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BandaLarga

as autoestradas da informação

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Considerando a brutal carga fiscal patrões já pensam em fazer greve aos impostos

Quem verdadeiramente ganha com o aumento do salário mínimo é o estado. Uns 120 milhões.

Os 700 000 trabalhadores que ganham salário mínimo ...“uma batotice que só favorece o Estado”. Porquê? “Porque em vez de aumentar o rendimento efetivo dos trabalhadores, o Governo optou por uma medida em que acaba por aparecer como o principal beneficiário. Na prática, quem lucra verdadeiramente é o Estado” .

E se o salário mínimo se traduz num ganho mensal liquido de 31 euros por trabalhador (sobre o salário bruto de 635 euros brutos é preciso descontar 11% para a segurança social, o que significa que os trabalhadores recebem 565,15 euros líquidos), o Estado, no final, vai arrecadar mais de 120 milhões”, diz o presidente da ANIVEC com base na estimativa oficial de que há mais de 700 mil trabalhadores a ganhar o salário mínimo

E o Estado não negociou, impôs administrativamente

O maior assalto ao direito à greve veio de um governo que se diz de esquerda

António Costa tornava a fazê-lo sem exitações e sem remorsos. E PCP e BE tornavam a engolir o sapo.

"Por isso, na semana anterior, a manchete resumia o "pensamento" do primeiro-ministro acerca da greve que não se sabia se e quando ia terminar: se fosse preciso, os serviços mínimos voltavam a ser maximizados. Foi, na verdade, o ataque mais estruturado e deliberado ao direito à greve perpetrado pelo poder depois do 25 de Abril. Todavia, nesta entrevista é como se a greve não tivesse existido e, com ela, o exercício paramilitar de exibição da autoridade do Estado diante de meia dúzia de homens desarmados.

 

Aqui já está um dos "segredos" do sucesso de Costa. Houve um problema - um incêndio, uma greve, uma diatribe presidencial inconsequente, uma PGR mais "solta", um membro do Governo desbocado, etc. -, o problema passou e não se fala mais nisso. Costa só está concentrado em como acumular mais poder no passo seguinte, no bluff seguinte"

Um governo que é capaz de disponibilizar os militares às empresas privadas

Não se esqueçam de lhe dar a maioria absoluta. Ele é capaz de quase tudo.E o Presidente da República faz de conta que não vê.

“A mobilização das Forças Armadas afigura-se claramente ilegal, não só pela utilização dos militares como fura-greves fornecidos a custo zero à associação patronal que constitui uma das partes em conflito, mas por se fazer sem que tenha sido decretado o estado de sítio ou o estado de emergência exigidos pela Constituição e a lei. O Governo somou à requisição civil uma requisição militar, disponibilizando os militares às empresas privadas”, lê-se no abaixo-assinado onde surgem também os nomes do economista e colunista do PÚBLICO Luis Aguiar-Conraria, do politólogo André Freire ou da historiadora Raquel Varela.

 

35 horas para quem trabalha sentado a uma secretária, 60 horas para quem conduz veículos pesados carregados de matérias perigosas

Com grande surpresa do governo os motoristas em greve vieram dizer que para cumprirem o serviço mínimo têm que trabalhar pelo menos 12 horas por dia.

Mas sei que um Governo que acha bom 35 horas de trabalho para os funcionários públicos, sentados à frente da secretária, é o mesmo que acha que 60 horas podem ser obrigatórias para quem conduz pesados cheios de material inflamável e perigoso. E isto, sim, parece-me contraditório.

Um sindicato que foge ao controlo da CGTP mas que defende os trabalhadores é olhado de lado. Amarelos, um perigo para a justa luta dos trabalhadores orientados pelas organizações e partidos de esquerda.

PCP e BE piam baixinho criticando o governo pela requisição civil que, em boa verdade, tem mais a ver com o quadro jurídico que orienta as greves do que com a actual greve dos motoristas . Hipocrisia que cheira mal à distancia. 

Os salários dos trabalhadores em greve são esmagados pela elevada carga fiscal

A greve dos trabalhadores camionistas de matérias perigosas é um conflito entre os baixos salários e a elevada carga fiscal. Como acontece em praticamente todos os sectores em Portugal.

Se o estado aliviar a carga fiscal é possível às empresas aumentar os salários no mesmo nível por forma a manter o mesmo preço final.

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Ao preço do produto, acrescem os custos de toda a logística necessária para levar o produto da porta da refinaria até às estações de serviço. Esta componente logística compreende os custos de transporte, armazenamento e distribuição, bem como a margem de comercialização. Tudo somado, esta fatia representa 9,7% no gasóleo e 8,4% na gasolina.

