Há razões para o interior estar abandonado
Para os partidos não tem eleitores para os privados não tem mercado. Está mais que explicado.
Agora que partimos praticamente do zero é possível reconstruir na óptica da criação de riqueza e da fixação de pessoas.
Ainda há pouco tempo estive novamente na casa de um amigo numa aldeia perdida na Beira Baixa. A sua casa faz parte de uma quinta cheia de matizes de verde. Vinha, oliveira, árvores de fruto, tudo cercado por eucaliptos e pinhais. A terra é diferente, Zé ? É igual só que a minha é trabalhada.
Sempre tivemos défice alimentar, o que produzimos não é suficiente para nos alimentarmos. Há séculos que andamos a pagar os salários dos agricultores dos países de onde importamos os bens.
António Costa já falou mais do que uma vez na construção de pequenas e médias barragens para o regadio de terras no interior. O país reagiu ? Ouviu ? Discutiu ? O mesmo com a descentralização. Em Portugal o que não interessa aos negócios dos instalados à sombra do estado em Lisboa morre na espuma dos dias.
Andamos trinta anos ou mais para construir a Barragem do Alqueva. Hoje temos lá 120 mil hectares de regadio e preparam-se mais quarenta mil. O Alentejo seco e de cor da palha mudou para verde.
Claro que há sempre quem esteja procupado com os lobos e os morcegos e menos com os homens e mulheres que são obrigados a abandonarem as suas terras.