Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

BandaLarga

as autoestradas da informação

BandaLarga

as autoestradas da informação

Não adianta tentar impedir o desemprego por decreto

Sem economia e sem empresas não há como impedir o desemprego em massa e com ele brutais problemas sociais.

“As empresas não precisam de mais endividamento mas antes de tesouraria que lhes permita fazer face aos compromissos no curto prazo e manter os empregos em termos duradouros“, escreve Saraiva ao primeiro-ministro. E pede a “injeção direta de fundos nas empresas”.

António Saraiva deixa ainda um aviso ao primeiro-ministro. “Não adianta tentar impedir o desemprego por decreto se não houver economia e as empresas não tiverem trabalho“, escreve, em referência às sucessivas declarações de António Costa e do ministro da Economia, Pedro Siza Vieira.

Medidas paliativas, endividamento adicional, montantes parciais e apoios pontuais não resolvem problema nenhum e chegaremos ao final do ano com uma economia desestruturada, uma sociedade civil desmobilizada e uma crise social eminente“, antecipa António Saraiva.

É bem verdade sem empresas não há emprego e não há produção de riqueza

As desigualdades ameaçam os capitalistas

Os CEO andam preocupados. A violência que atinge neste tempo certos sectores da sociedade pode vir atingir com igual violência os milionários. Nos USA começa-se a redefinir o papel da empresa na sociedade. Esta deixaria de ter por fim apenas ou principalmente a maximização do lucro acionista, para passar a atender em primeira linha aos interesses de clientes, empregados, fornecedores e comunidades. Só depois viria o lucro acionista e, aliás, "de longo prazo". É o "stakeholder capitalism", o capitalismo de todas as partes interessadas. 

Já em 2014, a insuspeita Lady Lynn Rotschild tinha convencido Christine Lagarde e o príncipe de Gales, entre outros, a constituírem o que veio a designar-se por "The Coalition for Inclusive Capitalism". "Se não adotarmos esta solução (capitalismo inclusivo), bem podemos contar com a substituição do capitalismo por algo muito pior", escreveu então Lady Rotschild.

O que os CEO da Business Roundtable detetaram foi uma ameaça sistémica que pode vir a atingi-los com a mesma violência que assume hoje a raiva contra os imigrantes ou a globalização. Não parece muito provável que estes beneficiários primeiros da ordem neoliberal se tenham convertido subitamente em apóstolos desta espécie de capitalismo de rosto humano defendido pela sua associação. Mas os tempos não estão para hesitações. Eles melhor do que nós entendem a crise de legitimidade ética e social que as políticas e as práticas do capitalismo contemporâneo engendraram. Se os CEO deste mundo, em vez de alinharem a sua missão exclusivamente pelo interesse dos acionistas, passarem a ter em conta também os interesses dos restantes cidadãos e das comunidades, isso será uma enorme derrota para a semicentenária cartilha neoliberal.

O ministro que gosta é de malhar

Primeiro " eu cá gosto é de malhar na direita" agora gosta de malhar nas empresas privadas. Santos Silva, ministro de um governo que levou o país à bancarrota, não se lembra de malhar no PS que nos últimos 20 anos governou 16 anos (80% do tempo).

Para quem tinha dúvidas sobre o que o PS pensa das empresas privadas que asseguram 80% do emprego e 60% das exportações pode agora dormir descansado. Malhar é o verbo e, como, Santos Silva foi ministro de todos os últimos governos socialistas também ficamos a saber que não se enganou nem disse sem pensar. É mesmo o que pensam os políticos socialistas sobre as empresas privadas.

Nas vésperas da discussão do Orçamento Santos Silva está a dar um recado encomendado. Em política o que parece, é.

O orçamento é um jogo de " pôr e tirar "