A maior fatia na constituição do preço dos combustíveis é a carga fiscal (IVA e ISP). Este fator é diferente de país para país e explica, quase na totalidade, a diferença de preço entre Portugal e Espanha. No caso português, a carga fiscal constitui quase metade do preço final do gasóleo e mais de metade do preço da gasolina.

Se o governo quiser resolve facilmente o assunto.

 

Depois desta greve quem quer uma saúde pública monopolista ?

Há cada vez mais doentes a recorrer aos privados e ao sector social. E até aqui a razão principal era a incapacidade do SNS responder á procura. Listas de espera em consultas e em cirurgias que atingem mil dias . Urgências a transbordar .

Mas agora com a greve dos enfermeiros atingimos um novo patamar. Doentes oncológicos não são operados e suspendem o tratamento. Ultrapassou-se a barreira vermelha . A margem que separa a vida da morte .

A Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros avisa o Governo para o risco de surgirem formas de luta “mais incontroláveis” que não sejam suportadas por sindicatos, considerando que os enfermeiros não ficarão serenos face à decisão de requisição civil.

A presidente da ASPE, Lúcia Leite, rejeita os fundamentos para a requisição civil decidida hoje em Conselho de Ministros e considera que o Governo “optou por um caminho que parece fácil, mas que lhe pode trazer dificuldades bem maiores no futuro”.

“Não acredito que os enfermeiros, depois de verem como os governantes os desrespeitam, vão ficar serenos com esta decisão”,

Quem é que a partir de agora ainda defende o monopólio da prestação de cuidados hospitalares públicos ?

Entre os serviços mínimos e a requisição civil

Entre os serviços mínimos e a requisição civil

A vaga de greves que afecta os cidadãos e a economia deve fazer-nos pensar.
Vemos um Governo quase inactivo a deixar apodrecer as situações até ao limite, como no caso da Autoeuropa , e questionamos se tinha de ser assim.
Vemos que uma centena de estivadores prejudica durante mais de um mês a imagem de Portugal como país acolhedor para o Investimento directo estrangeiro e questionamos se tinha de ser assim.
Vemos uma greve dos enfermeiros que testa os limites da proporcionalidade e questionamos se tinha de ser assim.
Vemos uma constelação de greves sem razões compreensíveis para a generalidade das pessoas que são afectadas e questionamos se tinha de ser assim.
Não tinha de ser assim se entre os mínimos serviços (raramente respeitados e razoavelmente definidos) e a "bomba atómica " da requisição civil , existisse uma regulamentação sensata do direito à greve.
Não existe . A greve é um direito quase sem restrições . Não se exige um pre-aviso devidamente publicitado para que os afectados possam preparar-se .
Não se exige que os motivos sejam transparentes e bem definidos para que sejam percebidos .
Não se exige que a greve não seja a primeira solução e que tenha de haver gradualismo e tentativas de conciliação.
Não se exige a proporcionalidade entre os interesses defendidos e os ofendidos , designadamente quando estão em causa direitos básicos dos cidadãos ( saúde, educação, segurança , transportes ).
Não se proibem formas abusivas de greve como as " "trombose" , " rotativas" ou " intermitentes" .
Em suma, a falta de uma regulamentação gera um ambiente de " Far West " laboral que prejudica os cidadãos , as empresa e o país, em benefício de grupos sociais mais organizados e políticamente mais apoiados .
A tudo isto acresce um Governo que preferiu ( até agora) subestimar este problema para não prejudicar a sua imagem de esquerda . Até quando ?

Quem é que paga aos enfermeiros grevistas ?

Há um segundo pedido de apoio financeiro para as greves dos enfermeiros no montante de 400 000 euros. O primeiro pedido andou também pelo mesmo montante ao perto disso.

Quem paga ?

Os enfermeiros pagam a si próprios ? Os enfermeiros não grevistas ( que recebem o salário normal) pagam aos seus colegas em greve que não recebem salário ? E os montantes tão elevados não assustam ninguém ? Estranho, no mínimo...

Seria bom que a bastonária dos enfermeiros explicasse de onde vem o dinheiro . É que pescadores de águas turvas é o que há mais por aí...

É preciso que os direitos dos doentes sejam respeitados

Milhares de cirurgias foram canceladas com óbvio prejuízo dos doentes senão mesmo com mortes à mistura. Os direitos dos doentes têm que ser respeitados como muito bem diz a ministra da Saúde. Não se encontrando solução nos hospitais públicos o  SNS está a recorrer aos hospitais privados. É para isso que servem os protocolos existentes entre o público e o privado.

Se alguém considera que os direitos corporativos dos enfermeiros  estão acima dos direitos dos doentes tem na presente greve uma boa reflexão. Deixam-se morrer doentes atrasando-se cirurgias há muito programadas ?

Atrevam-se com aquele argumento estúpido que o estado não deve pagar aos privados porque o dinheiro é "público". A morte e o sofrimento também são públicos ?