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BandaLarga

as autoestradas da informação

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O custo das farmacêuticas e o custo de mais uma semana de confinamento

É claro que as farmacêuticas têm que ter lucro para continuarem a investigar, pagar salários, comprar equipamentos, matérias primas e reagentes. Um medicamento leva em média 10 anos para ser comercializado.

E não estou a valorizar a morte evitada, a dor, o sofrimento apaziguado a milhões de pessoas. Uma semana de confinamento, em termos estritamente económico-financeiros, custa milhares de vezes mais do que aquilo que pagamos às empresas.

É muito triste que os que antes da vacina andaram de mãos postas a pedir o milagre e depois dele começarem a atribuir um preço à saúde. O BE até diz que a saúde não tem preço e que não é um negócio mas, pelos vistos, a morte e o negócio das funerárias é uma actividade a apoiar. Pobre gente.

A UE ter comprado globalmente para todos os 27 países a três ou quatro farmacêuticas não só garantiu qualidade e capacidade de produção como evitou uma bulha entre países alguns dos quais, como Portugal, não tinham qualquer hipótese de serem fornecidos a tempo e horas.

A Saúde realmente não tem preço e, era também escusado, andarmos a pedir ajuda a quem há algum tempo chamávamos o que o profeta não chamou ao toucinho. Mas a Catarina não perdoa.

Vejamos como o BE resolve os problemas : cada país deve produzir a sua vacina .

Nova esperança para tratar casos ligeiros do covid -19

Há dois dias um medicamento há muito existente foi considerado importante no tratamento de casos graves hoje, é anunciado outro medicamento para casos ligeiros. Com determinação a indústria farmacêutica está a encontrar soluções para a doença entre os medicamentos há muito usados. Com as enormes vantagens que a experiência dá.

A equipa descobriu, então, que "o raloxifeno poderá ser eficaz no bloqueio da replicação do vírus nas células, podendo assim travar a progressão da doença, em especial nos casos de deteção precoce ou assintomáticos".

"Os investigadores indicaram que as suas vantagens incluem a elevada tolerância nos doentes, a segurança e o perfil toxicológico bem conhecido", explica o executivo comunitário.

Este consórcio está agora "a utilizar uma plataforma de supercomputação apoiada pela UE, uma das mais potentes do mundo, para verificar o eventual impacto de moléculas conhecidas na estrutura genómica do novo coronavírus", segundo o executivo comunitário.

No total, o Exscalate4CoV já testou cerca de 400 mil moléculas utilizando os seus supercomputadores e, entre estas análises, "o raloxifeno surgiu como a molécula mais promissora".

O SNS não respondeu nem podia responder sózinho

A meio da pandemia ao SNS faltavam médicos e enfermeiros, máscaras e luvas, camas de cuidados intensivos e ventiladores.

A estratégia foi impedir que os doentes com coronavírus entupissem os hospitais do SNS. Para isso, o SNS mobilizou todos os recursos para combater a epidemia deixando para trás milhares de doentes sem cirurgias, sem consultas e sem exames e análises.

Para estes doentes - cancro, cardíacos, diabéticos e tantos outros- a DGS não chamou, numa estratégica concertada, os hospitais privados e sociais. Preferiu aumentar as listas de espera que saltaram dos 150 000 doentes habituais para os 400 000 ou mais do que isso.

Esta decisão é puramente ideológica, preferindo deixar sem tratamento milhares de doentes para dar a evidência toda aos hospitais públicos.

A para disto temos os médicos e enfermeiros a trabalhar 24 horas sobre 24 horas, exaustos e sem serem pagos pelas horas extras a que têm direito.

Quando há uma solução para os doentes e não se acciona essa solução por razões ideológicas e economicistas é nosso dever indignarmo-nos.

Lembram-se daqueles medicamentos que salvam vidas mas que por serem caros há doentes que morrem sem terem acesso ao tratamento ?

As situações são iguais. Só que num caso está o SNS no outro estão as milionárias farmacêuticas.

Coronavírus : nove razões para não entrarmos em pânico

O mundo dispõe hoje de um arsenal farmacêutico que permite em pouco tempo conhecer os novos desafios que periodicamente nos são colocados. Este vírus apareceu em Dezembro e hoje, dois meses passados, já o conhecemos bem. Não há razão para pânico.

1 - O vírus é conhecido. Como López-Goñi escreveu para o The Conversation, em França, o vírus causador de casos de pneumonia grave em Wuhan foi identificado em apenas sete dias, após o anúncio oficial, em 31 de dezembro. Três dias depois disso, a sequência genética estava disponível

2 - Podemos fazer testes para sabermos se estamos infectados. A 13 de Janeiro - três dias após a publicação da sequência genética - estava disponível um teste fiável, desenvolvido por cientistas do departamento de virologia do hospital universitário Charité, em Berlim, com a ajuda de especialistas em Roterdão, Londres e Hong Kong.