O OE 2018 não contem nenhuma medida destinada a combater os factores problemáticos para o enquadramento da vida das empresas em Portugal ( carga fiscal sobre as empresas, instabilidade das políticas fiscais e outras, burocracia etc). Pelo contrário , agrava alguns desses factores. E está completamente desfasado face aos problemas de médio prazo com que o País se confronta em termos de défice estrutural das contas públicas ( que, em rigor, continua a crescer) , Acresce que quase nada prevê em termos de promoção da competitividade nacional pois passa ao lado de medidas para melhorar infraestruturas essenciais ao futuro da economia , como é o caso da ferrovia de bitola europeia. É, afinal, um jogo de " pôr e tirar " que cria a ilusão de privilegiar os grupos de eleitores mais numerosos ou com maior capacidade reivindicativa e esquece o imperativo de contribuir para um crescimento de qualidade da economia portuguesa. No final todos sairão a perder pois será o crescimento do país que continuará aquém dos países nossos concorrentes a nível europeu e global como vem acontecendo ano após ano.
É imperativo que as forças representativas do mundo empresarial ( a exemplo da CIP ) façam uma denuncia pública desta política orçamental que, além do referido, não aproveita o bom momento da economia envolvente para dotar o país ( ainda fortemente endividado ) de mais defesas par fazer face a um futuro onde não faltam ameaças como a da subida das taxas de juro e a situação política em vários parceiros europeus. O ajustamento económico e financeiro , em Portugal, está longe de estar terminado .
( Ideias principais do Seminário sobre o" OE 2018 - como se enquadra numa estratégia de crescimento a médio prazo," realizado , ontem 22/11/2017 )

O que é o salário mínimo ?

O salário mínimo é aquele abaixo do qual nenhum trabalhador está disposto a trabalhar e acima do qual nenhum empregador está disposto a empregar.

Também pode resultar da oferta e da procura no mercado de trabalho, da competitividade, da produtividade e de todos os factores que concorrem para o preço final.

O que o salário mínimo não é de certeza é um acto de caridade, de boas intenções ou de gritos ideológicos tipo : Salário mínimo para todos ! Nem é o resultado de uma guerra entre dois partidos que querem tirar benefício sobre a paternidade do conceito e da sua implementação.

Uma coisa é certa. Enquanto o Estado carregar as empresas com os mais variados e elevados impostos, não há salário mínimo decente, porque uma boa parte dele entra nos cofres de Estado como receita orçamental.

O país na situação que está só pode elevar significativamente o salário mínimo se esse aumento for suportado pelas empresas e pelo Estado.

Tudo o resto é uma ilusão .

 

Os patrões estão zangados com este orçamento

O governo corre o risco de encontrar as salas vazias quando convidar os empresários para reuniões. É que há muito que um orçamento é tão pouco amigável dos empresários . E o presidente da CIP já avisou.

Contrariamente ao que pensa o primeiro ministro (chapa ganha chapa distribuída) a chapa não é ganha é produzida e acerca da produção de riqueza este orçamento não tem nada. É o próprio governo que prevê a redução do crescimento da economia em 2018 e crescimento ainda mais baixo e a divergir com a Zona Euro  em 2019.

Mas neste orçamento o que se vê é o aumento da despesa pública a par do aumento da dívida. Continuamos a pedir dinheiro emprestado e continuamos com um encargo dos juros da dívida colossal (7,9 mil milhões) . É tão assim que PCP e BE já andam com a história da carochinha da renegociação da dívida. Primeiro gastam ao desbarato e depois querem convencer os credores a facilitar o pagamento da dívida. Os empréstimos e o seu contrário. Um fartar.

E é claro que os empresários nacionais não tomam decisões de investimento e  a captação de investimento estrangeiro não se realiza. Menos produção de riqueza, menos postos de trabalho, menos receitas para o Estado. Menos exportações e mais importações e pior défice externo. Um fartar.

E se a derrama do IRC aumentar de 7% para 9% conforme exigência dos extremistas os empresários podem sempre tornar mais rigoroso o seu planeamento fiscal. Menos receita para o Estado . 

Depois de distribuída pela administração pública a pequena almofada conseguida, mas mantendo o "enorme aumento de impostos" sobre os privados, a vida do governo não tem sido fácil e vai tornar-se mais difícil.

Em apenas dois anos a "solução conjunta" é um saco de gatos à procura da melhor forma de lixar os parceiros . Sempre soubemos que era uma questão de tempo, não se pode juntar um PS europeu com um PCP e BE anti-europa.

António Costa e Mário Centeno já deram o que tinham a dar para este peditório. E o PCP e o BE vão continuar a exigir até baterem de frente ou fazerem o país cair no buraco que tão afanosamente estão a abrir.

