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BandaLarga

as autoestradas da informação

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SEM DARMOS CONTA

Junto à porta do Pavilhão do Académico, no Porto, à hora designada para o comício de encerramento da campanha de Manuel Pizarro, juntaram-se professores em ruidosa manifestação, à espera de António Costa.

 

Quem resolveu o problema foi o presidente da concelhia do PS, o qual conseguiu que os manifestantes permanecessem, mas calados, a troco de, na próxima semana, serem recebidos pelo primeiro-ministro, o mesmo António Costa.

 

O primeiro-ministro decidiu receber os professores, não porque entendesse que as suas razões deveriam ser expostas e ponderadas, mas, apenas, para garantir que o comício do seu partido decorresse sem incidentes.

 

Os professores lá conseguiram uma audiência, não porque tivessem logrado convencer que as suas razões mereciam consideração, mas, apenas, porque puseram em causa interesses do partido do primeiro-ministro.

 

O presidente da Concelhia, que nem é membro do governo, borrifou-se na tutela e agiu em assunto da competência do ministro.

 

O ministro, provavelmente, estará em qualquer outro lugar a tratar dos interesses do partido e, seguramente, não se agastará por alguém estranho ao governo se ter intrometido na sua regedoria.

 

Tudo é público e noticiado. Tudo é encarado com a mais completa naturalidade.

 

Agora, que as coisas são tão manifestamente claras, não será tempo de transferir o conselho de ministros para o Largo do Rato?

 

Ao que chegámos, levados de mansinho, sem darmos conta!

 

É dramático governar assim

O governante - secretário de estado da administração da saúde - deixou escapar o enorme problema que o governo enfrenta. E estava a referir-se apenas à saúde porque há outros sectores na administração pública onde se pensa que para a despesa pública o céu é o limite.

Entretanto, os avisos são mais que muitos, numa tentativa de repor alguma normalidade no que ameaça ser o caos. Como se escreve aquiaqui .

A indicação que passou para a sociedade é que Portugal estava novamente com dinheiro, com as contas públicas consolidadas, que a tempestade estava afastada. Essa percepção está a voltar-se contra o governo com os seus parceiros a quererem mostrar serviço. Se há "folga" há que aumentar salários e pensões, descongelar carreiras e reduzir impostos . Tudo de uma vez.

E o governo agora tem que dizer a verdade. Não há dinheiro, não há folga,  não pode aumentar a despesa nem reduzir impostos. Porque o crescimento da economia não chega para isso, a dívida não desce e o saldo externo deteriora-se de uma forma dramática.

A reposição de rendimentos conduz à compra de bens de consumo duradouro, com uma componente importada da ordem dos 90%, que no caso dos automóveis é ainda superior.

O governo joga ansiosamente no tempo, esperando que a economia cresça mais à boleia do bom ambiente externo . António Costa é um político com sorte mas se calhar vai mesmo precisar de muita sorte mais do que a tem tido.

 

O declínio da esquerda europeia

Embora a imagem que passa possa ser bem diferente a verdade é que a esquerda europeia está em declínio há vários anos. Não é uma boa notícia porque são os partidos extremistas à esquerda e à direita que crescem na mesma proporção.

A questão mais complexa é, então, porque é que a esquerda democrática é mais castigada que a direita? No início dos anos 2000 os partidos “socialistas” (as aspas são porque o verdadeiro socialismo é outra coisa) e sociais democratas eram governo em 10 dos 15 países da UE. Hoje restam cinco em 28, e faltam as eleições na Áustria e na Hungria, já em outubro, onde a probabilidade de ganharem é quase nula. Pior, vários partidos da esquerda democrática praticamente sucumbiram nas últimas eleições. É o caso do PSOE (Espanha), do PASOK (Grécia), do PS (França), do PvdA (Holanda) e do SDPL (Polónia). Como em todos os processos complexos, as razões são múltiplas. 

Mas é assim e já depois do desaparecimento dos partidos comunistas. Mas enquanto o Titanic afunda a orquestra continua a tocar no convés .

 

Existem limites à política económica do governo

Desta vez é o governador do Banco de Portugal que avisa. Não é sustentável aumentar o consumo sem aumentar a produtividade .

...o crescimento baixo da produtividade portuguesa "limita maiores níveis de consumo" sem penalizar o equilíbrio externo. E as contas externas até Julho já reduziram o supéravit em 74% para um nível a caminho novamente do déficite.

"A manter-se por muito tempo este crescimento sofrível da produtividade comprometerá gravemente o aumento do nível de vida dos cidadãos", afirmou o banqueiro. Em relação à situação portuguesa, a fraca produtividade é um travão ao crescimento sustentável do consumo.

"Tendo em conta o actual endividamento público e privado, é essencial consciencializar a sociedade portuguesa da necessidade de prosseguir com a consolidação financeira e, simultaneamente, criar condições que favoreçam o investimento e a produtividade"

E os agentes indutores desse investimento e da produtividade são os agentes privados agrupados em empresas.

A prioridade são os progressos alcançados na Zona Euro

Avançar com maior integração dos países na União Europeia é a prioridade e a constituição do novo governo alemão não atrasará esse objectivo. Merkel foi corajosa porque mesmo em campanha eleitoral nunca deixou cair essa bandeira.

Tem havido várias posições públicas: o presidente (da Comissão Europeia, Jean-Claude) Juncker fez uma intervenção muito importante na reabertura do Parlamento Europeu, o presidente (do Conselho, Donald) Tusk convocou uma cimeira da zona euro para Dezembro, para aprofundarmos a reflexão sobre a Zona Euro, o presidente (francês, Emmanuel) Macron, a chanceler (alemã, Angela) Merkel recentemente tomaram posições públicas sobre a matéria, a senhora (primeira-ministra britânica, Theresa) May fez um discurso muito importante sobre o processo do Brexit, portanto há vários temas em cima da mesa que são importantes", disse.

