Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

BandaLarga

as autoestradas da informação

BandaLarga

as autoestradas da informação

O apoio do PCP e do BE está a revelar-se demasiado caro

O ministro da Educação diz que não é possível ceder às exigências dos professores. A ministra da Saúde diz que não é possível dar o que os enfermeiros exigem. E tudo isto apesar de a dívida ter crescido em valor absoluto e a carga fiscal ser a maior de sempre.

Agora que o crescimento da economia está a derrapar o governo vai arranjar receita como ? Continuar a aumentar a dívida ? Aumentar os impostos ? Degradar ainda mais o Serviço Nacional de Saúde ? Continuar a cortar no investimento público ?

António Costa está a pagar caro o apoio ao governo do PCP e do BE . As reversões e as devoluções de salários e pensões foram longe de mais . São justas ? São, mas o governo e o PCP e o BE sabem muito bem que a produção de riqueza ( PIB ) está hoje ao nível de 2011. Não chega como não foi suficiente durante a crise. Aumentar a despesa pública à custa do aumento de impostos e da dívida já levou o país para a mesma situação em que estamos hoje.

De tanga .

Acossado pela direita e sem apoio na esquerda

O PCP já há algum tempo que disse com todas as letras que não quer mais acordos com o PS e o discurso do BE em matéria de energia renováveis passou a papel selado a morte da solução comum.

Perdido o apoio da esquerda o PS volta-se agora para a direita. Começou com António Costa " O Governo quer uma relação normal e tranquila com o principal partido da oposição". Continuou com Carlos César : " O país precisa de outros consensos e de consensos mais vastos ". E Pedro Nunes Santos, " Em matérias estruturais vamos procurar o PSD e o CDS ". E Maria Manuel Leitão :" Desejo que com o futuro líder do PSD seja possível um entendimento".

O PS não quer chegar às eleições de 2019 colado ao PC e ao Bloco, previsivelmente para onde o PSD o quererá empurrar.

Sem apoio da esquerda o PS quererá ocupara o centro, onde se ganham eleições, antecipando-se ao PSD .

O PS quer agora aliar-se a um partido a quem impediu a governação depois de ter ganho as eleições . Largar a bóia que o salvou no curto prazo e agarrar-se a uma bóia que o salve a longo prazo.

Um governo que vai de trapalhada em trapalhada e que vai estar em perda e agonia lenta até ao final da legislatura. Daqui para a frente só há dragões. Remodelar ou fazer eleições antecipadas talvez não fosse má ideia até porque o PSD continua sem secretário geral e só o terá lá para Março.

O PSD a dar tempo ao PS que bem precisa dele.

PS : a partir do Expresso

António Costa paga preço na Autoeuropa

O que se está a passar na Autoeuropa com o assalto da CGTP à co-gestão, é o inicio do pagamento que Costa vai ter que suportar. E não por acaso é agora enquanto se discute o orçamento para 2018.

A administração da empresa alemã não aceita negociar com os sindicatos. A Comissão de Trabalhadores é a fidedigna representante dos trabalhadores. Sempre foi assim na Autoeuropa, os trabalhadores mais do que ninguém sabem-no. Não podem apresentar desconhecimento dos argumentos que a administração apresentou na casa-mãe alemã para conseguir trazer para Palmela a produção da nova viatura.

António Chora, o histórico presidente da Comissão de trabalhadores agora na reforma, manifesta toda a sua estupefacção. Ele melhor do que ninguém sabe o que foi preciso negociar para conseguir ganhar a produção do novo carro depois de nos últimos dois anos a actividade da empresa ter caído acentuadamente. E diz, precisamente, o que é evidente para todos. Trata-se do assalto ao castelo por parte da CGTP .

.  A posição dos sindicatos afectos à CGTP mostra bem que não é possível estar no governo apoiado pelo PCP e, ao mesmo tempo, ter uma governação pró-União Europeia . O PCP e o seu braço sindical são convictamente adversários da União Europeia e nisso não transigem, embora tenham que engolir pequenos sapos no percurso. Mas no esssencial o PCP será o que sempre foi.

Como sempre foi dito, o apoio do PCP e do BE, não passou de um passe de mágica para transformar uma derrota eleitoral numa vitória . Passado o foguetório ambos os partidos da extrema esquerda representam a maior limitação à governação do actual governo .

