O restaurante e o campo de ténis do Parque Eduardo VII
Se descerem o Parque Eduardo VII, a partir do restaurante Eleven VII, encontrarão quase no fim o Club de Ténis. E se quiserem encontrar outra bela história de como aqueles terrenos em pleno centro da cidade foram parar a mãos privadas é só perguntar à Câmara de Lisboa. No caso, há vinte anos, nem sequer houve concurso público. A exploração da superfície para construção de um club de Ténis foi entregue a uma pessoa que tinha sido dirigente da Federação de Futebol ou coisa que o valha. Depois este, assim, sem mais, vendeu a posição a um conjunto de empresários que construíram os vários campos de ténis, um restaurante, uma piscina e um ginásio para além de algumas coisas mais pequenas. Estes empresários por sua vez venderam tudo a uma empresa inglesa que veio explorar o negócio. No processo, os interessados arrecadaram uns milhares de contos muito largos. Tudo mais ou menos há vinte anos.
Depois tivemos conhecimento do BPN, do BCP e agora do BES. E sabemos o que se passou nas empresas estatais, gigantes e monopolistas. Mas leiam o texto do Público atentamente para verem que a cor dos que tomam decisões varia. Neste sistema a única coisa que não varia é que quem ocupa o poder não é escrutinado pela sociedade civil. E é por isso que tudo o que diz respeito ao estado fica entre amigos, primos e compadres.