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BandaLarga

as autoestradas da informação

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As cativações de Centeno fecham serviços nos hospitais do SNS

As cativações de Centeno foram longe demais e a realidade está aí e não pode ser desmentida. Há hospitais centrais de referência a fechar serviços por falta de enfermeiros e de equipamentos. Os 600 enfermeiros em falta só entram em Março para que as contas de 2017 batam certo. A austeridade tinha acabado.

A falta de enfermeiros nos hospitais atingiu este ponto de ridículo e a razão é simples de entender: sem nada que os incentive a ficar, optam por sair para unidades privadas ou mesmo para centros de saúde, onde as condições financeiras, de trabalho ou a qualidade de vida que adquirem compensam bem mais do que ficar. É um caso sério que alguns dos maiores hospitais do país já ponderem fechar serviços fundamentais, como a ginecologia e a obstetrícia, porque não têm profissionais suficientes para os garantir. E é um problema que tem de ser resolvido rapidamente e ao mais alto nível. Não criando barreiras à mobilidade e possibilidade de escolha destes profissionais, mas antes garantindo-lhes condições que assegurem que compensa ficar. O que inclui dar prioridade à contratação de meios suficientes para que todo o sistema não torne a colapsar daqui por um par de meses.

A despesa não pode crescer mas não é o governo que diz que estamos a crescer no PIB como nunca ? E se tal não é verdade não há que estabelecer prioridades que afectem menos os cidadãos ?

Os incêndios e os hospitais onde se morre é que são as prioridades para efectuar cativações enquanto se aumentam salários e pensões ?

Esconder os doentes que procuram as urgências

Vem aí o primeiro ministro ou o ministro da saúde e os hospitais escondem os doentes que jazem nos corredores das urgências como se os outros utentes não vissem .

Os hospitais chegam a dar alta a doentes acamados para libertar camas e assim retirar doentes das urgências. Mas alguém engana todos o tempo todo ?

É certo que o dinheiro não estica, mas o ministério da Saúde teve, segundo as palavras do bastonário, um dos orçamentos mais baixos dos últimos anos.

Cerca de 700 médicos com a especialidade tiveram de esperar mais de um ano para entrar no Serviço Nacional de Saúde, pois o governo carecia de verbas para os “empregar”.

A muitos deles não restou outra alternativa que não fosse irem para o privado ou emigrarem. O dinheiro que o Estado gastou com a sua formação não terá sido em vão, mas os mais desprotegidos da sociedade nunca poderão usufruir dos seus serviços. E, como tal, as urgências ficam cada vez mais próximas do caos absoluto.

Está melhor não está ? Valeu a pena comprar os votos dos funcionários públicos e dos pensionistas degradando a saúde ( e não só) desta forma ?

Por onde anda a indignação do PCP e do BE ?

As urgências hospitalares são como os incêndios - morre gente por falta de meios

“Isto é como o problema dos incêndios quando se contrata bombeiros depois de o fogo estar extinto”. O enfermeiro refere-se à contratação de mais enfermeiros até final de março anunciada recentemente pelo primeiro-ministro, António Costa. “Claro que são necessários, mas quando chegarem já será tarde”. 

A causa é a mesma. Para cumprir as vitórias do século de que Costa tanto fala é preciso  cativar a despesa e empurrá-la com a barriga para o ano seguinte, assim degradando os serviços públicos. E como isto se passa na saúde e nos incêndios é bem claro que estamos a falar de mortes.

“onde a urgência está completamente cheia, há um défice ao nível do espaço e o número de profissionais não foi reforçado”. “Mesmo no controlo de infeção, as pessoas estão em cima umas das outras, não há um intervalo suficiente entre os utentes para evitar contágios”, diz o enfermeiro, sublinhando a ausência de um “planeamento e de serviços suplementares capazes de dar resposta à afluência registada nos últimos dias”.

E no verão sabe-se há muito que há incêndios e no inverno sabe-se há muito que há epidemias de doenças respiratórias . Mas para o governo e para o PCP e o BE é mais importante ganhar os votos das suas clientelas com reversões para as quais precisa de ir buscar dinheiro "onde ele está" como diz a deputada Mortágua.

