A greve é um aproveitamento político miserável da fragilidade do governo
O governo está muito fragilizado com as mortes nos incêndios deste Verão. As florestas ainda fumegam e os mortos ainda não estão enterrados e já a Frente Comum sindical se prepara para uma greve nacional.
Os sindicatos não exigem que aqueles que perderam os seus familiares e que agora estão mais sós e pobres sejam auxiliados de imediato. Não, os sindicatos vão exigir mais dinheiro e mais direitos para os funcionários públicos . Sabemos todos que o que se dá à Administração Pública tem que se ir buscar a outro lado qualquer. E como está tragicamente à vista é ao interior, às vilas e aldeias do país pobre que se vão buscar os meios para os entregar a quem já os tem.
No interior do país não há empregos para toda a vida. As pessoas são pobres e idosas e não têm voz para fazer greves e manifestações.
Uma grandiosa greve de solidariedade dos que vivem bem para com os que vivem mal isso sim seria nobre. Mas mais do mesmo ainda com a dor a escaldar a alma do país é uma vergonha.
De um lado o silêncio de quem sofre do outro, a greve de quem se prepara para ter mais quase uma semana de férias. É só olhar para o calendário.