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BandaLarga

as autoestradas da informação

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Quem manda é o governo ou é cada um por si ?

O prejuízo dos incêndios anda entre os 2 000 milhões e os 3 000 milhões de euros. Ajudas, informação e respostas não chegam mas os problemas são agora não são para o ano.

“Quanto vale a nossa madeira? Onde é que a vamos guardar? Cortamo-la já ou esperamos até novas ordens? Quem manda ‘aqui’ é o Governo ou decide cada um por si? Quanto é que vamos perder, além do que já perdemos com o fogo?” As perguntas não são apenas estas e quantas mais se fazem mais sobem os níveis de stresse e de inquietação na pequena sala de reuniões da sede da CAULE.

O governo devia comprar toda a madeira e depois fazer escoar o stock à medida da procura. Segurava o preço e os empresários com dinheiro podiam começar a reconstrução . Mas é agora não é para o ano .

Na Parque Escolar a seguir à festa ficou um buraco

Os prejuízos acumulados já vão nos 1 552 milhões de euros. E falta juntar-lhe os milhões que podem resultar das dezenas de conflitos que mantém com vários fornecedores.

Aliás, um grosso problema  ainda não resolvido são os milhões de prejuízo que estão adormecidos em dezenas de empresas públicas. Que mais tarde ou mais cedo vamos ter que pagar. Ontem, com a venda da TAP os contribuintes livraram-se de uma dívida de quase 2 mil milhões. Faltam todas as outras onde pela negativa sobressaem as empresas públicas de transportes. As que andam permanentemente em greve. Comparadas com as empresas privadas da BARRAQUEIRO que até compram a TAP está tudo dito.

Um grave problema de deficits e de dívida que continua por resolver. Os contribuintes estão longe de puderem descansar.

Qual delas é empresa pública ?

 Hoje foi notícia que os resultados da TAP para o primeiro semestre do corrente ano foram de 84 milhões de euros… de prejuízo. Cerca de um mês atrás a Ryanair apresentou os resultados para o primeiro trimestre fiscal (Abril a Julho): 197 milhões de euros… de lucro.

A TAP que sempre foi considerada uma das empresas mais seguras teve nos últimos meses seis incidentes. Não desdenhem porque isto tem muito a ver com os resultados actuais e futuros. E a TAP pratica preços bem mais altos . O que pode fazer a TAP para chegar aos lucros se não pode elevar mais os preços dos bilhetes e não pode reduzir mais os custos operacionais? Se a deixassem vendia a manutenção no Brasil, que só dá prejuízos, e reduzia o número de pessoal indirecto por avião. Como não a deixam, foge para a frente, compra aviões que não são entregues  a tempo e abre mais rotas para onde possa voar. Resultado? Ficam centenas de clientes em terra.

O code share representa 80% do negócio do transporte aéreo. As grandes empresas de transporte aéreo juntaram-se em grandes agrupamentos para partilhar custos. Será que a TAP voa sozinha em rota própria? É que que quem lá está como presidente sabe do negócio. Ou a questão em aberto é a privatização? 

Três vezes o passivo da família Espirito Santo

É quanto valem os prejuízos acumulados de sete empresas de transportes públicos. Mas não chegam às primeiras páginas dos jornais. E não é por meterem medo que não aparecem. É por serem públicas. Nestas empresas é tudo mau. Os gestores, com uma ou outra excepção, são péssimos. Não existe equilíbrio entre os custos e as receitas. As greves são contínuas no intuito de obterem mais subsídios e mais mordomias.

O estado, em desespero, vai entregá-las à iniciativa privada. Enquanto públicas são insustentáveis. Mas os trabalhadores estão muito preocupados com os utentes, os tais que pagam bilhete mas não têm o serviço por causa das greves. O Governo quer estancar a hemorragia e nesta semana quebrou um tabu: a gestão da Metro do Porto e dos STCP será entregue a privados ainda em 2014 e, no início do próximo ano, o mesmo acontecerá aos transportes coletivos da Área Metropolitana de Lisboa. E, assim, promete, o Orçamento de Estado de 2015 será o primeiro da democracia que não transfere "indemnizações compensatórias" para cobrir défices de operação.

