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BandaLarga

as autoestradas da informação

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Um partido unipessoal para Marinho e Pinto

Admitir que Marinho e Pinto partilha um partido com outras pessoas é uma ingenuidade. Marinho e Pinto reserva para si o papel de criador, membro nº 1 e de Presidente. Ora o PMT já tem isso tudo. E pior, serviu-lhe de "barriga de aluguer". Vai separar-se com elevação. Acredito que sim mas depois de anunciar em primeira mão que já não precisa do MPT.

Nem o facto de existir uma representação em Bruxelas o impediu de se livrar da "tralha". Quem se juntar ao novo partido sabe ao que vai. Levar aos ombros Marinho e Pinto até Belém. Mas para isso é preciso que na Assembleia da República, onde estará como deputado entre 2015 e 2016, lance pontes de entendimento a um amplo leque de sensibilidades. Chame a si os descontentes e colha em seara alheia. O "furacão" com epicentro em S. Bento vai manter-lhe  a visibilidade que o levará à corrida presidencial tendo contra si os velhos partidos. Vai obrigar PS/PSD/CDS a fazer as reformas políticas, constitucionais e eleitorais sem as quais não é possível retirar grande parte do poder partidário adquirido em circunstâncias que há muito não são as mesmas. Dar força à sociedade civil e às organizações de base. Facilitar a participação dos cidadãos na vida política. PCP e BE serão os seus maiores inimigos, terão tudo a perder e nada a ganhar

Há muito tempo que há gente a trabalhar para todos esses objectivos. Faltava-lhes a visibilidade que Marinho e Pinto tem.

OS OSSOS DO OFÍCIO

Sou cioso da minha reputação.

Por isso, entendo dever jurar que não assisti aos tão falados debates, como prometo solenemente não assistir ao próximo.

Os tais debates para cujas datas os candidatos demoraram vários meses a lograr consenso, facto que, por si só, deveria destituí-los de qualquer credibilidade para ocupar um cargo político sério, ainda que secundário.

Porém, como ouvinte assíduo dos serviços noticiosos das estações de rádio, não pude deixar de tomar conhecimento. E ouvi. Com estes dois, que a terra só não há-de comer porque providenciei há muito para que o meu tanato siga, se possível ainda morno, para a Faculdade de Medicina da Minha Cidade.

Pois, tanto António como António prometem não aumentar impostos, mas não prometem baixar.

E ouvi bem, porque a perplexidade da primeira escuta demandou confirmação do serviço noticioso imediato.

Assim sendo, como indiscutivelmente é, uma dedução lógica avulta ao raciocínio do normal cidadão, ainda que pouco letrado - se não prometem baixar impostos é porque entendem que os vigentes são necessários ou, pelo menos, admitem que o sejam.

Não sou jornalista. Mas, até me deu vontade de o ser e estar a moderar o debate, para fazer umas perguntinhas simples:
1 - Se é assim, porque se têm manifestado, repetidamente contra as alterações às leis fiscais?
2 - Porque têm votado contra as leis do Orçamento de Estado?
3 - Vão manter mesmo aqueles impostos cuja inconstitucionalidade arguiram, mas que o TC não declarou?
4 - Ao fim e ao cabo, se admitem manter os impostos vigentes, caso empossados, têm vindo a deduzir oposição ao quê?

Depois, cai em mim. Se fosse jornalista, claro que não saberia fazer perguntas destas. Ou faria de conta que o não sabia, não fosse o chefe ficar chateado.

António, quem paga ?

A Europa. Perdoa dívida, baixa as taxas de juro, compra dívida, aumenta os subsídios, aceita deslizar  os prazos. É este o plano de Costa. Seguro que andou três anos a acompanhar o problema já não se atreve a propor "planos para a década" sem antes dizer quem é que paga no curto prazo. E agora, neste momento, quem paga, quem relança a economia e a reindustrialização do país ? A alternativa, como se percebeu há muito, é convencer os credores a pôr cá mais dinheiro.

Para Costa e menos para Seguro, reformar o que tem que ser reformado, é que não. Isso equivale a mexer nos interesses instalados que representam uma larga fatia do seu eleitorado. Cortar na despesa para libertar meios para investir e para pagar a dívida é que não, nem uma palavra. Ora, a questão é que isto nota-se. E muito!

Quem ganhar entre eles vai ter que bater contra este muro quando se confrontar com Passos Coelho. Em 2015, ano de eleições, o governo vai adiantar-se repondo alguns cortes, deixando pouca margem para promessas. E a pergunta repete-se. António, quem paga? Uma grande parte da argumentação socialista está a ser desbaratada nestes debates. Perdem os dois, ganha quem não está lá.