinesas Podia continuar, é uma questão de procurar com boa vontade e com o espírito aberto, mas é óbvio que há muita gente que não gosta que Portugal tenha êxito lá fora. Gostam da autoestradas sem carros e das PPPs ruinosas... E estão apaixonadas pelo "menino de ouro", fugido em Paris que nos deixou nesta situação. Dizem que as importações baixaram porque foi retirado poder de compra aos cidadãos. Mas estavam à espera que continuássemos a comprar papaias e a deitar laranjas algarvias para o lixo?
O homem tremeu. Percebeu-se bem que os socialistas não estão preparados nem querem ir para o poder. "Preparados para iniciar um novo ciclo de governação" diz o Zorrinho.http://economico.sapo.pt/noticias/socialistas-nao-estao-preparados-para-o-poder_159260.html Mas se o que acabam de deixar ainda nem sequer esta "reparado"? O problema do PS é institucional e transversal a todos os partidos políticos. São instituições anacrónicas. Desde o 25 de Abril, quase tudo mudou no País, menos os partidos políticos. Basicamente, mantêm a lógica de implementação local e regional e o mesmo modo de funcionamento. Por isso, muitas vezes afastam os melhores e são incapazes de produzirem pensamento e ideias políticas originais quando estão na oposição. Limitam-se a seguir a agenda mediática cultivada pela comunicação social. Depois, em tempo de eleições, montam um programa eleitoral preso por arames que ninguém cumpre porque, quando chegam ao poder, os ministros convidados implementam as suas ideias. O programa de governo é uma colagem dos planos de cada tutela, perdendo-se coerência porque muitas medidas são contraditórias.
Quem acredita que o problema do país se resolve com mesinhas tipo "já está" ou é parvo ou ignorante. Ou então é do PC, do BE ou de uma parte do PS... Quem pretender, seja ele o senhor Baptista da Silva, seja ele um comentador encartado, que tudo isto se resolveria fácil e rapidamente assim quisessem os políticos está a mentir. E descaradamente. O que impressiona por isso no episódio Baptista da Silva não é o senhor ter aldrabado o seu currículo. O que impressiona é que o senhor tenha andado a vender a banha da cobra sem que alguém o confrontasse com a complexidade da crise ou com a evidente ficção por ele apresentada, para não falar das barbaridades técnicas que o senhor avançou e ninguém travou.
Aqui também ninguém o travou! Este tipo de gente não aparece por acaso. Não se tem acesso à comunicação social assim sem mais nem menos. O que ele diz é igualzinho ao que qualquer "zorrinho" soletra sem se rir, reforçado pela palavra "ONU". Serve a todos num momento em que as medidas de austeridade estão numa situação que não dá para travar . Como mostro em : "Os resultados deste governo são brilhantes" apenas as variáveis - investimento e desemprego - cujas políticas só se desenvolvem a longo prazo ( quando o PS deixou o governo o desemprego era de 10,2%) é que ainda não mostraram inversão .
Descer o défice de 10% para 5% sem convulsões sociais é brilhante em qualquer parte do mundo. Conseguir um défice zero nas contas externas não necessitando mais de financiamento é brilhante. O PIB cai menos do que o previsto e todos esperam que a inversão se dê já no segundo trimestre de 2013. As taxas de juro caíram para níveis inferiores aos níveis de há dois anos antes do programa de ajustamento. O acesso aos mercados financeiros está a conseguir-se paulatinamente.. Mas é claro que há problemas, se não os houvesse em vez de uma situação brilhante teríamos um milagre que é coisa que não há. E, os problemas são o investimento e o desemprego. Não se resolve o segundo sem o primeiro. O investimento caiu , não os previstos 10,2%, mas 18,7%. E, por muito que custe, este é o indicador do futuro. Sem investimento não há criação de postos de trabalho e o desemprego já vai em 15,8%...( o anterior governo deixou-o em 10,2%) Como é que se sai disto? Antes das eleições na Alemanha em Setembro não se sai.
Ontem falamos aqui da privatização ou não da AdP. Está em cima da mesa essa possibilidade e começam a aparecer os números, os índices, esses malditos que nos dão uma visão bem menos romântica da AdP.
"O presidente da AEPSA chamou hoje a atenção para a difícil situação financeira da Águas de Portugal (AdP), devido ao facto das tarifas serem, em média, 40 por cento inferiores aos custos. Há várias empresas em falência técnica e a própria AdP deve mais de 2,9 mil milhões de euros, "o que dificulta a contracção de mais empréstimos", indicou o mesmo responsável."
E, as câmaras, devem cerca de 300 milhões de euros à empresa. Está montado o circo que todos vamos pagar, como acontece em todas as empresas públicas.Durante anos ninguém soube nada de nada, tínhamos uma nascente de água transparente e límpida, afinal não passa de um mal cheiroso charco.
E, qual é a solução? Aumentar as tarifas, diz o presidente do monstruoso grupo que participa em 42 empresas em várias actividades: água, recolha e tratamento de resíduos urbanos e energias.
"Privatizar não é a formula mágica para resolver os problemas mas este modelo (o actual) está esgotado" disse ainda o presidente da associação do sector. " "Estão a ser consideradas como receitas valores teóricos que não entraram nas contas e que alguém vai pagar, não se sabe quem", salientou.