Só não vê quem não quer .

chora.gif

 

 

  

 

Portugal tem uma das maiores dívidas públicas do mundo

E o pior é que o programa de compra do BCE dá sinais que está a abrandar e que com a inflação a bater nos 2% irá terminar. As taxas de juro, antecipando o que se diz antes, já terão abandonado os mínimos e estão a crescer para ficar a níveis mais altos.

Taxas de juro mais elevadas aplicadas a uma dívida gigantesca são pregos no caixão.

Só há uma forma de reduzir a ameaça. Fazer crescer a economia o que o governo não consegue fazer. Sem poupança interna dos cidadãos e sem ser capaz de atrair investimento estrangeiro está de mãos e pés atados. Aliás, o próprio governo nas suas previsões para 2017 e 2018 (1,3 % e 1.4%) não tem ilusões.

A questão que se deve colocar é o custo que o país suporta por ter como apoio do governo partidos anti-europa e que, ao mesmo tempo, que estendem a mão a mais empréstimos não desistem de colocar em cima da mesa a renegociação da dívida. Quem é que empresta dinheiro a um país altamente endividado, cuja economia não cresce e que dia sim dia não ameaça não pagar aos credores ?

2017jan3_jurosa10anos-01.png

 

 

Novo resgate parece inevitável

Não atirem ao mensageiro, na verdade ir preparando o povo, o bom povo, para mais sacrifícios até é um serviço que se presta ao governo e aos seus apoios " agarrem-me que eu vou-me a eles". Porque os apoios não vão a lado nenhum, engolem como todos os outros e o resto são cantigas.

Um artigo publicado esta segunda-feira no diário financeiro alemão Handelsblatt vai ainda mais longe. Sob o título "Pressão sob Portugal aumenta", Sandra Louven escreve que "Portugal está a caminho de outra crise financeira, devido ao elevado endividamento, baixo crescimento e bancos frágeis." E diz mesmo: "Um novo resgate da União Europeia parece inevitável", uma afirmação a fazer lembrar 2011. O artigo, reservado a assinantes, refere a subida das taxas de juro de Portugal e a já citada entrevista de McCornick à Reuters.

Portugal já está no radar internacional pelas piores razões.

Banca ameaça "governo de esquerda"

banca é um problema muito pesado para o governo que terá que encontrar soluções no quadro da UE. PCP e BE não estão disponíveis. O PSD vai ter que apoiar o governo mais uma vez. 

Como lidar com a banca segundo as perspectivas da esquerda? Este é o maior desafio de António Costa e não está a ser bem sucedido. O acordo que o tornou primeiro-ministro já falhou com a resolução do Banif e a venda do Novo Banco tem a oposição do BE e do PCP. No caso do Banif, o PSD acorreu com os seus votos para aprovar a resolução. E terá que continuar a fazê-lo sempre que se trate de viabilizar soluções para a banca segundo os mandamentos de Bruxelas. Os parceiros do PS não estão disponíveis para isso.

‘Uma situação política complicada que se vai repetir . Quando e quem derruba o governo ? E António Costa está interessado em governar assim ?

Nem sequer apoio parlamentar

Edgar Silva não está com modas e reafirma o que Jerónimo já tinha abordado embora mais moderadamente. O governo não é de esquerda e nem sequer se pode dizer que tenha um apoio parlamentar. Em relação ao PCP não tem.

O PS por várias vezes teve responsabilidades de Governo e, em tantas das vezes, não só lançou processos que visavam rever a Constituição e até descaracterizá-la em alguns aspetos, como tantas vezes concretizou soluções que, em boa parte, violavam grosseiramente a Constituição”.

Estas declarações do PCP aparecem em crescendo, pondo em causa a solidariedade que envergonhadamente assinou com PS e BE com vista a viabilizar um governo minoritário PS.

Ainda hoje no debate entre Marisa Martins e Edgar Silva, ficou patente a animosidade entre os dois partidos da extrema esquerda. São adversários e estão longe de se considerarem parceiros apesar de apoiarem o mesmo governo. O BE relegou o PCP para o último lugar na Assembleia da República e isso não é pouca coisa que o PCP perdoe.

Temos pois, um governo minoritário, apoiado por partidos adversários entre si. O BE quer que o governo se mantenha tempo bastante para influenciar decisões e fortalecer o seu poder na máquina do estado . O PCP quer readquirir o seu poder sindical nas empresas públicas e deixar pelo caminho, o mais depressa possível, a tralha socialista. O PS precisa de algum tempo para lambuzar os eleitores e marcar eleições antecipadas.

Eles prometem tudo mas não deixam nada