Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

BandaLarga

as autoestradas da informação

BandaLarga

as autoestradas da informação

Fogos que ardem sem se ver

Para além dos incêndios há outros fogos que ardem sem se ver .

...sabemos que há mais sectores onde caminhamos sistematicamente em cima do arame.

Sabemos que é assim com a sustentabilidade das contas públicas e da dívida. A bancarrota de 2011 tornou o problema evidente e inegável para todos. Mas nem tinha começado aí nem está resolvido. Longe disso. Entre a austeridade urgente assumida e a austeridade disfarçada transformada em gestão orçamental corrente, continuamos expostos aos solavancos económicos que, tarde ou cedo, acontecerão inevitavelmente.

Incapazes de reformar e tornar o Estado sustentável, achamos que é com cativações que o problema se resolve. Não é. A redução do défice que está a ser feita credibiliza o país e ajuda a conter a dívida mas o método seguido tem prazo limitado, como se tem visto pelo impacto nos serviços do Estado.

Com a Segurança Social não é diferente. Não há governo que não jure que salvou o sistema.

Chegaram os incêndios desapareceu o António Costa

Tal como o ano passado António Costa desapareceu. O país arde e o primeiro ministro foge. É uma cobardia política inaceitável.

Na Grécia o primeiro ministro apareceu no local da tragédia e assumiu a responsabilidade política . O ministro da administração do território demitiu-se. Por cá não só desapareceu o primeiro ministro como o ministro respectivo ao fim de três dias veio aplaudir a coragem das populações. E é claro tudo está a correr como seria de esperar.

O ano passado ardeu onde havia material combustível acumulado este ano arde onde há material combustível acumulado. Nenhum avanço na estratégia. Depois de começar a arder foge o governo e aparecem os bombeiros. Tudo como dantes.

O país devia exigir que António Costa voltasse, interrompesse as férias e assumisse a responsabilidade política. É que fugir com a desculpa que estava fora do país não colhe quando a tragédia está prometida e em plena repetição.

O PCP e o BE não tugem nem mugem. Grandes partidos ao lado do (seu) povo em sofrimento.

Portugal é a Grécia

Governos fracos e administrações incompetentes incapazes de planear a longo prazo levam ao desespero e à morte . Maus serviços públicos apesar da elevada carga fiscal.

Está a acontecer no sul quente e seco. Está a acontecer onde os Estados são falhos, governados à vista desarmada e tomados por administrações públicas lideradas por incompetentes promovidos por cunhas e cartões partidários, incluindo nas suas proteções civis. Portugal e Grécia são casos diferentes mas ambos estão há anos tomados por governos com total incapacidade estratégica de longo prazo (o que nos incêndios se vê na floresta e no ordenamento do território), por comportamentos sociais desvinculados e por uma sujeição orçamental a que chamamos austeridade: impostos muito elevados para pagar despesa pública e corte de meios e serviços públicos por exaustão (o que nos incêndios se vê na falta de recursos de combate).

Esta combinação de incompetência na estratégia e na ação, de falta de planeamento e de falta de meios, leva perfidamente à resignação inaceitável: a da fatalidade. Como se morrêssemos nos incêndios porque a natureza está assim e vida é isto.

Finalmente, o terceiro traço, o de que Portugal e Grécia são países da União Europeia resgatados por uma austeridade então necessária mas disparatada na profundidade com que se espetou a faca na ferida, pelo experimentalismo económico e pela raiva vingativa de políticos e países do Norte. Quiseram fazer uma purga. Criaram um purgatório. 

Embora o que Portugal passou não se possa comparar ao que passou ( está a passar) a Grécia.

Nova época de incêndios está a ser preparada ( não é gralha)

Não, não é engano. É mesmo a nova época de incêndios que está a ser preparada quando se esperava que se preparassem os  meios de combate e a limpeza dos terrenos para a evitar.

Os meios aéreos, já se sabe, não levantam voo e a organização dos meios terrenos está pelas ruas da amargura.  De tal forma que Marcelo já veio avisar que em caso de repetição do desastre não terá condições de se recandidatar. Ora, o presidente é quem anda no terreno a ouvir as pessoas e as organizações e, se, coloca essa possibilidade é porque ela não só é possível como provável. E, assim sendo, acontece mesmo.

Agora no meio de Maio o comandante da Protecção Civil demitiu-se por razões pessoais , leia-se , no meio desta barafunda vou-me embora a tempo. Logo lhe saltaram à perna uns tantos ( os mesmos de sempre) a confirmarem que o que se passa longe do nosso conhecimento é mesmo mau .

O governo de imediato nomeou um novo comandante para encurtar o tempo de debate não curando de nos explicar as causas da demissão, é bem de ver.

E já há quem lembre que estas nomeações em pleno período de incêndios não se recomendam como se verificou nos desastres do ano passado. Tudo isto cheira a debandada.

Ficam os que vivem nas zonas que ardem e os operacionais .

O ex-secretário de Estado dos incêndios não presta declarações

Cinco dias antes dos grandes incêndios os operacionais no terreno pediram ao governo reforço de meios humanos e aéreos. A resposta foi uma mão cheia de nada. O resultado foi uma catástrofe com 112 mortos e outros tantos feridos.