E como esta solução governamental já fez três orçamentos é dificil aceitar que a culpa é do governo anterior.

 

Basta olhar pelo lado dos doentes

Aí está uma reforma em curso das urgências após a morte do jovem em São José. O objectivo é o mais simples possível. Envolver em rede os recursos disponíveis e optimizar a sua utilização. Há muito que é assim no privado mas no estado os serviços funcionam na óptica dos interesses corporativos instalados . Morrem os doentes.

Há por aí uns sonâmbulos que nos querem fazer crer que estes crimes nada têm a ver com as reivindicações de quem se julga dono do estado. Não dás mais ? Então não brinco. E como por encanto aparece uma cortina de argumentos a defender o indefensável. Até há aquela frase idiota dos sindicalistas : se a greve não prejudicar ninguém não tem efeito nenhum. A ideia é, pois, prejudicar os utentes, só que na saúde joga-se com a vida e com a morte. Mas a ligeireza com que se decreta a greve é a mesma. Pelos direitos de quem tem trabalho e vencimento certinho ao fim do mês. 

Os políticos dão a cobertura necessária, ignorante e demagógica, como é o caso de Maria de Belém que até foi ministra da saúde. Cortou-se demasiado e, pecado dos pecados, nas horas extraordinárias...

A reforma em preparação obriga a que o SNS se organize de modo a garantir uma resposta pronta e coordenada". Isto é, "exige que se proceda a uma profunda reorganização dos cuidados de saúde hospitalares nas várias regiões de saúde do país, apostando nos princípios da cooperação interinstitucional, da organização em rede e da partilha dos recursos disponíveis no SNS".

E eu a julgar que este era o trabalho da gigantesca estrutura que supervisiona o ministério da saúde

Doente de 91 anos morreu nove minutos depois de ter entrado no hospital

É, claro, que morreu nas urgências. Após uma queda que causou traumatismos e sendo um doente com diversa patologia acabou por morrer nove minutos depois de ter entrado no hospital. Não acontece só nos meses de inverno acontece durante todo o ano.

O ministro da Saúde afirmou hoje que o doente que morreu nas urgências do hospital São Francisco Xavier foi atendido nove minutos depois de entrar na unidade e alertou para o "alarmismo" e "falsidade" na análise das mortes nas urgências.

"Recebi há bocado uma nota do hospital de São Francisco Xavier [em Lisboa], relativamente a um óbito na urgência, de que a pessoa tinha 92 anos, tinha multipatologia e foi atendida nove minutos depois de ter entrado e esteve a ser sequencialmente seguida", declarou aos jornalistas Paulo Macedo, em Leiria.

A Plataforma de apoio ao SNS já deve estar de bandeira ao ombro à porta do Ministério

 

É nos hospitais onde mais se morre

Especialmente nas urgências. E principalmente quando se tem 89 anos. Sempre foi assim e sempre será. E nas alturas do ano em que as condições atmosféricas são mais exigentes. O fluxo anormal de doentes faz o resto.

Ontem, no FB, apanhei a revolta do filho desta senhora que morreu no HGO. A mãe estava com uma mascara de oxigénio por apresentar dificuldades respiratórias. Dá a entender que a medição do oxigénio indicava zero, isto é, não havia mais oxigénio.

O filho e a doente , pelo relato do primeiro, estiveram sempre acompanhados pelo pessoal do hospital. A enfermeira mudava a fralda, o médico falou com o filho, este foi chamado mas não encontrou o gabinete da consulta...

O que é que se pode fazer perante a dor das pessoas que veem um ente querido partir? Mesmo com 89 anos ? Dizer-lhes que se não tivesse morrido nas urgências teria morrido numa enfermaria? E que se assim fosse já não seria notícia ? É que nos hospitais morrem pessoas todos os dias .

 

 

Olha se fosse nos hospitais privados

Há por aí uns quantos hospitais públicos com as urgências a abarrotar. Sempre será assim nos "picos" de inverno ou por outras razões. Apesar do Protocolo de Manchester que, à chegada, classifica o doente segundo a urgência da doença que apresenta. Mas, é óbvio, que há uma componente  do foro psicológico que dificilmente é controlável. A ansiedade de quem está doente leva-o sempre a pensar que o seu assunto é mesmo muito urgente, o mais urgente de todos. É também essa ansiedade que explica que 60% das urgências sejam "falsas urgências".