A TAP com esta dimensão e sozinha não é viável

Os problemas da TAP há muito que se conhecem. Os seu prejuízos, as suas dívidas, os movimentos de fusão entre as grandes companhias do sector. Há lugar para 4/5 mega companhias na Europa e, não é com as habituais estratégias de passar a voar para a diáspora e para os países Lusófonos que salvará a TAP. E, como hoje já é consensual, é muito difícil encontrar alguém interessado na TAP.

Que fazer? Manter a TAP nas actuais condições definhando aos poucos, com o Estado incapaz de continuar a suportar a situação? Porque é de bandeira e ser um representante conhecido do país? Porque tem qualidade?

Quanto mais tempo passar mais difícil vai ser encontrar uma solução portuguesa. Há por aí tantos exemplos de empresas públicas inviáveis que não é difícil prever mais umas manifestações de sindicalistas  contra o inevitável. Paralelamente, há companhias que ganham milhões.

A lógica do privado é o lucro. A lógica do público é o desperdício

Não há nenhuma organização que possa viver sem lucro. Desde a família, passando pelas empresas e terminando no estado. Sem lucro  não há investimento e sem investimento não há postos de trabalho. O estado converte o lucro em desperdício, este em prejuízo e por sua vez o prejuízo em bancarrota ao fim de algum tempo.

É claro que há actividades que têm que ser asseguradas pelo estado e por ele prestadas em monopólio. É o caso da Justiça entre outras. E há outras que devem asseguradas pelo estado mas não prestadas só por si. É o caso da educação e da saúde onde a sã e transparente competição permite vários modelos de gestão, comparação de resultados e mudanças em direcção à excelência. De outra forma, em sistema fechado, nada muda. As pessoas e os processos não são avaliadas, não se conhecem os resultados e a decadência espreita.

O lucro é pois um factor importantíssimo no desenvolvimento e no bem estar das sociedades. Não é qualquer coisa  intrinsecamente má que se possa colar a multimilionários esbanjadores ou a esquemas fraudulentos. É o resultado dos esforços de trabalhadores e de patrões que permite pagar salários, taxas e impostos. Sem lucro privado os serviços públicos soçobram.

Em Portugal lucro é sinónimo de "Porches amarelos" e de iates no mediterrâneo. Nada mais falso! 

Não são serviços públicos. São desastres públicos

Chamem-lhes o que quiserem mas estas empresas públicas não são sustentáveis. Ou são reestruturadas por forma a serem viáveis economicamente ou então privatizem-nas e deixem funcionar o mercado. Com apoios e passes sociais para os mais necessitados. Não podemos é manter empresas que vivem do orçamento, que frequentemente entram em greves com graves prejuízos para os utentes e para os contribuintes.

Estaleiros de Viana do Castelo em corrida contra o fecho

Bruxelas não ata nem desata, tantos são os problemas que as ajudas do estado levantam para manter a empresa com os salários em dia. O PCP e o BE não querem a privatização, andaram a vender aos trabalhadores que era possível viverem todo o tempo de subsídios, mas os prejuízos acumulados já se contam acima dos 200 milhões de euros. Se os Russos (únicos interessados na privatização) se afastarem como fizeram os Brasileiros, a empresa vai para a falência.

Quatro  anos a trabalhar sem ganhar, três a pagar sem laborar . A CGTP e a Comissão de Trabalhadores, se a empresa fechar, devem uma explicação aos camaradas senão mesmo uma indemnização.

Entretanto, o governo estará a desenvolver um plano "B" com a Venezuela com quem os estaleiros têm contratos assinados para a construção de barcos.