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BandaLarga

as autoestradas da informação

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Profissão de fé contra o eucalipto

PS, PCP e BE com a ajuda preciosa das selfies do Presidente da República querem resolver os problemas da floresta portuguesa com uma campanha contra os eucaliptos. A única fonte de rendimento dos proprietários e a matéria prima de uma importante indústria exportadora.

Nessa profissão de fé entram, como é óbvio, muitas intuições e pouca razão, alguma emoção e nenhuma ciência. O Bloco, o PCP e o PS querem que os produtores arranquem as únicas árvores que lhes dão algum dinheiro porque acreditam na vitória do ecologismo radical nascido da necessidade de os portugueses explicarem a devastação dos fogos do ano passado. Com os silvicultores, os académicos e a indústria cobardemente calados perante a gritaria condenatória, a nova religião alastrou, contagiou o Presidente e chega agora ao Parlamento.

A culpa dos incêndios não é das alterações climáticas

A culpa é dos sucessivos governos que não mandam limpar o combustível acumulado na floresta por anos e anos de incúria. Depois disto o ministro da maior reforma da floresta não se demite ? E o primeiro ministro que é o principal responsável da estratégia seguida em Portugal desde que foi ministro da administração interna ?

Qual foi a maior surpresa do que viu neste mês que aqui esteve?

A rapidez com que o combustível já aumentou desde a última vez que cá estive, em novembro de 2017. Piorou mesmo muito. Pensei que vinham aí grandes problemas de novo. O que vamos fazer? Reduzir o combustível. A minha equipa que esteve na zona de Pedrógão e em Monchique viu postes de eletricidade sem o terreno limpo de vegetação à roda, quando esta foi uma das causas de incêndios. Não estamos a aprender as lições. E digo "nós" a uma escala global.

O governo promoveu durante alguns meses a limpeza das florestas e muita gente fê-lo...

Mas tem de haver continuidade. Se não houver, o problema até piora. As sementes germinam mais depressa.

As políticas públicas deste governo são esta permanente mediocridade . E não é só na floresta.

Aterrorizar as populações

Fisco na sua infinita bondade enviou um aviso aos proprietários da floresta. Ou limpam a mata ou pagarão multas . Ora a maioria dos proprietários são gente de 70 e mesmo 80 anos, gente pobre que não têm dinheiro para pagar a quem faça o serviço nem condições físicas para o fazer eles próprios.

A não ser que se pretenda usar a força repressiva da Autoridade Tributária todos os anos para aterrorizar populações, esta estratégia não é viável por muito tempo. O mato cresce independentemente da vontade dos proprietários. E cresce muito depressa. Uma vez limpo, rapidamente será necessário limpá-lo novamente. É uma gestão permanente com custos que não desaparecem. Limpar um terreno não é como remodelar ou recuperar um prédio, que, uma vez feita a intervenção, só décadas depois necessita de outra. Uma solução para ser viável a longo prazo tem de ser economicamente vantajosa para os proprietários.

Tornar a floresta portuguesa rentável, ou, melhor dizendo, a sua gestão rentável, pode passar por facilitar a vida aos resineiros, por estimular o uso de lareiras e recuperadores de calor para aquecimento de casas, pela construção de centrais eléctricas de biomassa, etc. Há uns tempos, em conversa com Henrique Pereira dos Santos, lembrámo-nos de que as cantinas que dependem do Estado (cantinas escolares, prisões, hospitais, etc.) podiam incluir na sua ementa alimentos amigos da floresta, como queijo de cabra, frutos silvestres, cabrito, etc.

Mas dá trabalho...

Há que encontrar um bode expiatório para os incêndios do próximo verão

Quando " Os lobos uivam " :

Por fim sinto indignação. Por mais argumentos que escute, por mais diatribes que oiça, não consigo encontrar um racional para a irracionalidade desta campanha a não ser o racional que não devia existir: o cálculo político. Dizendo a coisa de forma frontal e franca: todo este alarido tem menos a ver com a protecção da floresta contra os incêndios e muito mais a ver com a protecção de António Costa contra os imprevistos de um Verão que corra menos bem, pois nem é preciso que corra tão mal como o último para ele pagar um elevado preço político. Mas agora já não corre esse risco, porque depois desta campanha vai sempre poder dizer: fiz tudo o que estava ao meu alcance, se as coisas estão a correr mal é porque os malvados dos proprietários não limparam as suas matas.

É assim que actua um politiqueiro habilidoso e calculista, não é assim que actua um estadista.

O governo a atirar a culpa dos próximos incêndios para cima dos municípios

Os autarcas estão possessos. O governo quer que limpem as matas em dois meses e meio algo que o Estado não conseguiu em quarenta anos. 

António Costa sabe que não tem margem de credibilidade para aguentar uma época de novos incêndios depois do que aconteceu no verão passado . E, bem à sua maneira manhosa de proceder começa a preparar a fuga. É realmente preciso limpar as matas e é correcto o governo castigar quem o não faça mas é necessário primeiro falar com quem conhece o terreno e transferir os meios necessários e só após tomar medidas duras.

"Tanto o presidente da Associação Nacional de Autarcas Socialistas (ANA/PS), Rui Santos, como o dos Autarcas Social-Democratas (ASD), Álvaro Amaro, mostram-se indignados em declarações ao DN contra o que qualificam como ameaça e penalização dos municípios - dezenas de milhares de euros mensais em muitos deles - por parte de um poder central que, lamentam, desconhece o território e procura desresponsabilizar-se se este ano ocorrerem incêndios trágicos como os de 2017."

O governo numa tremideira quer tirar dinheiro à accão social de apoio às populações para as encaminhar para a limpeza das matas.