O ex-secretário de estado que perante o relatório independente logo veio publicamente negar as falhas de que o Estado era acusado diz agora que não presta declarações. O que se compreende pois a fonte da notícia é o documento em que o pedido é feito. Não há como negar.

Responsáveis não há. António Costa já veio dizer que perante novo desastre não se demite . Depois de umas férias, passada a indignação, lá estará com as televisões a tiracolo a jurar que é preciso tomar medidas. Ó minha senhora não me faça rir , dirá entre o divertido e o preocupado depois de analisar as sondagens.

“Face à previsibilidade da manutenção de risco elevado de incêndios florestais, com base nas previsões meteorológicas que apontam para a manutenção de temperaturas acima da média e considerando a significativa redução de dispositivos de bombeiros, submete-se à consideração um reforço desse dispositivo”, refere o documento em causa, citado pelo matutino."

 

 

Um governo em estado de negação

O relatório sobre os incêndios veio mostrar que o governo continua em estado de negação.

É ouvir o que vários membros do governo e do PS têm dito sobre o relatório independente. A falta de humildade é patente. Todos têm culpa menos o governo até porque as propostas e as conclusões do relatório ou estão no terreno ou estão prestes a lá chegar. Ninguém ensina nada a António Costa e companhia.

MP vai usar relatório dos incêndios para acusar responsáveis

Não pode ser de outra forma perante o relatório que foi publicado pela Comissão Independente aos fogos de Outubro tais são as óbvias responsabilidades do governo.

O Ministério Publico tem que investigar as falhas apontadas, os meios humanos e técnicos recusados, os avisos não escutados.

Há uns meses atrás a ministra da Justiça, inopinadamente, veio falar da não renovação do mandato à PGR . Afastar uma magistrada com provas de independência e que corta a direito. Calculo o que será agora com a publicação deste relatório.

É, claro, que tudo vai ser resumido em mais uma campanha contra o PS e seus apoiantes.

Pois se a pré-bancarrota a que Sócrates levou o país é culpa do PEC IV que esperar de um processo que envolveu mortes de pessoas inocentes ?

Só pode ser uma campanha.

O governo é culpado na morte de 112 pessoas nos incêndios

O relatório diz que o governo retirou meios humanos e técnicos do teatro operacional apesar das previsões da meteorologia. A Protecção Civil pediu reiteradamente ao governo o reforço de meios e em nenhum caso foi ouvida.

O ministro fala no que está a fazer e no que já está feito e foge continuamente às perguntas dos jornalistas acerca das falhas apontadas no relatório independente. Uma vergonha difícil de ver e ouvir.

O Presidente da República - o único que assume que leu o relatório - disfarça e foge com o rabo à seringa quando confrontado com as conclusões do relatório que apontam as falhas do governo.

Quem assume que leu não responde quem diz que não leu diz que no futuro  é que é. Como é possível o PS e o governo exibirem esta pantominice ? Sim, o PCP e o BE também dizem que houve falhas mas quem falhou foram as políticas de direita não foi o Estado.

Em qualquer país do mundo este governo seria demitido perante este relatório que aprofunda as conclusões do primeiro relatório . Aliás, bastaria que o governo fosse de centro direita para não faltarem vozes esganiçadas a cantarem "grândoladas" e a oferecerem pauladas.

A triste figura que o ministro fez agora mesmo na SIC não deixa margem para dúvidas. Se tivessem consciência não esperavam pelo próximo verão . É que eles sabem que se a Natureza se comportar como é sua natureza no período de muito calor os incêndios vão voltar.

Oxalá não morram mais pessoas inocentes.

Afinal havia outro relatório sobre os incêndios

Irresponsabilidade. Ligeireza . Virar de página da austeridade

Depois de ter entregado o relatório de conclusões na Assembleia da República, o presidente da Comissão Técnica Independente (CTI) aos incêndios de outubro, João Guerreiro, sublinhou aos jornalistas que "era possível encontrar soluções prévias" para evitar os incêndios de outubro. "Havia capacidade para antecipar os incêndios de outubro, mas isso não foi feito", apontou João Guerreiro. E concretizou: "Era possível encontrar soluções prévias de programação e de previsão que pudessem ter amenizado o que foi a expansão do incêndio."

Mas este primeiro ministro prima pela arrogância e pela mentira .

Há que arranjar desde já um bode expiatório

Há que arranjar um bode expiatório para os incêndios do próximo verão.

António Costa pressiona as câmaras para fazerem a limpeza das matas, os autarcas respondem com a impossibilidade de o fazer até Maio .

É claro que depois do desastre do verão passado ninguém compreenderá outra vaga de incêndios e António Costa sabe isso melhor que ninguém

As capas do Jornal i e do jornal Sol mostram bem a luta que se trava para fugir ao cepo em que se cortarão cabeças . E os bombeiros também estão em pé de guerra.

As cativações e a deterioração dos serviços públicos no altar da reversão dos rendimentos ainda vão sair caras .

Paralelamente PCP e BE não largam as Leis Laborais apesar do bom comportamento do emprego. E a AutoEuropa é um pesadelo com PCP a querer controlar a fábrica através da CGTP.

O governo está no fio da navalha. E o crescimento da economia nem sequer atinge a média da Zona Euro. Estamos a empobrecer .