 

Os sinais estão aí mas ninguém os quer ver

crédito às famílias cresce para compra de habitação e a poupança cai a pique. Um "boom" na habitação é cada vez mais previsível. O crédito às empresas não arranca. O orçamento para 2018 é mais uma prova com os partidos a ver "quem dá mais "

Este momento de crescimento deveria servir para nos acautelarmos para a crise que mais tarde ou mais cedo chegará . Os juros irão subir( com o fim do quantative easing) do BCE e com o nível da nossa dívida é um problema que exige contenção e caldos de galinha.

As autárquicas com os resultados medíocres do PCP e do BE vieram atiçar ainda mais as exigências sindicais.

Este era o momento certo para se concretizarem as já cansativas reformas estruturais. É óbvio que as políticas que promovem a eficiência e que em geral têm como consequência a redução do emprego e a moderação do crescimento deviam ser realizadas nos tempos de prosperidade. Infelizmente não existem condições políticas para se concretizarem essas mudanças. Vivemos em permanente campanha eleitoral, com o Governo e os partidos que o suportam no concurso do “quem dá mais”, na expectativa de segurarem e aumentarem o seu eleitorado.

Salvar a Segurança Social indo buscar dinheiro onde ele está

Podem fazer grandes discursos, reuniões e estudos mas a solução é sempre a mesma. Ir buscar o dinheiro onde ele está. É preciso mais dinheiro para a Segurança Social aumentam-se os impostos às empresas. Fácil, rápido e dá milhões.

A dirigente do PCP Fernanda Mateus defende uma nova contribuição para o sistema por parte de empresas com menos recurso a mão-de-obra, mas com mais lucros. "As empresas pagam e devem continuar a pagar em função do número de trabalhadores, mas por que razão uma empresa ao lado, com menos trabalhadores, mas mais lucros, está dispensada de participar devidamente no financiamento da Segurança Social", questionou.

Também o Bloco de Esquerda recuperou o assunto. Em Abril, a líder bloquista Catarina Martins referiu-se a estudos financeiros que mostram que as pensões dos contribuintes com longas carreiras podem ser compensadas com uma "taxa de rotatividade" que exige das empresas com mais contratos precários o pagamento de mais Taxa Social Única (TSU).

Estes argumentos dão sempre para tudo em qualquer momento e em qualquer lugar. O estado gasta mais e o mundo empresarial e os cidadãos pagam mais.

Depois não somos atractivos para o investimento e o estado consome meios que são necessários para a economia. E sem uma economia robusta não vamos lá.

 

Em termos de exportações ainda estamos quase no fundo

É importante a evolução das exportações que em quatro ou cindo anos passou de 30% do PIB para 40% mas se olharmos em termos globais estamos quase no fundo da tabela. E como é que podia ser de outra forma se para a extrema esquerda as exportações são uma treta e para o PS o crescimento da economia se faz pelo consumo interno ?

E convém não esquecer que as exportações se devem às empresas privadas de bens e serviços transaccionáveis em que o estado só tem um papel secundário de diplomacia económica.

"Há certamente caminho para percorrer nessa área. Sem dar números muito concretos, basta ver as estatísticas recentes, Portugal fez um caminho muito positivo, subindo de cerca de 30% do PIB para mais de 40% em relativamente poucos anos, em quatro ou cinco anos de evolução. Mas quando olhamos para os países europeus de dimensões similares a Portugal estamos quase no fundo. Há poucos que estejam com uma percentagem abaixo de nós e há muitos que estão encostados aos 100%. Mesmo países da dimensão do nosso. Quando são países muito pequenos que são plataformas transacionais essa percentagem pode ser mais alta. Pensando no tamanho de Portugal, versus o mundo, a capacidade para conquistar mercados e conquistar mais quota em cada um dos mercados onde está tem muito caminho para percorrer e claramente deve ser um desígnio nacional e uma aposta com uma ambição grande."

A realidade é uma chatice .

O risco da recuperação lenta da economia

Esta é a principal preocupação não só do presidente da república mas também dos empresários. Uma retoma lenta que pode perdurar até 2020.

O investimento foi sacrificado em 2016 no altar do défice o que terá consequências funestas já este ano e nos próximos. E também o emprego não crescerá o suficiente.

As empresas portuguesas olham para a desaceleração económica e para a recuperação lenta da economia portuguesa como o principal risco nacional deste ano

Engane-se quem pensa que esta é apenas uma preocupação presente. As empresas portuguesas consideram que mesmo daqui a três anos, em 2020, o risco de recuperação lenta da economia continuará a verificar-se em Portugal.