 

A economia já está a abrandar

Teodora Cardoso aponta para um abrandamento no resto do ano que se fixará em 2,7%. Para 2018 aponta para 2,1% e e abrandará em 2019 e 2020 para 1,7%.

É este o sucesso para um país que tem que pagar uma dívida monstruosa e que vê as suas contas externas deteriorarem-se de forma dramática.

Nada do que está a acontecer em Portugal é estrutural e sustentável, vamos à boleia de condicionantes externas que capricharam em alinhar .

O Conselho das Finanças Públicas considera que as exportações líquidas “deverão apresentar um contributo líquido nulo em 2017”. Por isso, o PIB irá crescer principalmente graças aos contributos positivos da procura interna, onde se destaca o investimento — o CFP projeta um aumento de 9,1% da formação bruta de capital fixo. O consumo privado deverá crescer 2,2%.

Mas se os números são bastante positivos, "temos de ter em conta um conjunto de riscos", continuou a presidente do CFP, entre os quais destacou "a tentação de voltamos a apostar no crescimento da despesa pública como uma forma considerada necessária para reforçar o crescimento da economia e para resolver o conjunto de problemas estruturais que a economia portuguesa continua a exigir", afirmou.

 

"É importante garantir o acesso dos mais pobres às melhores escolas"

É importante que os alunos pobres tenham acesso a boas escolas, sem isso não vão ser capazes de ascender socialmente. Mas cá em Portugal as más escolas estão cheias de alunos pobres. As boas escolas públicas estão cheias de alunos remediados e as boas escolas privadas estão cheias de alunos ricos.

Por cá a discussão é entre a escola pública e a escola privada, não entre a boa e a má escola.

Travou-se até ao limite a publicação dos rankings das escolas mas a verdade é que quem sabe diz que : "É importante garantir o acesso dos mais pobres às melhores escolas". É uma das mais importantes medidas para travar a desigualdade mas, palpita-me, que sem rankings e as respectivas consequências os pobres não terão oportunidade de ascender socialmente.

Eu vivo nesta casa há quarenta anos e há muito que percebi que os filhos dos licenciados não frequentam as escolas cá do bairro. A geração anterior, já no mercado de trabalho também é licenciada. Os filhos dos não licenciados esses sim, frequentam as escolas cá do bairro e com poucas excepções, tal como os pais, não são licenciados.

O resto é a guerra para o controlo ideológico do ministério.


A lista de países mais importantes para Angola

Há amúos e interpretações várias sobre a lista de países que o novo presidente angolano apresentou como sendo  os mais importantes, deixando de fora Portugal.

Mas quem são os tais países importantes ? Como é fácil de ver são os mais poderosos e os mais ricos.

"Angola dará primazia a importantes parceiros, tais como os EUA, República Popular da China, a Federação Russa, a República Federativa do Brasil, a índia, o Japão, a Alemanha, a Espanha, a Franca, a Itália, o Reino Unido, a Coreia do Sul e outros parceiros não menos importantes, desde que respeitem a nossa soberania", disse João Lourenço.

Portugal está na lista "desde que respeite a soberania" o que é uma forma de confirmar o que a oposição angolano proclama. Segundo a UNITA, Portugal "verga" sempre aos interesses angolanos mas a verdade é que o ex-vice-presidente angolano está a ser julgado pela justiça portuguesa.

E a pergunta é : queremos estar na lista ?

 

Mais despesa não leva a mais crescimento

É o que nos tem mostrado a realidade, mais despesa não  implica mais crescimento . Mas um conjunto de economistas ligados ao PS deu à luz um estudo muito conveniente neste momento.

O que há de errado com este documento, que nos promete o paraíso? Em primeiro lugar, imaginar que o problema de crescimento português é um problema de falta de procura, quando os estrangulamentos se encontram do lado da oferta. A evidência empírica do país dentro do euro é que viveu sempre com elevado excesso de procura (uma outra forma de designar os défices externos) e isso traduziu-se em dívida externa e não em crescimento.

Em segundo lugar, partir do dogma de que mais despesa pública significa mais crescimento, o que é contrariado pela experiência dos últimos anos. Em terceiro lugar, e eticamente mais grave, a ausência de uma secção sobre as consequências sobre as contas e dívida externas, que têm uma elevada probabilidade de apresentar problemas, como já estamos a assistir em 2017, em que o maior crescimento económico está a reduzir fortemente o excedente externo. Tem ainda que se acrescentar que o saldo positivo nas contas externas é extremamente frágil, porque se baseia num nível de investimento muito abaixo da média histórica, enquanto a poupança das famílias está em mínimos. Para além disso, a reposição de rendimentos conduz à compra de bens de consumo duradouro, com uma componente importada da ordem dos 90%, que no caso dos automóveis é ainda superior.

Há limites à dimensão do Estado

Há limites à dimensão do Estado que não podem ser ultrapassados. "Há indícios de que temos de ter muito cuidado com a dimensão do sector público" em Portugal, continuou, defendendo que o país, por ser mais pobre, até deveria ter um Estado mais pequeno do que os países mais ricos da OCDE. 

"Um estudo recente de economistas próximos do PS defende teorias que pensava que já não se usavam, como a ideia de crescer pela despesa".

Mas se na despesa as coisas não estão bem, nos impostos há "problemas muito sérios", classificou Mateus. No IRS, Portugal enfrenta "elevadas taxas marginais de impostos" e "um dos esquemas mais progressivos que não incentiva a poupança" e "desincentiva o trabalho". No IRC, o país conta com "a taxa efectiva mais elevada que países da Europa de Leste e que não incentiva o investimento.

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