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BandaLarga

as autoestradas da informação

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A melhoria da situação económica portuguesa é apenas temporária

A ligeira melhoria da situação económica portuguesa é cíclica, coincide com a melhoria global mas não é estrutural . Quando vier a próxima crise não estaremos melhor preparados para a enfrentar.

Em primeiro lugar, há que assinalar que o total de empregos na economia portuguesa se encontra ainda abaixo da fasquia dos quase 5,2 milhões de empregos, uma fasquia atingida em 2002, ou seja, muito antes da crise. Mas, ao nível actual de quase 4,8 milhões de empregos, o país está também significativamente acima dos cerca de 4,4 milhões de empregos do final de 2012 (ainda que abaixo dos 5 milhões de 2007). Por outras palavras, o crescimento do emprego, que nos últimos anos tem sido marcado sobretudo pela criação de empregos a salário mínimo, tem sido também insuficiente a fim de retirar Portugal da longa crise de empregabilidade em que caiu no início do milénio.

Em segundo lugar, destaque-se também o rendimento disponível bruto das famílias que, a preços correntes, deverá este ano ultrapassar o máximo anterior registado em 2010. Porém, da análise deste mesmo indicador a preços constantes, isto é, descontando o efeito da inflação desde então, resulta que o rendimento disponível das famílias em 2017 terá comprado menos bens e serviços que um nível idêntico de rendimento em 2010. Associado a isto, temos a taxa de poupança que baixou significativamente de quase 8% no auge da crise para 4% hoje. Ou seja, temos hoje que o custo de vida está mais caro e que as famílias poupam cada vez menos.

E quanto ao terceiro ponto o da competividade também não estamos a melhorar na comparação bem como no quarto ponto o da produtividade.

Em resumo, à pergunta, "estamos melhor "? a resposta é " nem por isso" .

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