3 - Sabemos que o vírus pode ser contido (embora a um custo considerável). A quarentena draconiana da China e as medidas de contenção parecem estar a funcionar. Na quinta-feira 120 novos casos foram relatados em Wuhan, o número mais baixo em seis semanas, e, pela primeira vez desde o início do surto, não houve qualquer caso em nenhuma localidade no resto da província de Hubei

4 - Apanhá-lo não é assim tão fácil (se tivermos cuidado) e podemos controlar o contágio muito facilmente (desde que tentemos). A lavagem frequente e cuidadosa das mãos, como todos sabemos agora, é a forma mais eficaz de impedir a transmissão do vírus, enquanto uma solução de etanol, peróxido de hidrogénio ou lixívia desinfectará as superfícies (mas nunca as três substâncias juntas). Para sermos considerados em alto risco de contágio do coronavírus, precisaríamos de viver com alguém, ou ter contato físico direto com alguém infectado, ter estado no raio de tosse ou espirros de alguém infectado (ou usar uma peça de roupa contagiada), ou estar em contato face a face com alguém infectado, num raio de dois metros, por mais de 15 minutos. Não estamos a falar de nenhum contágio possível por alguém que se cruze connosco na rua.

5 - Na maioria dos casos, os sintomas são leves, e os jovens correm um risco muito baixo. Segundo um estudo realizado a mais de 45 mil infectados na China, 81% dos casos causaram apenas sintomas menores, 14% dos pacientes apresentaram sintomas descritos como "graves" e apenas 5% foram considerados "críticos", com cerca de metade desses casos a resultar na morte dos doentes. Apenas 3% dos casos dizem respeito a menores de 20 anos, as crianças parecem pouco afectadas pelo vírus e a taxa de mortalidade para os menores de 40 anos é de cerca de 0,2%.

6 - As pessoas estão a recuperar. Como mostra a contagem diária mantida pelo CSSE da Universidade americana de Johns Hopkins, milhares de pessoas em todo o mundo estão a recuperar, confirmadamente, do coronavírus todos os dias.

7 - Centenas de artigos científicos já foram escritos sobre o assunto. Digite Covid-19 ou Sars-19 no motor de busca do site PubMed da biblioteca nacional de medicina dos EUA e encontrará, apenas cinco semanas após o surgimento do vírus, 539 referências a artigos sobre ele, tratando de vacinas, terapias, epidemiologia, diagnóstico e prática clínica

8 - Existem protótipos de vacinas. Laboratórios comerciais farmacêuticos e biotecnológicos como Moderna, Inovio, Sanofi e Novavax, assim como grupos académicos da Universidade de Queensland na Austrália - muitos dos quais já estavam a trabalhar em vacinas para vírus similares relacionados com a Sars- - têm protótipos de vacinas preventivas em desenvolvimento, algumas das quais em breve estarão prontas para testes em humanos (embora a sua eficácia e segurança levarão o seu tempo para serem garantidas, é claro).

9 - Dezenas de tratamentos já estão a ser testados. Em meados de fevereiro, mais de 80 ensaios clínicos estavam em andamento para tratamentos antivirais, segundo a revista Nature, e a maioria já foi utilizada com sucesso no tratamento de outras doenças. Drogas como remdesivir (Ébola, Sars), cloroquina (malária), lopinavir e ritonavir (HIV), e baricitinibe (poliartrite reumatóide) estão a ser testados em pacientes que contraíram o coronavírus, alguns como resultado de pesquisas que integram inteligência artificial.

Salvar o SNS - o estado só paga medicamentos que curem - 2

Partilhar o risco com quem vende medicamentos novos e, muitas das vezes, supostamente inovadores. Depois de uma guerra com a introdução dos genéricos temos agora mais um passo importante para a sustentabilidade do SNS. Claro que tudo isto é normal há muito nos restantes países europeus. Com vinte anos de atraso e respectivos custos, chegou enfim a Portugal uma política do medicamento com inegáveis vantagens para o doente e para o bolso do contribuinte. Até agora mandavam as farmacêuticas, a associação de farmácias e alguns (muitos) médicos.

O Bastonário da Ordem dos Médicos resolve o problema, enterrando-o.

Bastonário da Ordem dos Médicos resolve todos os problemas da classe pondo o estado a pagar. Como todas as corporações o grande objectivo é viver à conta dos contribuintes. Há médicos, instituições e universidades que fogem ao dever tributário? Se for o estado a pagar já não fogem. Assunto resolvido. O jornal Público adianta hoje que a indústria farmacêutica concedeu apoios e subsídios no valor de mais de 28,6 milhões de euros a profissionais e organizações do setor da saúde, entre janeiro e junho deste ano, mas que estes profissionais comunicaram que neste período receberam apenas 8,4 milhões de euros dos laboratórios.

Não é muito difícil perceber que se não fosse o cruzamento de dados ninguém daria pela marosca. O problema fica pois, resolvido, enterrando-o!

Médicos obrigados a declarar conflito de interesses

Sempre existiu um véu de suspeita sobre as relações de médicos com a indústria farmacêutica. Prémios pecuniários, congressos, normalmente acompanhados de estadias em ilhas paradisíacas...

A contrapartida seria a prescrição de medicamentos pertencentes à industria que pagava as passeatas. Finalmente , deu-se um passo importante para clarificar essas relações. É importante para todos. Há muito que esta norma está implementada noutros países. Há muitos interesses instalados que estão a ser confrontados.

Todas as entidades envolvidas no circuito do medicamento têm agora 30 dias para declarar eventuais conflitos de interesses à Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed), que os publicitará “de modo imediato e automático” na sua página de Internet.

A prática, que está instituída em vários países estrangeiros, obriga os profissionais de saúde que escolhem os medicamentos pagos com verbas públicas nos hospitais a fazer declarações públicas de conflitos de interesses, por exemplo revelando os congressos patrocinados pela indústria farmacêutica em que participem.