Basta ir a um sector público e começar a analisá-lo, a falar nele, tirá-lo da vida vegetativa em que há muito o meteram, "ameaçar" com a "privatização" e logo a verdade, filha da transparência, aparece para nosso desencanto. Que incentivos têm as câmaras para poupar água se sabem que não a pagam?
Onde há monopólio, há isto. Sem concorrência é como guiar sem volante. Bate , de frente, no primeiro obstáculo.
Há princípios de sempre, que valem para ontem, para hoje e para amanhã. Não adoeçam! O secretário de estado, no fundo está a dizer-nos, não comecem a correr para os hospitais ao primeiro espirro, deixem passar três dias, se não passar ir ao médico de família e se o antibiótico não resolver então ir às urgências. E tem razão. Sessenta por cento das pessoas que ocorrem às urgências são falsas urgências, dinheiro deitado fora, análises e exames desnecessários, tempo perdido, paciência perdida...
Há falta de pensadores. Neste ano e meio na oposição quem é que apareceu além do Soares, não contando com este ? O Zorrinho, mal acaba uma intervenção na TV as sondagens descem a pique; aquele Ribeiro decora bem mas depois parece um padre a dizer missa cantada: a ANA foi vendida (desculpem) não passa do Portas e dos submarinos o que faz que apareçam logo primeiras páginas a falar nas PPPs, o que leva o Campos a pedir mais dinheiro ao pai... correu mal, foi o que foi.
" A percentagem média da despesa pública pelas administrações centrais na UE, é de 66%. Em Portugal é de 87% - cabendo às autarquias 10% e 3% aos governos regionais. Este é um espelho fiel do centralismo da nossa administração, que tão mau resultado apresenta no controlo da despesa e no fomento de um país equilibrado e coeso" - in Público - Reformar a administração territorial sem regionalizar o continente?
Uma das propostas centrais do "memorando de entendimento" é ..."melhorar a eficiência e reduzir a administração pública em todos os seus níveis"
Esta é uma oportunidade única, talvez a mais ousada reforma depois de consolidada a democracia. Para a levar à prática convém comparar com outros países da Europa:
A existência de um nível regional é a norma europeia que é, justamente, a que nos falta ( temos a autarquia e a freguesia). As regiões administrativas têm provado ser o modelo mais consonante com a moderna administração territorial. O objectivo de "reforçar a prestação de serviços, melhorar a eficiência e reduzir custos", deveria passar, além de uma redefinição do mapa autárquico, pelo reforço das competências "que o principio da subsidiariedade consigna aos organismos de proximidade". Reduzir a reforma a cortes de unidades territoriais sem alterar o equilíbrio entre o centro hipertrofiado e a nova configuração territorial seria perder esta oportunidade de reforma estrutural.
Pessoalmente, acredito que este nível de poder regional se pode criar a partir da autoridade democrática das autarquias, com fusões e divisões, por forma a não se correr o risco de se criar uma nova "classe política regional", com os consequentes custos. Descentralizar meios financeiros e humanos, autoridade e capacidade de decisão, autonomia de procedimentos, é o caminho para tornar mais próximos das populações os serviços prestados pelo estado e, assim, aumentar a sua eficácia.
Acresce "estarmos em vésperas de um novo quadro de apoios comunitários, instrumento de médio prazo com uma forte vertente regionalizada.Seria muito útil que a sua aplicação depois de 2014 fosse feita com recurso a autarquias regionais democraticamente sufragadas."
Descentralizar o ensino, a saúde, a Justiça, a economia...tudo o que tão mal funciona no modelo conservador estatista e centralista que tudo faz !
Venho de ouvir a Provedora do Ouvinte da RDP, falando, no exercício do seu cargo, aos microfones da Antena 1.
Versava o serviço público de rádio e televisão, sustentando que nunca ou muito dificilmente um privado poderia executá-lo com proficiência. E dedicando larga parte do programa de hoje a tal matéria.
Será interessante ler a norma do art. 23º-D da Lei nº 33/2003, de 22 de Agosto (na republicação da Lei nº 2/2006, de 14 de Fevereiro) a qual define as competências do Provedor.
Dela vemos que a incursão por tal domínio extravasa claramente as ditas competências. A Senhora Provedora migrou das funções (pelas quais é paga, com dinheiro nosso) de defesa dos interesses dos ouvintes e do rigor e adequação dos conteúdos, envolvendo-se na querela política das bases de funcionamento do serviço público.
Por outras palavras, abandonou a provedoria do ouvinte para tratar da sua própria e da daqueles a quem (devidamente remunerados, também por nós) incumbe a prestação desse serviço.
Não é de deixar passar em claro, mas, neste caso, é de somenos.
Avançando na temática da sua intervenção, salientou, bem, que a comunicação pela rádio exige rigor de dicção e o uso correcto da língua. E, em exemplos que deu, lá falou em “rúbricas”. Isso mesmo, assim pronunciado, esdruxulizando o que é grave.
É grave.
Porque é grave a palavra “rubrica”; por se tratar de texto que era lido, logo, sem os percalços do improviso; porque o exercício do cargo deve ser confiado a pessoas de reconhecidos méritos na área da comunicação (art. 23º-A, da mesma lei).
Também sou de opinião que o serviço público não deve ser exercido por privados. O que, porém, não significa que o monstro de lixo e de caros privilégios indevidos que é a RTP não deva ser desmantelado, se não for possível passá-lo a patacos.
E, por falar em privilégios, que a provedoria seja entregue a quem saiba e seja independente. Como manda a lei.