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Flor da Liberdade

FLOR DA LIBERDADE

Poema de Miguel Torga (in "Orfeu Rebelde", Coimbra: Edição do autor, 1958 – p.52-53; "Poesia Completa", Lisboa: Publicações Dom Quixote, 2000, 2.ª edição, 2002 – p. 560)

Recitado pelo autor* (in 2LP "Miguel Torga: 80 Poemas": LP 1, EMI-VC, 1987, reed. EMI-VC, 1995)


Sombra dos mortos, maldição dos vivos.
Também nós... Também nós... E o sol recua.
Apenas o teu rosto continua
A sorrir como dantes,
Liberdade!
Liberdade do homem sobre a terra,
Ou debaixo da terra.
Liberdade!
O não inconformado que se diz
A Deus, à tirania, à eternidade.

Sepultos insepultos,
Vivos amortalhados,
Passados e presentes cidadãos:
Temos nas nossas mãos
O terrível poder de recusar!
E é essa flor que nunca desespera
No jardim da perpétua primavera.


* Gravado nos Estúdios Valentim de Carvalho, Paço d'Arcos, nos dias 31 de Junho, 1 e 31 de Julho de 1987
Engenheiro de som – Pedro Vasconcelos
Montagem – Miguel Gonçalves
Montagem digital (CD) – Fernando Paulo Boavida, nos Estúdios Valentim de Carvalho