O que fica por explicar é porque razão, havendo hospitais com capacidade disponível, esta não seja aproveitada. Bastaria que o doente tivesse o direito de escolha, não estando sujeito ao hospital da sua área de residência. Essa capacidade disponível devia ser colocada ao serviço prestado pelo SNS, fosse o respectivo hospital público ou privado.

Claro que aos amigos dos pobrezinhos e do monopólio do estado na saúde o doente não interessa nada. Pode lá ser o estado pagar a privados para curar gente doente? Quem quer hospitais privados que os pague. Se não tiver dinheiro que espere 24 horas nas urgências de um qualquer hospital público.

É razoável, não é ?

A mortalidade foi menor em 2013

Incluindo a mortalidade infantil. Contrariamente aos que vivem da desgraça alheia, a realidade é bem melhor. A mortalidade foi menor em 2013 do que em 2012. E nas urgências os doentes com situações graves foram atendidos a tempo e horas. Quem fica para trás são os doentes sem gravidade como bem manda o "Protocolo de Manchester".

O SNS foi salvo da bancarrota pagando-se aos fornecedores cuja dívida ameaçava paralisar o sector. E foram poupados muitos milhões com a descida dos preços dos medicamentos.

“Este início de ano foi um dos inícios de ano com mais aspectos positivos que se tentam sempre ignorar. No dia 1 de Janeiro foi concretizado o aumento de capital dos hospitais de 420 milhões de euros. No dia 1 de Janeiro o SNS começou o seu ano com os seus hospitais com uma situação completamente diferente também por termos pago um valor de regularização de dívidas que faz com que o valor seja dos mais baixos dos últimos anos. Generalizou-se o certificado de óbito electrónico e contratámos 1.700 médicos”.

Até a vida das pessoas serve para a chicana política.

É preciso reforçar as urgências da Psiquiatria

Num dia difícil para mim e doloroso para o meu filho, tivemos que ser socorridos no hospital Garcia da Horta. Após umas horas havia a suspeita que o meu filho teria fracturado o maxilar. A cirurgia maxilo-facial  apenas existia nas urgências nocturnas no Hospital de S. José. Lá fomos para S. José às tantas da manhã. Felizmente que não se confirmou a fractura. Lembro-me que tivemos que esperar algumas horas porque a equipa de cirurgiões estava a operar uma emergência.

Não pode deixar de ser assim. Mas os neoconservadores falam do que não sabem e só lhes interessa causador problemas. O programa em curso das urgências nocturnas hospitalares não vai fechar nenhuma urgência. Vai, isso sim, concentrar nos dois hospitais Universitários de Lisboa, certas valências que, pela sua complexidade e menor procura, não justificam estarem dispersas por várias urgências.

Sempre foi assim e não há nada que possa mudar isto por mais imprecisões e mentiras que se inventem. Por exemplo, a Psiquiatria, face às posições tomadas pelos neoconservadores, vai ter trabalho a dobrar. Mais cedo que tarde!

E, há, naturalmente, o interesse das corporações que não querem mudar.

Concentração das urgências nocturnas hospitalares em Lisboa

Concentração de meios : Assim, e a partir de 1 de Julho, a organização deve assentar em dois centros de trauma com todas as especialidades cirúrgicas: o Centro Hospitalar de Lisboa Norte (Hospital de Santa Maria e Pulido Valente) e o Centro Hospitalar de Lisboa Central (São José, Santa Marta, Capuchos, Curry Cabral, Estefânia e Maternidade Alfredo da Costa).
Segundo Luís Cunha Ribeiro, o apoio nocturno de neurocirurgia mantém-se no Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental (São Francisco Xavier, Egas Moniz e Santa Cruz) e no Hospital Garcia de Orta.
A reestruturação implica que “o apoio ao trauma com cirurgia geral e ortopedia se mantenha em todos os outros hospitais com urgência médico-cirúrgica”.