Álvaro Amaro critica o governo quanto a essa opção, porque "não teve a coragem de disponibilizar, com rigor e controlo, os dinheiros para desencadear" as ações de limpeza. "É um empréstimo e toda a gente sabe que, se quero fazer algo, ou pago ou a burocracia para pedir um empréstimo atrasa tudo", lamenta o autarca da Guarda.

Rui Santos alerta ainda que a retenção das verbas do FEF pela tutela vai penalizar as populações, pois essas verbas "servem para manter as ruas limpas, destinam-se às escolas, à ação social, à cultura, etc".

 

 

Um orçamento manipulador

Este orçamento não contempla verbas nem para as florestas nem para os professores as duas frentes quentes da política nacional.

Para a floresta está em curso, segundo o ministro Capoulas, a maior reforma desde D. Dinis . Para os professores a esperança mora no Parlamento já que a enorme manifestação não comoveu ninguém.

Mas não há dinheiro apesar do país estar melhor e do maior crescimento da economia como não se cansa de afirmar António Costa .

Ferreira Leite disse que muito provavelmente o Governo terá feito promessas que não podia cumprir e que os próprios sindicatos “sabem que é uma reivindicação inviável” dado o “impacto brutal” que teria no Orçamento.

A comentadora frisou que os próprios partidos que apoiam essa reivindicação aprovaram o orçamento, que não contempla verbas para a satisfazer, e acusou essas forças políticas de estarem a “tentar capitalizar esse problema”. “Acho isto tudo um exercício de uma enorme hipocrisia política”, afirmou.

Palavra dada palavra errada.

Pedrógão foi ignorado no orçamento por PS, PCP e BE

Podem dizer que estão muito preocupados mas quem olha para o orçamento não vê lá nenhum plano para as florestas . E Pedrógão já foi há quatro meses, mas PS, PCP e BE não atribuíram prioridade ao interior, às pessoas isoladas e abandonadas que lá vivem.

E quem discutiu o orçamento foram aqueles partidos da geringonça não foi mais ninguém. Não há refúgio possível. O que se discutiu foram as medidas das clientelas que exigem e ameaçam com manifestações . 

"Não percebo o suficiente de florestas e protecção civil para acusar e julgar os principais actores desta história dramática, nem mesmo da ministra que se demitiu já sem quaisquer condições políticas. Mas é difícil perceber que se chegue a Outubro sem um plano vertido no orçamento e aí há um grande responsável, António Costa. É no entanto impossível não notar que o tema esteve também ausente da agenda do PS, PCP e Bloco de Esquerda nas negociações que conduziram ao Orçamento que aprovarão em conjunto no final de Novembro."

Agora choram lágrimas de crocodilo esperando que os subsídios da UE nos salvem com uma espécie de Plano Marshall .

A maior revolução florestal desde D. Dinis

Cães nos restaurantes e coisas do género, engordar o estado com mais despesa, mais funcionários públicos, aumentar salários e pensões e ir buscar o dinheiro necessário onde existe. É todo um programa de governação.

Mas quanto à floresta não há tempo nem atribuição de prioridade. Arde, habituem-se !

À entrada do verão que se sabia quente e seco a ministra substituiu as chefias experientes por gente inexperiente do partido e com cursos "à relvas " . Falharam estrondosamente como não podia deixar de ser .

António Costa muito chateado por a sorte desta vez lhe ter virado as costas, disse ao que vem quanto à floresta. O que se pode fazer a curto prazo não se fez porque estava à espera do relatório técnico e, quanto ao longo prazo, ninguém está à espera que se faça do pé para a mão.

Além disso o Capoulas já tinha anunciado que a maior revolução na floresta desde D. Dinis já estava " on road ", nem precisou de esperar pelo tal relatório . Siga, que o que é verdade ontem é mentira amanhã.

E, no meio deste desnorte, morrem mais de cem pessoas. As populações a partir de agora devem autoproteger-se e serem reactivas ( atacar o incêndio ) porque já sabem que o governo não pode fazer mais nada.

O governo não pode desviar-se do seu focus, manter o PCP e o BE em permanentes conversações para segurar os sindicatos e a paz social.

Há tempo para mais ? Não há !

PS :

Há uma diferença gigantesca entre governar e fazer a redistribuição de rendimentos em favor dos que nos asseguram que ficamos no poder. Costa, hoje, é só isto. Podia ser mais, mas não é. E isto não é o regular funcionamento das instituições, do governo no caso. O PR?

 

 

Só 18% dos fundos europeus foram alocados à prevenção dos incêndios

Os restantes 72% foram alocados à compra de meios (aéreos e terrestres) e à modernização dos quartéis dos bombeiros. E a realidade corresponde à estatística. Vemos meios a serem utilizados e floresta a arder.

Está conforme o que os distintos gestores dos fundos quiseram. Queixamo-nos de quê ?

Perante mais esta evidência o que é preciso para exigir ao(s) governo(s) que coloquem a prevenção em primeiro lugar ? Porque todos sabemos que distribuir dinheiro é fácil e dá votos. No terreno a limpar a floresta, a cadastrar a propriedade e a mexer com interesses instalados é que dá chatices. Quem quer tal coisa ?

E que diz o governo perante tamanha façanha ? Falta de verbas é a explicação como se não as tivesse lapidado assinando cheques.

O Bloco de Esquerda, pela voz do deputado Pedro Soares, já pediu explicações ao ministério da Agricultura, afirmando que é uma situação “lamentável” e “inacreditável”, visto que “a intervenção florestal assume uma importância tão grande” e “um esforço enorme”. “Estamos a falar da limpeza de matos e prevenção de incêndios florestais”, considera o deputado.

Mas como bem diz o PCP o governo é do PS, nada de combustões ( perdão, confusões)